segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Alô polícia


Alô Polícia

Império Z/O








Chama a polícia! Uouuuuuu!

No sobe e desce nas biqueiras,
A barca do polícia, sirene acesa uoooou,
Aumenta a estatística, pá, virou isca,
A blazer se apaga na mão da justiça,
Infrator tem que morrer gritando viva ao choque,
Reintegração á sociedade não existe á Conte Lopez,
A rota mata mais que a AIDS e ainda ganha ibope,
Tem Maluf candidato pra assinar os óbitos,
Na idéia de pensar pode ficar esquisito,
SSSSS massaricos, pros, massaricos,
Quem dá bom dia pra vala, toma rajada dos bicos,
Vacilão, então, pensa que é Nego Dico,
O jogo da polícia não é história fictícia,
É diferente do xadrez, vem pro cheque-mate,
Não pensa duas vez nem 1, 2, 3,
Hei, hei, 1, 2, 3, acorda 16,
Dos 3 PMs de hoje 16 virou peneira,
E foram enterrados como 12,
Garante que o batente promove,
E o guarda ganha medalha, morto não fala,
Chico Xavier não trabalhou de farda,
Mó salseiro, mó auê, no DP como treta,
Pele preta na gaveta, promoção do capeta,
Cidadão comum que põe a farda o diabo rege,
Tipo a serpente trocando de pele no Jardim do Éden,
Firmeza, firmão no segundo oitão,
Nem que seja no pau pra interpretação,
Pânico e terror na população,
Homens da lei botam medo muito mais que ladrão,
Ta tudo errado, ta tudo errado,
Os valores do país estão trocados,
Ta tudo errado, ta tudo errado,
Hoje é destemido quem deveria ser respeitado,
Toda ofensiva, com linhas á guiar,
Ou GOE, CIVIL, POLÍCIA MILITAR,
Se ligou, entendeu, precisou,
Alô, alô, ah, é só ligar.

Refrão:
Se chama a polícia eu viro uma onça,
Eu quero matar, pá, pá, pá, pá, pá, pá.

Alô polícia, alô polícia,
Onde é que vocês ta quando o meu povo disca,
Alô polícia, alô polícia,
Não haverá paz se não existe justiça,
Quem é quem, quem é quem, quem?
Quem é do mal, quem é do bem, vem me explicar,
Quem é que rouba e que mata,
007 manda mais um pra desordem,
O corpo apodrece na mata,
Neonazismo incorporado, eu to ligeiro não marco touca,
Vi Adolf Hitler ressuscitado, infiltrado nessa porra,
De quebrada, de viela, nos becos mó goela,
Propina na bocada ou truque na favela,
Então corra, corra da Sodoma e Gomorra,
No país da justiça o PM deu a louca,
Na blitz, no enquadro, o GOE com a doze na mão,
Vi a vida por um fio escorrendo no escadão,
Mas quem não deve não teme,
Não teme, se teme aqui treme,
Trombar na calada o camburão da PM,
Que adota o regime da ditadura,
Método eficaz da polícia é tortura,
Com o Robocop na rua a rota faz seu papel,
Controle remoto na mão, o anjo que caiu do céu,
Planeta Terra em perigo,
Cadê o defensor do fraco e oprimido,
Power Rangers aqui não tem, muito menos Superman,
Mas malfeitor eu to ligado que há mais de cem,
Lex Lutor fardado á paisana também,
Pau no gato, sem massagem, sem carinho neném,
A culpa do governo, uma remuneração,
Má preparação da corporação,
Ao invés de segurança é fábrica de ladrão,
Esquece da casa do pobre, só protege a mansão,
Generalização, não vou ser injusto não,
Tem mano que anda na linha e corre pelo ganha pão,
Corre pela justiça, não faz bico de ladrão,
Aí sentindo calo prossegue na missão,
Aqui ganso não, ladrão também não,
Que a justiça seja feita, hipocrisia não,
Copo cheio, favela de cima, negralha tem o dom,
Jurupita Condomínio mó satisfação.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Desde caracol até Dandara







http://www.youtube.com/watch?v=YjtvaqpJ7_s


A cidade de Belo Horizonte; tão bonita, tão famosa, tão propagandeada como um dos "modelos" de administração, tão "perfeita", planejada, não dialoga com a realidade! Belo Horizonte é historicamente(talvez como quase todas as cidades brasileiras, latino americanas!) um palco do conflito entre a urbanização, a industrialização, a acumulação de capitais, os serviços, talvez não exatamente nessa ordem, e a ocupação dos territórios pelos trabalhadores, oriundos do campo, construtores da mesma, e que nela fazem sua história.
Não se pode dizer a partir de agora, muitos conflitos se passaram, muitos foram já expulsos do local que construíram(à revelia do direito constitucional da moradia!), a cidade é hoje, e não nos assustemos se sua gênese é mesmo esta, o local dos interesses privados de pequenos setores!
Entretanto, a cidade também é o local da batalha, dos confrontos, da política! É nela que se centraliza a administração, mas também nela que se coloca o avesso, o não, o contraditório daquilo que se decide em gabinetes, em rodas de negócios. A cidade para! Sim! Mesmo com uma mídia sem voz(ou com a voz da classe dominante), mesmo com a repressão, a cidade estaciona, pois os construtores dela não podem aceitar ficar do lado de fora, à espreita, esperando!
É na cidade que se concentra a produção do saber, a construção da cultura, o acesso(mesmo que negado) e é nela também que se construíram as instituições que privam de liberdade a classe trabalhadora(prisões, manicômios, unidades socioeducativas), e nela também se construiu espaços de dominação do pensamento(escolas, veículos de comunicação, etc).
Porém nessa mesma cidade se concentraram aqueles, únicos possíveis para a transformação dessa ordem! Aqueles que lutam por carregar na mão o destino de ser livre, de ser dono de sua própria história! Para além de ter casa, para além de ter acesso, para além do estômago, mas também com eles!

Foi uma Caracol, é uma Dandara, mas seremos milhões! E não arredamos o pé!

Dandara existe e resiste!


Por uma Reforma Urbana popular e efetiva!
Pela democratização dos meios de comunicação!


Laila, militante da Frente de Juventude das Brigadas Populares, MG