tag:blogger.com,1999:blog-15211624166025568522024-03-19T16:38:11.919-03:00Frente de JuventudeBRIGADAS POPULARESJuventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.comBlogger70125tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-55450434797427749142011-12-08T14:47:00.002-02:002011-12-08T15:00:13.806-02:00Não é apenas mais um homem!<a href="http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=137203,NOT">http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=137203,NOT</a><div><br /></div><div><br /></div><div>Sentada à beirada do caixão, a mãe. Ao lado dele várias adolescentes, a maioria delas participantes da mesma igreja evangélica(mesmo local onde se vela o corpo) que a mãe do morto.</div><div><br /></div><div>Na notícia online somente informações evasivas, somente "acredita-se", "ninguém soube", a verdade só no olhar da mãe que parece acreditar que ele não deveria ter seguido aquele caminho, parece pensar que ele teria outra oportunidade.</div><div><br /></div><div>Em pesquisa realizada pela UERJ, 46% das mortes dos jovens de 12 a 18 anos no Brasil são causadas por armas de fogo.* E ainda é apenas mais um homem. Seria mesmo um homem? 22 anos para nós que convivemos com ele no Bairro Borges em Sabará desde a década de 90. Seria mesmo um homem? O que dá à imprensa a clareza de que ali jazia um homem? A notícia é curta, curta também a distância do corpo até o peito da mãe engasgada, e de nós todos ainda desacreditados.</div><div><br /></div><div>Temo que as mortes não se tornem luta(ou indignação necessária!), a morte parece causar mais inércia, porque é muito duro saber que se a cada ano morrem tantos, e se diz apenas mais um, nós precisamos fazer coro à voz do teólogo da libertação: "as estatísticas não sangram!"**</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Contra a redução da maioridade penal!</div><div>Pelo fim do extermínio da juventude pobre, negra e de periferia!</div><div>Pela democratização dos meios de comunicação!</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Laila, militante da Frente de Juventude-Brigadas Populares(MG)</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>*<a href="http://lucasbonina.blogspot.com/2011/04/no-brasil-metade-dos-jovens-morre-bala.html">http://lucasbonina.blogspot.com/2011/04/no-brasil-metade-dos-jovens-morre-bala.html</a></div><div><br /></div><div>** Jon Sobrino em: "Fora dos pobres não há salvação"</div>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-30013960490982030722011-11-18T07:52:00.002-02:002011-11-18T07:53:18.312-02:00Os novos soldados do capitalismo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqNJHJgPTs7K_J8E1NfUWOkmBgwfRfaX-ganuL0ZjGwb6uzh4-6sCoVfC7FxWNTFTU6AcH_Y8QGcLaDUfp24iOHpFeWkHYFsQh5T9TX7LTOo7GXZr9PxVgBOozW7EpR9BCCYz8WdowY4Y/s1600/ocupe+wall+street+b%25C3%25BAfalo.gif" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 293px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqNJHJgPTs7K_J8E1NfUWOkmBgwfRfaX-ganuL0ZjGwb6uzh4-6sCoVfC7FxWNTFTU6AcH_Y8QGcLaDUfp24iOHpFeWkHYFsQh5T9TX7LTOo7GXZr9PxVgBOozW7EpR9BCCYz8WdowY4Y/s400/ocupe+wall+street+b%25C3%25BAfalo.gif" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5676271639996363330" /></a><br /><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Por <strong style="font-weight: bold; ">Antonio Martins</strong></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Na madrugada de terça-feira, durante o assalto ao acampamento do <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">Occupy Wall Street,</em> a polícia de Nova York adotou métodos primitivos. A entrada da imprensa na área da operação polícial foi vetada. Ydanis Rodriguez, um membro do parlamento local, foi agredido e preso, quando tentava encontrar-se com os manifestantes. Houve mais de 200 prisões, uso generalizado de gás pimenta e golpes de cassetete. Uma biblioteca de 5 mil livros foi atirada a um contêiner de lixo.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Mas estas cenas de brutalidade são apenas um aspecto menor da operação. Notícias publicadas ontem (15/11) nos jornais norte-americanos, e análises de mais fôlego na imprensa alternativa, revelam algo mais grave. Articulou-se nas últimas semanas, nos Estados Unidos, um esforço policial coordenado, com objetivo de suprimir um movimento que, embora tenha sempre agido de modo pacífico, passou a ser encarado como uma ameaça ao <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">status quo. </em>A investida contra o <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">Occupy </em>reflete a militarização das forças de segurança dos EUA, cada vez mais voltadas a identificar e combater “inimigos internos” — e equipadas com sofisticado armamento “high-tech” contra eles.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Embora a decisão de desocupar praças caiba, institucionalmente, aos prefeitos, a ação policial está sendo tramada nacionalmente. Mais de 40 chefes de polícia das cidades em que o <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">Occupy </em>montou acampamentos mantiveram reuniões constantes nas últimas semanas, muitas vezes por meio de videoconferências. O objetivo dos encontros foi trocar informações sobre as formas mais eficazes de promover a desocupação. Pretende-se evitar, sobretudo, episódios constrangedores para as forças da ordem, nos quais a resistência pacífica as obriga a recuar.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">O planejamento foi especialmente meticuloso contra o <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">Occupy Wall Street, </em><a href="http://www.nytimes.com/2011/11/16/nyregion/police-clear-zuccotti-park-with-show-of-force-bright-lights-and-loudspeakers.html?hp" target="_blank" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-style: inherit; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(184, 19, 19); text-decoration: none; ">revelou</a> o <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">New York Times. </em>Houve duas semanas de treinamento, mas os policiais envolvidos não foram informados, em nenhum momento, sobre o alvo e as circunstâncias de sua futura ação. Temia-se a mobilização social. Uma tentativa anterior de esvaziar o acampamento, em 14 de outubro, fracassou porque, informados previamente, os manifestantes conseguiram convocar apoio.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">O último treinamento foi feito na noite de segunda-feira, 14/11. Mesmo então, segundo o jornal, não se mencionou o Zucotti Park — ou Praça da Liberdade, como foi rebatizada pelos acampados. Na convocação dos policiais falou-se apenas em “um exercício”. A decisão de atacar o <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">Occupy </em>foi comunicada “apenas no último momento”.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">Centenas </em>de agentes foram mobilizados. O momento da operação foi escolhido meticulosamente. Sabia-se, depois de semanas de observação, que na madrugada de segunda para terça-feira o acampamento estaria mais vazio. O parque foi isolado por barreiras de policiais armados com escudos. No momento da desocupação, não era permitido aproximar-se a menos de cem metros do local. Os jornalistas que já estavam na área foram retirados: a polícia alegou que desejava proteger sua “segurança”.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Que leva a polícia de um país que se orgulha de respeitar as liberdades civis a se voltar para a repressão contra protestos pacíficos? Num <a href="http://www.alternet.org/occupywallst/153062/militarizing_the_police%3A_how_the_drug_war_and_9_11_led_to_battle-dressed_cops_cracking_down_on_peaceful_protests" target="_blank" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-style: inherit; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(184, 19, 19); text-decoration: none; ">texto</a> publicado também ontem, no site <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; "><a href="http://www.outraspalavras.net/2011/11/16/os-soldados-high-tech-do-sistema/www.alternet.org" target="_blank" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-style: inherit; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(184, 19, 19); text-decoration: none; ">Alternet</a>, </em>Heather “Digby” Parton, uma <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Digby_%28blogger%29" target="_blank" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-style: inherit; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(184, 19, 19); text-decoration: none; ">blogueira</a> norte-americana premiada pela profundidade de suas análises (publicadas costumeiramente em <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; "><a href="http://digbysblog.blogspot.com/" target="_blank" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-style: inherit; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(184, 19, 19); text-decoration: none; ">Hullabaloo</a></em>), procura as respostas. Ela as encontra, principalmente, no que vê como três décadas de militarização das forças policiais norte-americanas. Primeiro, para enfrentar a chamada “guerra contra as drogas”; mais tarde (a partir do 11 de setembro), para a vigilância interna, adotada a pretexto da “guerra contra o terror”.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Desde 1980, reporta “Digby”, a polícia norte-americana tem sido preparada para assumir um número crescente de atividades de caráter mais tipicamente militar. Esta mudança se expressa em aspectos como o armamento e os uniformes policiais. Equipamentos como os fuzis M-16 e veículos blindados <a href="http://www.huffingtonpost.com/2011/09/12/police-militarization-9-11-september-11_n_955508.html" target="_blank" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-style: inherit; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(184, 19, 19); text-decoration: none; ">tornaram-se comuns</a> – inclusive em unidades instaladas nos campi universitários.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">A partir de 2001, esta tendência assumiu nova dimensão. As forças policiais foram envolvidas na vasta operação do governo Bush para ampliar a vigilância sobre os cidadãos. A lei “Patriot Act”, até hoje em vigor, permitiu violar o sigilo de comunicação e rastrear as operações financeiras. Criado na época, o Departamento de Segurança Interior (<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/United_States_Department_of_Homeland_Security" target="_blank" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-style: inherit; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(184, 19, 19); text-decoration: none; ">Department of Homeland Security</a>) passou a coordenar as ações de espionagem interna. Tornou-se, rapidamente, a terceira maior agência estatal dos EUA. Tem orçamento anual de <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">55 bilhões</em> de dólares. Horas após o ataque contra <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">Occupy Wall Street, </em>o cineasta Michael Moore lançava, pelo Twitter, uma questão ainda não respondida: terá o departamento participado da operação contra os manifestantes?</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Ainda mais importante, introduziu o conceito de “terrorismo doméstico”, orientando as forças da ordem não apenas contra os crimes tradicionais — mas contra um leque amplo e impreciso de atividades, que pode facilmente incluir a oposição política. As consequências foram explicitadas em 2006 por Joseph McNamara, ex-chefe de polícia de San Jose. Ele afirmou que o novo cenário havia produzido “uma ênfase em treinamento paramilitar, que, em contraste com a antiga cultura, sobrepõe-se ao treinamento policial — segundo o qual os policiais não deveriam atirar, exceto para se defender”.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Um dos aspectos mais controversos da nova postura foi a utilização costumeira de armas consideradas “menos-letais”. Digby conta que os <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">teasers </em>(que produzem choques elétricos e podem, em certas circunstâncias, matar) são apenas a ponta de iceberg de um vasto arsenal — utilizado, por enquanto, apenas em situações de treinamento. Ele é inteiramente voltado para a dispersão de protestos. Inclui, por exemplo, o <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">ray gun. </em>Posicionado no alto de um veículo e disparado contra uma manifestação, ele produz, nos que estão à frente, a sensação de um “soco invisível”, que provoca intensa dor e impede de continuar caminhando. Sintomaticamente, foi testado, em exercícios na Geórgia, contra soldados vestidos de manifestantes que portavam cartazes com dizeres como “Paz Mundial”, “Amor para todos” e “Paz, guerra não!”.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Ainda mais espantosos são os planos para desenvolver armas como <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">teasers </em>com alcance de cem metros ou, mesmo, aviões não-tripulados (“drones”) capazes de criar grandes “áreas de exclusão” ao bombardeá-las com dardos virtuais que produzem choques elétricos. (Para descrição das armas, Digby baseou-se numa extensa reportagem de Ando Arike, publicada na revista <em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">Harper’s </em>e disponível <a href="http://itself.files.wordpress.com/2010/06/pain-compliance.pdf" target="_blank" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-style: inherit; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(184, 19, 19); text-decoration: none; ">aqui</a>, em versão pdf).</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Ao final de seu texto, Digby debate uma questão política crucial. A militarização da polícia foi impulsionada no período imediatamente posterior aos ataques de 11 de Setembro. Na época, o choque provocado pelo terror e a onda de patriotismo que se seguiu garantiram amplo consenso social em favor das medidas de vigilância. O secretário de Defesa (e depois vice-presidente) Dick Cheney chegou a afirmar que “o Estado precisa tirar suas luvas”.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Este tempo passou. Numa época em que o terrorismo deixou de ser uma ameaça visível e crescem, em contrapartida, os protestos contra a desigualdade, o desemprego e o esvaziamento da democracia, qual será a conduta das forças policiais agora orientadas também contra alvos que podem incluir a dissidência civil, e dotadas de novo armamento? Como elas agirão, se os novos movimentos recusarem-se a receber ordens — que julgam ilegítimas — para refrear seus protestos?</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); ">As respostas estão em aberto. O que ocorreu em Nova York em 15/11 não é uma fatalidade, mas serve de alerta. Se a construção de uma sociedade mais justa inclui manter e ampliar as liberdades civis, então será preciso conhecer em profundidade, denunciar e reverter esta nova ameaça de desconstrução da democracia.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 12px; font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; vertical-align: baseline; line-height: 18px; color: rgb(51, 51, 51); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><a href="http://www.outraspalavras.net/2011/11/16/os-soldados-high-tech-do-sistema/">http://www.outraspalavras.net/2011/11/16/os-soldados-high-tech-do-sistema/</a></p>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-14781111233927309022011-11-10T14:08:00.002-02:002011-11-10T14:11:14.800-02:00DEMOCRACIA SIM, CACETETE NÃO!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj15HEWIYoLsYlOd1cee5zFmH0yYf8IjBAMRLGllfsKqtXUXoYNbDGlM_mXDB-Xg7QA4BvrcXgDkW3htADhhvDWpAks-aZ3HfBJQEhgl0qZwHFHkXUqCJFzG2pTEEdeiefPmYgRM29oDFA/s1600/usp+latuff2.png" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 357px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj15HEWIYoLsYlOd1cee5zFmH0yYf8IjBAMRLGllfsKqtXUXoYNbDGlM_mXDB-Xg7QA4BvrcXgDkW3htADhhvDWpAks-aZ3HfBJQEhgl0qZwHFHkXUqCJFzG2pTEEdeiefPmYgRM29oDFA/s400/usp+latuff2.png" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5673400362962700514" /></a><br /><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); ">DEMOCRACIA SIM, CACETETE NÃO!</span> <span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Manifestamos nossa solidariedade aos estudantes mobilizados da USP, pois acompanhamos com estarrecimento a truculência policial acobertada por um teatro cínico, hipócrita e distorcido que foi e está sendo promovido pelos grandes meios de comunicação.</span> <span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Sabemos que a reivindicação colocada está no bojo da questão central que estrangula a produção do saber e da crítica nas Universidades brasileiras: A ausência de democracia real.</span> <span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); ">A USP, a exemplo de outras Universidades, é conduzida pela “pequena política” que visa assegurar a reprodução da condição dependente do Brasil, acoplando a produção intelectual e científica aos interesses da tríade “empresa-universidade-estado” comandada pelos países centrais.</span> <span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Sabemos que a superação da “pequena política” passa pela radicalização da democracia. Mais do que o poder de eleger, queremos o poder de depor. Mais do que ampliar a representação, queremos o poder de definir diretamente os rumos da política. Assim, caminharemos na construção da Universidade Necessária reivindicada pelo mestre Darcy Ribeiro. Uma Universidade que dialogue efetivamente com as necessidades e expectativas do povo brasileiro.</span> <span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Fazemos essa reflexão, pois é ampliando nossos horizontes que conseguiremos avançar sobre o estado atual de coisas. A mesma polícia que reprime hoje os estudantes da USP é a que cotidianamente estrangula o povo nas periferias, ocupações urbanas e demais espaços de contradição entre os interesses do capital e os da vida.</span> <span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Prestamos nosso apoio, entendendo que o passo dado atrás na democracia pela tríade “Alkmin-Rodas-polícia” poderá impulsionar estudantes, técnicos e professores a dar dois passos à frente na radicalização da democracia na USP. O que, sem dúvida alguma, gera repercussão por todo Brasil.</span> <span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Saudações de luta!</span> <span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); ">Brigadas Populares</span> <span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); ">São Paulo, 10 de novembro</span></span>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-67574092302754311232011-11-03T16:22:00.002-02:002011-11-03T16:24:23.851-02:00Malditos comunistas!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5xyPKOEWSUmk87QxwyJYwt5y-6unmkJucEqT1GJqv6qHqEZGqbsHJvO5anYg-lexQei5zqu6QsqDjOVbWfoJh2FrN_JzyLABdZP18sPoj5j9DgI5BPF55Nh7L5Q8U0NMxwgh0LAYPuyg/s1600/fidel+no+beisbol.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 208px; height: 177px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5xyPKOEWSUmk87QxwyJYwt5y-6unmkJucEqT1GJqv6qHqEZGqbsHJvO5anYg-lexQei5zqu6QsqDjOVbWfoJh2FrN_JzyLABdZP18sPoj5j9DgI5BPF55Nh7L5Q8U0NMxwgh0LAYPuyg/s400/fidel+no+beisbol.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5670837074259879730" /></a><br /><div style="text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><div><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: 27px; line-height: 32px;"><b><br /></b></span></span></div></div><div id="yui_3_2_0_1_1320341672113401" style="line-height: 15px; color: rgb(69, 69, 69); font-family: Georgia; font-size: 13px; text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><div id="yui_3_2_0_1_1320341672113400" style="line-height: 1.22em; font-family: arial, sans-serif; "><div dir="ltr" id="yui_3_2_0_1_1320341672113399" style="line-height: 1.22em; "><div id="yui_3_2_0_1_1320341672113398" style="line-height: 1.22em; "><div id="yui_3_2_0_1_1320341672113397" style="line-height: 1.22em; "><div id="yui_3_2_0_1_1320341672113396" style="line-height: 1.22em; "><div id="yui_3_2_0_1_1320341672113395" style="line-height: 1.22em; "><div id="yui_3_2_0_1_1320341672113394" style="line-height: 1.22em; "><h2 style="margin-top: 0.83em; margin-right: 0px; margin-bottom: 0.83em; margin-left: 0px; line-height: 1.22em; "><span style="line-height: 1.22em; font-size: 13px; font-weight: normal; ">José Roberto Torero (Carta Maior)</span></h2><p id="yui_3_2_0_1_1320341672113393" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; line-height: 1.22em; ">Acabaram os jogos Pan-Americanos e mais uma vez ficamos atrás de Cuba. Mais uma vez! Isso não está certo. Este paiseco tem apenas 11 milhões de habitantes e o nosso tem 192 milhões. Só a Grande São Paulo já tem mais gente que aquela ilhota. Quanto à renda per capita, também ganhamos fácil. A deles foi de reles 4,1 mil dólares em 2006. A nossa: 10,2 mil dólares. Pô, se possuímos 17 vezes mais gente do que eles e nossa renda per capita é quase 2,5 vezes maior, temos que ganhar 40 vezes mais medalhas que aqueles comunas. Mas neste Pan eles ganharam 58 ouros e nós, apenas 48. Alguma coisa está errada. Como eles podem ganhar do Brasil, o gigante da América do Sul, a sétima maior economia do mundo? Já sei! É tudo para fazer propaganda comunista. A prova é que, em 1959, ano da revolução, Cuba ficou apenas em oitavo lugar no Pan de Chicago. Doze anos depois, no Pan de Cáli, já estava em segundo lugar. Daí em diante, nunca caiu para terceiro. Nos jogos de Havana, em 1991, conseguiu até ficar em primeiro lugar, ganhando dos EUA por 140 a 130 medalhas de ouro. Sim, é para fazer propaganda do comunismo que os cubanos se esforçam tanto no esporte. E também na saúde (eles têm um médico para cada 169 habitantes, enquanto o Brasil tem um para cada 600) e na educação (a taxa de alfabetização deles é de 99,8%). Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano de Cuba é 0,863, enquanto o nosso é 0,813. Tudo para fazer propaganda comunista! Aliás, eles têm nada menos do que trinta mil propagandistas vermelhos na cultura esportiva. Ou professores de educação física, se você preferir. Isso significa um professor para cada 348 habitantes. E logo haverá mais ainda, porque eles têm oito escolas de Educação Física de nível médio, uma faculdade de cultura física em cada província, um instituto de cultura física a nível nacional e uma Escola Internacional de Educação Física e Desportiva. Há tantos e tão bons técnicos em Cuba que o país chega a exportar alguns. Nas Olimpíadas de Sydney, por um exemplo, havia 36 treinadores cubanos em equipes estrangeiras. E existem tantos professores porque a Educação Física é matéria obrigatória dentro do sistema nacional de educação. Até aí, tudo bem. No Brasil a Educação Física também é obrigatória. A questão é que, se um cubano mostrar certo gosto pelo esporte, pode, gratuitamente, ir para uma das 87 Academias Desportivas Estaduais, para uma das 17 Escolas de Iniciação Desportiva Escolar (EIDE), para uma das 14 Escolas Superiores de Aperfeiçoamento Atlético (ESPA), e, finalmente, para um dos três Centros de Alto Rendimento. Ou seja, se você tiver aptidão para o esporte, vai poder se desenvolver com total apoio do estado. Pô, assim não vale! Do jeito que eles fazem, com escolas para todos, professores especializados e centros de excelência gratuitos, é moleza. Quero ver é eles ganharem tantas medalhas sendo como nós, um país onde a Educação Física nas escolas é, muitas vezes, apenas o horário do futebol para os meninos e da queimada para as meninas. Quero ver é eles ganharem medalhas com apoio estatal pífio, sem massificar o esporte, sem um aperfeiçoamento crescente e planejado. Quero ver é fazer que nem a gente, no improviso. Aí, duvido que eles ganhem de nós. Duvido! Malditos comunistas...</p> <p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; line-height: 1.22em; "><b style="line-height: 1.22em; ">José Roberto Torero é formado em Letras e Jornalismo pela USP, publicou 24 livros, entre eles O Chalaça (Prêmio Jabuti e Livro do ano em 1995), Pequenos Amores (Prêmio Jabuti 2004) e, mais recentemente, O Evangelho de Barrabás. É colunista de futebol na Folha de S.Paulo desde 1998. Escreveu também para o Jornal da Tarde e para a revista Placar. Dirigiu alguns curtas-metragens e o longa Como fazer um filme de amor. É roteirista de cinema e tevê, onde por oito anos escreveu o Retrato Falado.</b></p><div><b style="line-height: 1.22em; "><br /></b></div></div></div></div></div><div style="line-height: 1.22em; color: rgb(255, 255, 255); "></div></div></div><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; line-height: 1.22em; "></p></div><div style="line-height: 1.22em; font-family: arial, sans-serif; color: rgb(255, 255, 255); "></div></div>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-50159998491147748832011-10-24T21:53:00.003-02:002011-10-24T21:57:14.356-02:00Alô polícia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj_98SLW5S-QS6JT4R6NUqFodWI8lAFftI-todcqYygI5H5NyEle_Xz1dguth01pKpQoTHu9o-bVPK6Ne53KHR8t8p6sNvRffrISOC4RQdOg6H6u5ebxU_tdG7y5LlWIlf20HKIXhp-0I/s1600/pol%25C3%25ADcia+em+s%25C3%25A3o+paulo.bmp" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 362px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj_98SLW5S-QS6JT4R6NUqFodWI8lAFftI-todcqYygI5H5NyEle_Xz1dguth01pKpQoTHu9o-bVPK6Ne53KHR8t8p6sNvRffrISOC4RQdOg6H6u5ebxU_tdG7y5LlWIlf20HKIXhp-0I/s400/pol%25C3%25ADcia+em+s%25C3%25A3o+paulo.bmp" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5667212014581543794" /></a><br /><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 20px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><div id="cabecalho" class="cor_2" style="padding-top: 5px; padding-right: 295px; padding-bottom: 10px; padding-left: 140px; "><div style="color: rgb(51, 0, 0); font-size: 20px; "><h1 id="identificador_musica" style="border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-size: 17.5pt; text-transform: none; letter-spacing: normal; font-style: italic; text-decoration: none; line-height: 26px; text-shadow: rgb(236, 236, 236) 0px 1px 0px; ">Alô Polícia</h1></div><h2 style="border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 5px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-size: 13.5pt; text-transform: none; letter-spacing: normal; text-decoration: none; "><span class="Apple-style-span" style="outline-style: none; outline-width: initial; outline-color: initial; font-size: 13.5pt; text-decoration: none; text-transform: none; "><a id="identificador_artista" href="http://letras.terra.com.br/imperio-z-o/" style="outline-style: none; outline-width: initial; outline-color: initial; font-size: 13.5pt; text-decoration: none; text-transform: none; ">Império Z/O</a> </span></h2><div><span class="Apple-style-span" style="outline-style: none; outline-width: initial; outline-color: initial; font-size: 13.5pt; text-decoration: none; text-transform: none; "><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="outline-style: none; outline-width: initial; outline-color: initial; font-size: 13.5pt; text-decoration: none; text-transform: none; "><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="outline-style: none; outline-width: initial; outline-color: initial; font-size: 13.5pt; text-decoration: none; text-transform: none; "><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="outline-style: none; outline-width: initial; outline-color: initial; font-size: 13.5pt; text-decoration: none; text-transform: none; "><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="outline-style: none; outline-width: initial; outline-color: initial; font-size: 13.5pt; text-decoration: none; text-transform: none; "><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="outline-style: none; outline-width: initial; outline-color: initial; font-size: 13.5pt; text-decoration: none; text-transform: none; "><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="outline-style: none; outline-width: initial; outline-color: initial; font-size: 13.5pt; text-decoration: none; text-transform: none; "><br /></span></div></div><div id="main_cnt" style="color: rgb(51, 0, 0); padding-top: 10px; padding-right: 10px; padding-bottom: 10px; padding-left: 0px; margin-left: 140px; position: relative; width: 683px; height: auto !important; min-height: 619px; z-index: 3; "><div id="div_letra" style="padding-right: 400px; font-size: 13px; min-height: 260px; height: auto !important; outline-style: none; outline-width: initial; outline-color: initial; line-height: 1.5; "><p style="border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; ">Chama a polícia! Uouuuuuu!</p><p style="border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; ">No sobe e desce nas biqueiras,<br />A barca do polícia, sirene acesa uoooou,<br />Aumenta a estatística, pá, virou isca,<br />A blazer se apaga na mão da justiça,<br />Infrator tem que morrer gritando viva ao choque,<br />Reintegração á sociedade não existe á Conte Lopez,<br />A rota mata mais que a AIDS e ainda ganha ibope,<br />Tem Maluf candidato pra assinar os óbitos,<br />Na idéia de pensar pode ficar esquisito,<br />SSSSS massaricos, pros, massaricos,<br />Quem dá bom dia pra vala, toma rajada dos bicos,<br />Vacilão, então, pensa que é Nego Dico,<br />O jogo da polícia não é história fictícia,<br />É diferente do xadrez, vem pro cheque-mate,<br />Não pensa duas vez nem 1, 2, 3,<br />Hei, hei, 1, 2, 3, acorda 16,<br />Dos 3 PMs de hoje 16 virou peneira,<br />E foram enterrados como 12,<br />Garante que o batente promove,<br />E o guarda ganha medalha, morto não fala,<br />Chico Xavier não trabalhou de farda,<br />Mó salseiro, mó auê, no DP como treta,<br />Pele preta na gaveta, promoção do capeta,<br />Cidadão comum que põe a farda o diabo rege,<br />Tipo a serpente trocando de pele no Jardim do Éden,<br />Firmeza, firmão no segundo oitão,<br />Nem que seja no pau pra interpretação,<br />Pânico e terror na população,<br />Homens da lei botam medo muito mais que ladrão,<br />Ta tudo errado, ta tudo errado,<br />Os valores do país estão trocados,<br />Ta tudo errado, ta tudo errado,<br />Hoje é destemido quem deveria ser respeitado,<br />Toda ofensiva, com linhas á guiar,<br />Ou GOE, CIVIL, POLÍCIA MILITAR,<br />Se ligou, entendeu, precisou,<br />Alô, alô, ah, é só ligar.</p><p style="border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; ">Refrão:<br />Se chama a polícia eu viro uma onça,<br />Eu quero matar, pá, pá, pá, pá, pá, pá.</p><p style="border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; ">Alô polícia, alô polícia,<br />Onde é que vocês ta quando o meu povo disca,<br />Alô polícia, alô polícia,<br />Não haverá paz se não existe justiça,<br />Quem é quem, quem é quem, quem?<br />Quem é do mal, quem é do bem, vem me explicar,<br />Quem é que rouba e que mata,<br />007 manda mais um pra desordem,<br />O corpo apodrece na mata,<br />Neonazismo incorporado, eu to ligeiro não marco touca,<br />Vi Adolf Hitler ressuscitado, infiltrado nessa porra,<br />De quebrada, de viela, nos becos mó goela,<br />Propina na bocada ou truque na favela,<br />Então corra, corra da Sodoma e Gomorra,<br />No país da justiça o PM deu a louca,<br />Na blitz, no enquadro, o GOE com a doze na mão,<br />Vi a vida por um fio escorrendo no escadão,<br />Mas quem não deve não teme,<br />Não teme, se teme aqui treme,<br />Trombar na calada o camburão da PM,<br />Que adota o regime da ditadura,<br />Método eficaz da polícia é tortura,<br />Com o Robocop na rua a rota faz seu papel,<br />Controle remoto na mão, o anjo que caiu do céu,<br />Planeta Terra em perigo,<br />Cadê o defensor do fraco e oprimido,<br />Power Rangers aqui não tem, muito menos Superman,<br />Mas malfeitor eu to ligado que há mais de cem,<br />Lex Lutor fardado á paisana também,<br />Pau no gato, sem massagem, sem carinho neném,<br />A culpa do governo, uma remuneração,<br />Má preparação da corporação,<br />Ao invés de segurança é fábrica de ladrão,<br />Esquece da casa do pobre, só protege a mansão,<br />Generalização, não vou ser injusto não,<br />Tem mano que anda na linha e corre pelo ganha pão,<br />Corre pela justiça, não faz bico de ladrão,<br />Aí sentindo calo prossegue na missão,<br />Aqui ganso não, ladrão também não,<br />Que a justiça seja feita, hipocrisia não,<br />Copo cheio, favela de cima, negralha tem o dom,<br />Jurupita Condomínio mó satisfação.</p></div></div></span>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-40147619202235215562011-10-04T16:35:00.003-03:002011-10-04T17:05:21.975-03:00Desde caracol até Dandara<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2UIgTVngNiWwpDC5e8CLVe9wYVCHIBB_hl-sEuJS49_CMK67RcyqTvAKRZ805FcuMt5BA438VdkCXxDjPA5Bbu2PVgU4_b2SEXOauLAAEt6oR1-CcPw6nnAOZpDTi0fGTl4WNNJwRP0Y/s1600/Caracol.bmp" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2UIgTVngNiWwpDC5e8CLVe9wYVCHIBB_hl-sEuJS49_CMK67RcyqTvAKRZ805FcuMt5BA438VdkCXxDjPA5Bbu2PVgU4_b2SEXOauLAAEt6oR1-CcPw6nnAOZpDTi0fGTl4WNNJwRP0Y/s400/Caracol.bmp" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5659729193005873954" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXGD-K9tfwHJg7O6KkKrMS4OGf1J4qD8EM3Rwuk9ZEj5jJ0JDmoOn9q1-zUZ2RPuyitgTMSzuHPwsI1KBcBcfqbZ3UJUSUmgtI0v8yPQfLkPlRbLqLXdeytWz3uLjvsbDxMtrcGjUtdN8/s1600/Mexeu+com+Dandara.bmp" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 360px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXGD-K9tfwHJg7O6KkKrMS4OGf1J4qD8EM3Rwuk9ZEj5jJ0JDmoOn9q1-zUZ2RPuyitgTMSzuHPwsI1KBcBcfqbZ3UJUSUmgtI0v8yPQfLkPlRbLqLXdeytWz3uLjvsbDxMtrcGjUtdN8/s400/Mexeu+com+Dandara.bmp" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5659723056623470850" /></a><br /><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=YjtvaqpJ7_s">http://www.youtube.com/watch?v=YjtvaqpJ7_s</a><div><br /></div><div><br /></div><div>A cidade de Belo Horizonte; tão bonita, tão famosa, tão propagandeada como um dos "modelos" de administração, tão "perfeita", planejada, não dialoga com a realidade! Belo Horizonte é historicamente(talvez como quase todas as cidades brasileiras, latino americanas!) um palco do conflito entre a urbanização, a industrialização, a acumulação de capitais, os serviços, talvez não exatamente nessa ordem, e a ocupação dos territórios pelos trabalhadores, oriundos do campo, construtores da mesma, e que nela fazem sua história.</div><div> Não se pode dizer a partir de agora, muitos conflitos se passaram, muitos foram já expulsos do local que construíram(à revelia do direito constitucional da moradia!), a cidade é hoje, e não nos assustemos se sua gênese é mesmo esta, o local dos interesses privados de pequenos setores!</div><div> Entretanto, a cidade também é o local da batalha, dos confrontos, da política! É nela que se centraliza a administração, mas também nela que se coloca o avesso, o não, o contraditório daquilo que se decide em gabinetes, em rodas de negócios. A cidade para! Sim! Mesmo com uma mídia sem voz(ou com a voz da classe dominante), mesmo com a repressão, a cidade estaciona, pois os construtores dela não podem aceitar ficar do lado de fora, à espreita, esperando!</div><div> É na cidade que se concentra a produção do saber, a construção da cultura, o acesso(mesmo que negado) e é nela também que se construíram as instituições que privam de liberdade a classe trabalhadora(prisões, manicômios, unidades socioeducativas), e nela também se construiu espaços de dominação do pensamento(escolas, veículos de comunicação, etc).</div><div> Porém nessa mesma cidade se concentraram aqueles, únicos possíveis para a transformação dessa ordem! Aqueles que lutam por carregar na mão o destino de ser livre, de ser dono de sua própria história! Para além de ter casa, para além de ter acesso, para além do estômago, mas também com eles!</div><div><br /></div><div>Foi uma Caracol, é uma Dandara, mas seremos milhões! E não arredamos o pé!</div><div><br /></div><div>Dandara existe e resiste!</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Por uma Reforma Urbana popular e efetiva!</div><div>Pela democratização dos meios de comunicação!</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Laila, militante da Frente de Juventude das Brigadas Populares, MG</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-10119686607781797932011-09-28T05:44:00.003-03:002011-09-28T05:59:54.177-03:00"Respeito aos trabalhadores"<div><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB681nKCsuUB4tAd_J6Xof0W11ERwcuDGtdQTQRJFiE3y1pT7Zsit6erLMQyAq0YK1FcN4bBLnLDSQS7HJLxxlObGFmxTv33IbFo30h4tCRgOR44qFeO5vAgQcHmVMjRC3lRqZ0jKWMVY/s1600/PICT0483.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB681nKCsuUB4tAd_J6Xof0W11ERwcuDGtdQTQRJFiE3y1pT7Zsit6erLMQyAq0YK1FcN4bBLnLDSQS7HJLxxlObGFmxTv33IbFo30h4tCRgOR44qFeO5vAgQcHmVMjRC3lRqZ0jKWMVY/s400/PICT0483.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5657329128518955970" /></a> Questionados os professores do Estado de Minas Gerais sobre o fato de estarem fazendo uma greve política, eles responderam que a greve era pelo salário digno, pelo piso garantido por lei, por direitos de trabalhadores.<div> Acaso todo ato do ser humano não fosse um ato político, e bem diria o estandarte levantado pelos mesmos professores: "Educar é um ato político".</div><div> A ironia maior é ter que provar: sem imprensa, sem notícia, sem lugar na mídia, que o que se quer não é nada mais que um direito garantido, conquistado. Os professores estão conseguindo, mesmo com abstenções, mesmo com mentiras! A cidade foi mais uma vez ocupada e não tem jeito, a cidade é local do conflito! Conflitos de todos os níveis, neste caso, do conflito político! Da batalha das ideias! Acaso assim não fosse o que explicaria milhares de trabalhadores juntos? Como se define o movimento estudantil colocando palavras de ordem juntamente com os professores? Uma voz uníssona de muitos setores, mostrando a possibilidade da unidade pelo que nos é comum: o trabalho. O título é do professor, em greve de fome pelo seu direito ele lembra que "se pudesse falar ao governador pediria respeito não somente aos professores, mas aos trabalhadores"</div><div> Os trabalhadores de Minas avançam na contramão da política mau cheirosa, bem lembrada na foto. E ainda temos caminhos a seguir, trabalhadores dos correios e outros mais ainda em greve, nenhum passo atrás! Que a vitória seja mesmo de todos! Todos os trabalhadores e trabalhadores!</div><div> </div><div>Laila, militante da Frente de Juventude das Brigadas Populares.</div><div><br /><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><a href="http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/professores-estaduais-de-minas-suspendem-greve/n1597245420807.html">http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/professores-estaduais-de-minas-suspendem-greve/n1597245420807.html</a></div><div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div></div></div>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-637368587996624212011-09-21T06:05:00.001-03:002011-09-21T06:07:22.354-03:00Vândalos, bandidos, criminosos!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzF-7EGpY1DhQRpT_1_cGGTUDzb0niKYrqUjMJBjvS2YCZTF59HUf9dyQmIYtyTOwECxGjPDhaY1PdIEcZ0TOS1VCE6-UA4sV71mSP3ifQLayj38uW5UkStc0HKgYTIAk1P3Jj4P3EUhE/s1600/Vandalos.bmp" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 290px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzF-7EGpY1DhQRpT_1_cGGTUDzb0niKYrqUjMJBjvS2YCZTF59HUf9dyQmIYtyTOwECxGjPDhaY1PdIEcZ0TOS1VCE6-UA4sV71mSP3ifQLayj38uW5UkStc0HKgYTIAk1P3Jj4P3EUhE/s400/Vandalos.bmp" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5654736550428396162" /><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 15px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; background-color: rgb(255, 255, 255); font-size: small; "><table width="527" border="0" cellspacing="0" cellpadding="0"><tbody><tr><td align="left" valign="top" class="textoTimes12Autor" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; font-variant: normal; text-transform: none; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: none; font-style: italic; ">por Silvio Caccia Bava</td></tr><tr><td valign="top"><img src="http://diplomatique.uol.com.br/interf/spacer.gif" width="1" height="15" /></td></tr><tr><td valign="top" class="textoTimes14" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; font-style: normal; font-variant: normal; text-transform: none; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: none; line-height: 17px; "><p class="textoTimes14" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; font-style: normal; font-variant: normal; text-transform: none; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: none; line-height: 17px; "></p><p>É com essas palavras que a grande imprensa brasileira qualifica as revoltas juvenis de Londres, ecoando o surpreendente discurso do governo inglês, que as tratou como um caso de polícia e os manifestantes como criminosos. Nesta mesma toada estão sendo interpretadas as últimas grandes manifestações da juventude chilena, que saiu às ruas em centenas de milhares de pessoas, enfrentando a polícia com pedras, paus, coquetéis molotov, quebrando vidraças e ateando fogo em veículos.</p><p>É um endurecimento sem precedentes. No caso da Inglaterra, nenhuma das questões sociais que levaram esses jovens a um estado de revolta foi considerada. O argumento de transgressão da ordem, da prática de atos criminosos – o foco nos saques de estabelecimentos comerciais que vendem os ícones de consumo como telefones, ipads, computadores, roupas e calçados de grife, no incêndio de veículos – pretende dissociar estes atos do contexto em que ocorrem e criminalizar as manifestações e seus participantes.</p><p>Para esse comportamento, a resposta do Estado é a proibição das manifestações públicas, proibição da ocupação de praças, repressão, prisões, intimidação. Chegamos ao cúmulo de ver a justiça inglesa condenar a quatro anos de prisão dois jovens, de 20 e 21 anos, por convocarem através de seus telefones manifestações que, aliás, não ocorreram. </p><p>O tratamento dado pelos governos a essas manifestações, por meio da polícia e do judiciário, e a linha editorial dos jornais da grande imprensa, tanto inglesa quanto brasileira, reforça esse tipo de julgamento que associa tais atos a vandalismo, prefiguram tempos mais difíceis e mostram o quanto o sistema político e a grande mídia optaram não pelo diálogo com os manifestantes, mas por uma linha dura que não se dispõe a negociar ou ouvir as demandas que geram essas manifestações.</p><p>No caso das ações na Inglaterra, isso ocorre num contexto de crise financeira que envolve todo o continente, com os novos ajustes, dito claramente, cortes nas políticas públicas que todos os governos europeus estão fazendo, num momento em que acabou-se o Estado de bem-estar social e o desemprego cresce, a imigração é criminalizada, as políticas de proteção social cada vez mais se fragilizam. E a população mais pobre, isto é, as maiorias, verão sua existência ainda mais precarizada.</p><p>Neste novo cenário é previsível que ocorram por toda a Europa manifestações, como já são registradas em diferentes intensidades, na Grécia, na Espanha, na França, na Inglaterra. E o governo inglês sinaliza que, se houver novos protestos, eles serão reprimidos. Serão estes indícios de como os demais Estados tratarão a questão social?</p><p>Tratar essas mobilizações e revoltas juvenis que se espalharam por várias cidades como atos criminosos é negar-lhes o direito ao discurso.</p><p>Foi muito parecido o que aconteceu em Paris, em 2005. Estes mesmos jovens negros, moradores dos bairros mais pobres, foram vítimas da ação intimidatória do policiamento ostensivo. Um grupo deles, tentando escapar das humilhações, fugiu de uma abordagem da polícia. Três deles se esconderam em uma área de alta tensão de energia elétrica e morreram eletrocutados ou em decorrência das queimaduras. Esse momento foi a faísca que incendiou um contexto vivido por toda parte. E os jovens se revoltaram contra a morte de três colegas e, por toda a cidade, atearam fogo em 10 mil carros.</p><p>Afinal, o que eles querem? Alguém perguntou? Eles precisam quebrar mais para ser ouvidos?</p><p>A história das discriminações e violências cotidianas que sofrem esses jovens, pobres, na maioria negros, sem futuro, também não conta na análise dos últimos acontecimentos na Inglaterra. Foi aí, nos bairros mais pobres e precários, que começou a revolta. Aí, justamente em Totenham, onde o governo está cortando 75% das verbas para as políticas sociais para a juventude e endurecendo o policiamento ostensivo.</p><p>O que surpreende ainda mais é certa adesão popular a esse discurso de criminalização dos movimentos sociais, esse apoio para tratar como bandidos os participantes das revoltas. Mas para que esse apoio ocorra e as questões sociais sejam ignoradas, é preciso “informar” a opinião pública, papel em que a televisão e os jornais têm enorme importância. </p><p>Talvez porque tais revoltas não tenham conseguido expressar sua cara humana, dizer a que vêm, quais são suas demandas, talvez porque os cidadãos desconheçam essas práticas ou tenham lido e ouvido insistentemente os mesmos argumentos, esses jovens estão sendo tratados como criminosos. O governo traça uma linha de segregação e repressão que só pode levar a uma maior polarização da conjuntura. Se a repressão for eficiente agora para desmobilizar os descontentes, ela apenas adia o momento de novas explosões.</p><p>Vale nos perguntarmos aonde nos leva esse caminho. Vale nos perguntarmos a quem interessa implantar o domínio do medo. Vale nos perguntarmos que papel tem tido a mídia na formação da opinião pública sobre esses acontecimentos.</p><p></p><p class="textoTimes12Autor" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; font-variant: normal; text-transform: none; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: none; font-style: italic; line-height: 17px; ">Silvio Caccia Bava é editor de <span style="font-style: italic; ">Le Monde Diplomatique Brasil </span>e coordenador geral do Instituto Pólis.</p><div><br /></div></td></tr></tbody></table></span></a><a href="http://diplomatique.uol.com.br/editorial.php?edicao=50">http://diplomatique.uol.com.br/editorial.php?edicao=50</a><br /><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-21815979911228172402011-09-13T13:13:00.002-03:002011-09-13T13:22:40.011-03:00''A polícia do Rio é a que mais mata no mundo''<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEYdTf4wB8XVTB-TuZCsnoYDJfcLpBZjzb8LCy5JX9SHmU_VgemdtoEQWUqct2GAP7_iB8WqQnrb-SW5abkBQXF5D93JYFJZDP007lBnPJHArW9OWXHj_lBFdgvLbpSZDB98b73MSX0LY/s1600/violencia+policial.bmp" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 325px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEYdTf4wB8XVTB-TuZCsnoYDJfcLpBZjzb8LCy5JX9SHmU_VgemdtoEQWUqct2GAP7_iB8WqQnrb-SW5abkBQXF5D93JYFJZDP007lBnPJHArW9OWXHj_lBFdgvLbpSZDB98b73MSX0LY/s400/violencia+policial.bmp" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5651880332665896466" /></a><br /><span class="Apple-style-span" style="background-color: rgb(255, 255, 255); "><span id="yui_3_2_0_1_1315930402441153" style="font-size: 10pt; color: black; background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; "><span class="Apple-style-span" ><br /></span><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; "> </span><br /><em style="font-family: Arial; font-style: italic; "><span style="font-family: Arial; ">Fonte: Instituto Humanitas Unisinos</span></em><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Vera Malaguti Batista é secretária geral do Instituto Carioca de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Criminologia, embora esclareça que tem uma formação “mais social que</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">judicial”. Esteve na Argentina para encerrar a 9ª Conferência sobre</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Política de Drogas, organizada pela associação Intercambios en</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Congreso. Ali analisou os fenômenos midiáticos vinculados ao</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">narcotráfico, à intromissão militar nas favelas cariocas e à situação</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">carcerária.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Este último tema a motivou, junto com Pedro Viera Abramovay, a editar</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">um livro chamado Depois do grande encarceramento (Ed. Revan, 2010),</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">baseado nas colocações de um seminário realizado em 2008 no Rio de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Janeiro, quando de 110.000 presos no Brasil, em 1994, se passou para</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">500.000 14 anos depois.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Além de socióloga, Vera Malaguti Batista fez seu mestrado em História</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Social na Universidade Federal Fluminense e é doutora em Saúde</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Coletiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tornou-se</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">conhecida no ambiente acadêmico do Brasil depois da publicação de uma</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">pesquisa intitulada O medo na cidade do Rio de Janeiro. Dois tempos de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">uma história (Ed. Revan). Ali analisa as diferentes formas de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">controlar e disciplinar as massas empobrecidas, comparando o que</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">ocorria em 1800 e em 1900.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Deste estudo se desprende não apenas a influência dos meios de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">comunicação de massa, mas também da Igreja brasileira, que orientou os</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">medos para consolidar seus interesses, e a utilização do racismo para</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">intensificar o medo do outro. A autora também assinala a importância</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">do medo coletivo na construção das sociedades urbanas no Brasil.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Atualmente, Vera Malaguti Batista é professora de criminologia da</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Universidade Cândido Mendes e impulsiona uma mudança na legislação</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">sobre as drogas no Brasil, num momento em que os crimes relacionados</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">ao narcotráfico estão ficando sempre mais abundantes, como o da juíza</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Patrícia Ascioli, morta após condenar policiais que integravam</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">“esquadrões da morte” no Rio. A desinformação e a contra-informação,</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">diz, são essenciais para entender o retrocesso e os obstáculos para</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">implementar políticas de drogas mais humanas e eficazes.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">A entrevista é de Emilio Ruchansky e está publicada no jornal</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">argentino Página/12, 05-09- 2011. A tradução é do Cepat.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Eis a entrevista.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">O que é o Instituto de Criminologia?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">É um instituto de pesquisas. Temos uma revista que se chama Discursos</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Sediciosos. Crimes, direito e sociedade, onde trabalhamos temas</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">relacionados com o direito, mas também com a arte.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Vocês têm alguma relação com o Estado?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Nenhuma, somos totalmente independentes.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Como monitoram a incursão do governo carioca nas favelas?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Temos uma avaliação totalmente negativa de uma ocupação bélica das</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">favelas. É uma estratégia para fazer uma higienização da cidade para</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">os grandes negócios transnacionais olímpicos e futebolísticos.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Não é uma “pacificação”, como se propala a partir do governo?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Essa palavra no Brasil tem uma história. Eu investiguei o que</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">aconteceu em torno de 1830, quando o Brasil se tornou independente e</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">houve um monte de rebeliões, histórias muito lindas, de indígenas, de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">escravos. Fiz um livro sobre a chamada Revolta dos Malês, dos escravos</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">muçulmanos. “Pacificação” é uma expressão militar. Depois desta época</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">de revoluções republicanas, no sentido radical do termo, as forças</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">armadas do império brasileiro “pacificaram”. Isso quer dizer que em</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">lugares como o Estado do Grande Amazonas, que hoje é Amazonas e Pará,</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">matou-se metade da população. “Pacificação”, para quem conhece a</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">história do Brasil, equivale a “dominação de território”.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Ou a extermínio...</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Sim. Neste momento a polícia do Rio é a que mais mata no mundo. Este</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">mês estão “comemorando” que houve apenas 800 mortos no ano; há três</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">anos se chegou a 1.500. Essa é a “pacificação”, uma espécie de Pax</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Romana.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Neste momento o Rio é governado pelo PMDB, partido aliado do PT. Qual</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">é a sua opinião sobre essa gestão no Rio?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">O PMDB já existiu durante a ditadura militar. Está onde estão os</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">negócios. Agora são centro-esquerda, mas em suas fileiras há gente de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">centro-direita, é uma mistura. O governo do Rio tem uma agenda</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">politicamente correta, mas em segurança as UPPs (Unidades de Polícia</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Pacificadora) têm uma camuflagem, que é a guerra contra as drogas,</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">contra o crime, libertar as comunidades dessas máfias... mas por trás,</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">se pode ver no mapa das comunidades pacificadoras que todas estão ao</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">redor do Estádio do Maracanã, na zona Sul (Ipanema, Leblon), porque o</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Rio ainda tem favelas em áreas ricas; o belo é que é uma cidade</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">misturada.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Na verdade mora mais gente nas favelas que no perímetro histórico da</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">cidade. Isso se vê claramente antes de aterrissar no aeroporto</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">internacional.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Justamente, o caminho desde o aeroporto, ao redor dos grandes</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">estádios, nas zonas turísticas, tudo foi “pacificado”. Na semana</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">passada entraram na Mangueira, que é um bairro lindo. O que fizeram?</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Entraram com tanques da Marinha e destruíram casas e pequenos negócios</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">que são a economia local pobre. O município chama estas incursões de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">“choque de ordem”, é a política de higienização e o fim da verdadeira</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">economia desses bairros.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Há alguns anos, os comerciantes pagavam esquadrões para matar os</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">meninos pobres que andavam pelo centro. Isso voltou a acontecer?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Não, porque agora a polícia mata oficialmente em nome da pacificação e</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">da guerra contra o narcotráfico. Além disso, os comerciantes estão</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">tranquilos porque nas favelas pacificadas a polícia militar está</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">permanecendo. Se você quiser fazer a festa de batizado de seu filho</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">tem que pedir permissão à polícia militar, é um controle territorial,</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">intenso e militarizado.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Qual é a situação do baile funk neste contexto?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Está proibido nas comunidades.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Mas é a música mais popular e não só nas favelas.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">E nem sempre é violenta, mas às vezes é. Proibi-la faz parte da</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">demonização das atividades das favelas. Agora há funk oficial, do</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">governo. Estão cooptando artistas famosos para “o funk do bem”. Como é</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">uma manifestação cultural de massas no Rio, é um dos objetivos</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">militares.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">O funk carioca nos anos 1970 impulsionava o orgulho negro e também foi</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">perseguido pela ditadura.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">O próprio samba foi criminalizado no começo do século 20! Se você</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">ouvir os artistas negros perseguidos, como Bezerra da Silva, já</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">falecido, vai perceber os mesmos olhares sobre as áreas populares, as</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">mesmas estratégias, só que muda o leitmotiv; antes era o samba ou a</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">capoeira e agora é o baile funk. Também há a questão sexual.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">O baile funk é muito misógino.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Sim... mas há uma questão de certo puritanismo branco brasileiro.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Além disso, esta música fala do orgulho do usuário de drogas.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">É a crônica dessa vida oprimida. O proibidão (variante do baile funk)</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">inclusive é um desafio às investiduras policiais e à política</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">proibicionista.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">O controle da política militar reconfigurou a venda de drogas?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Houve mudanças na venda miúda, mas todos sabemos que o proibicionismo</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">não acaba coma venda de drogas. Os países mais rígidos são os que</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">apresentam maior crescimento na produção: Colômbia ou Peru, antes de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">(Ollanta) Humala. O Brasil quadruplicou, segundo o último relatório da</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">ONU, o tráfico de cocaína para fora do continente, como corredor. No</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Brasil temos 40 anos de fracasso coma proibição: aumentou a produção,</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">a comercialização, o consumo, a corrupção da polícia, a violência, de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">uma forma tremenda. Para que serve a política de drogas? Os objetivos</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">que propõe não existem.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Ao mesmo tempo é discriminatória... Notou-se na última marcha mundial</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">da maconha no Rio e em São Paulo.<br /><br />Esta va proibida. Meu marido, que é advogado, apresentou um habeas</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">corpus e conseguimos realizar a marcha no Rio, mas em São Paulo foi</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">proibida, e com tiros! Mas agora o Supremo Tribunal Federal disse que</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">não é apologia e legalizou as marchas. Estamos muito atrasados também</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">devido ao monopólio dos meios de comunicação; não temos jornais como o</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Página/12, que é um contraponto ao La Nación e ao Clarín. Creio que a</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Argentina, em todos os assuntos, tem uma agenda política vanguardista;</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">conjuga movimentos políticos populares com causas como o matrimônio</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">igualitário ou a despenalização da posse de drogas.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Mas no Rio há mais tolerância em certas zonas: fuma-se baseado na</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">praia, nas ruas. Por que isso não chega à política?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Rosa del Olmo, que foi uma grande professora venezuelana que morreu há</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">10 anos e desconstruiu nos anos 1970 essa real política norte-</span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">americana, dizia em relação às drogas que houve uma mistura de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">desinformação e contra-informação, que produziu uma saturação que é</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">funcional à ocultação do problema. Você tem uma espécie de massacre</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">midiático sobre o problema, mas as pessoas não têm informação sobre</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">indicadores de saúde ou propostas internacionais sobre o tema.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Como isto impacta sobre os usuários de drogas?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">No Brasil, o problema não é tanto a criminalização do consumo, que é</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">questão de classe média e está naturalmente descriminalizado. Quando</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">jovem, eu vivia no bairro Santa Teresa e agora moro em Ipanema. Em</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Ipanema, se alguém fuma, a polícia não faz nada, mas se vem um</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">vendedor ambulante fumando um baseado vai preso. Atualmente, no</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Supremo Tribunal Federal existe uma discussão muito qualificada, tanto</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">que no voto da sentença pela marcha o juiz Celso de Melo, que é um</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">jurista liberal, abriu a discussão para o uso terapêutico da maconha.</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Mas a opinião pública é monopolizada pelos jornais, pela Rede Globo e</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">por um contraponto evangélico que é pior ainda: tem sua rede de rádio</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">e televisão. Eles obstruem a discussão.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">O Supremo não diz nada sobre a despenalização do porte de drogas?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Esse assunto não chegou ao Supremo, tem que ser provocado.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">As pessoas vão presas, assim que deveria haver expedientes em trâmite.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Sim, mas o problema principal, onde se sangra literalmente, é no ponto</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">da venda que envolve os pobres. No Brasil, não existe uma</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">especificação na quantidade de maconha, por exemplo. É uma questão de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">interpretação. Eu investiguei mais de mil processos, quando começou</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">esta política repressiva, entre 1968 e 1978. Se há dois rapazes com a</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">mesma quantidade de drogas e um é branco de classe média é induzido a</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">ir a um psicólogo ou ao médico, mas se é pobre e negro e mora na</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">favela é considerado traficante. Creio que o problema é a demonização</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">do tráfico, do comerciante minorista. Então, penso que descriminalizar</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">apenas a posse vai produzir a mesma violência.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Também existem as internações obrigatórias pelo Código Penal, como na</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Argentina.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Existem e são inconstitucionais. Na guerra contra as drogas tudo é</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">permitido: torturas, assassinatos... Criou-se um senso comum tão forte</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">que quando a polícia entra nas favelas e mata 10 pessoas, eles dizem:</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">“São 10 traficantes”. E está tudo bem. Insisto em que o nosso problema</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">é a comercialização, assim como nos países andinos é a produção. Este</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">tema vai de par com a discussão pela despenalização, que é totalmente</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">correta e legítima.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Para além do Supremo, que postura tem o governo federal?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">O governo da Dilma tem uma Secretaria de Política de Drogas no</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Ministério da Justiça. A titular, Paulina do Carmo Arruda, deu uma</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">entrevista e disse que o crack, que é uma questão terrível,</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">estatisticamente em saúde pública é um problema irrisório. Quase a</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">mataram.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Como avalia neste sentido a experiência de Portugal?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Bom, Portugal descriminalizou o consumo. Há dois anos veio de lá a</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">antropóloga Manuela Ivonne da Cunha, que fez um estudo sobre as</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">prisões em Portugal e demonstrou que a descriminalização produziu um</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">aumento na prisão dos africanos que vendem pequenas quantidades.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Nunca um grande narcotraficante...</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">O mesmo acontece no Brasil, onde não existe um grande negócio de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">drogas, é apenas uma categoria fantasmática. É diferente na Colômbia.</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">O proibicionismo provocou os cartéis, como a máfia durante a lei seca.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Então, você acredita que se deve legalizar as drogas.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">É o que dizia Rosa del Olmo: controlar pela legalidade. Até o crack</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">pode ser controlado legalmente, como acontece com a heroína na Suíça</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">ou a maconha na Holanda. O nosso modelo deve ser soberano, nosso, de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">acordo com os nossos problemas. Outra coisa que diz Del Olmo é que a</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">agenda da guerra contra as drogas entrou na América Latina antes que</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">tivéssemos um problema efetivo, estatístico, de saúde, com o uso de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">drogas. Será que a guerra produziu o consumo? Até a ditadura militar,</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">no Brasil existia uma legislação sanitária sobre drogas ilícitas. Na</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">ditadura entrou o modelo bélico, policial, norte-americano. E também</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">se massificou o consumo de cocaína.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Atualmente, o Brasil é um porto de saída de cocaína para a Europa.</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Poderíamos considerar que esse é o verdadeiro negócio narco.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Um negócio institucionalizado, caso contrário, não aconteceria. É</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">gracioso, no Brasil sempre dizem “foi preso um grande traficante” e,</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">no final das contas, é um menino favelado. A realidade é que no</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">comércio ilícito as pessoas se brutalizam, não apenas elas, a polícia</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">também se brutaliza, vão se convertendo em matadores de pobres: eles</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">falam de “autorresistência”, que é uma metáfora para encobrir uma</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">execução policial. Além disso, se abriu um precedente perigoso: o uso</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">das forças armadas em funções policiais no caso da pacificação. E o</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">governo de Lula aprovou isto por lei... resultado: aumentou em 40% o</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">número de presos por tráfico entre 2003 e agora. No Rio há grupos que</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">vendem drogas e não negociaram com a polícia, como o Comando Vermelho,</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">e todas as UPPs vão para áreas do Comando Vermelho. A polícia fica com</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">o negócio.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Há alguns anos, Fernando Meirelles e José Padilha, diretores de Cidade</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">de Deus ou Tropa de Elite, garantiram que o usuário é cúmplice do</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">narcotráfico, deslocando o foco da discussão que deveria ser a reforma</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">da lei.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">O filme Tropa de Elite é uma apologia de uma tortura e a parte dois é</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">mais perversa ainda. Creio que eles acentuam a culpabilização do</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">consumidor; discordo deles nesse ponto. Dilma chamou Pedro Abramovay</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">para trabalhar na Secretaria de Políticas de Drogas e numa entrevista</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">disse que além de despenalizar a posse, talvez faltava pensar os</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">traficantes presos sem armas como vítimas do tráfico. Caiu. Dilma o</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">tirou. Influíram a opinião pública e o medo.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Conhece a Paulo Teixeira? É um deputado federal que propõe a reforma</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">da lei de drogas em seu país.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Sim, claro. Sofreu um massacre midiático por suas propostas. Tratam-no</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">de protetor, de narco. Meu marido diz que o discurso sobre os</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">traficantes é parecido com o religioso, ao de um herege: “Toma a alma</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">de nossos jovens”. O traficante aparece como alguém que vai à escola e</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">não como alguém que traz uma mercadoria que outro quer, como no</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">capitalismo. Eu gosto do capitalismo, mas bom...</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Reconhecer o uso é reconhecer o mercado...</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Mas aí entra o discurso que você mencionava antes: “Então, a culpa é</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">do consumidor que produz o mercado”. E começa a demonização do</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">usuário. É um círculo vicioso, sem objetividade. A guerra contra as</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">drogas só serviu para aumentar o poder discrecional da polícia, a</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">venda de armas e a legitimação da truculência contra os pobres, que é</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">algo histórico da polícia brasileira. Mas quando se pensa em mudar, as</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">pessoas entram em pânico: “Vão liberar”. “Como vai ser?” E como é</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">agora? Sabe quantos desaparecidos temos agora no Rio? 5.000 no ano</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">passado. Parte reaparece vivo... mas parte desses desaparecidos foram</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">mortos pela guerra contra as drogas.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Quem os faz desaparecer?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">A polícia brutalizada que produziu a guerra.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Quantos aparecem?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Não sei, são dados classificados. Temos um observador que diz que os</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">números da segurança no Rio são torturados. Além disso, quem dirige a</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">parte de estatística é um coronel do BOPE (Batalhão de Operações</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Policiais Especiais). Na semana passada tivemos um caso chocante no</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Rio. A polícia entrou numa favela e disparou contra dois meninos: um</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">foi ferido, o outro morreu e sumiram com o corpo. Esse menino estava</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">indo à escola. Nas áreas pobres é uma tragédia este modelo de</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">segurança máxima da UPP.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Tenho entendido que também há paramilitares.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Sim, as chamamos de “milícias”. São policiais que vivem dentro das</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">favelas, são esquadrões da morte. No começo, os prefeitos do Rio</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">disseram que eram uma “autodefesa contra o narcotráfico”, e as</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">permitiram. Depois se expandiram e agora é polícia... contra polícia,</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">porque as milícias querem ficar com parte do negócio das drogas. Antes</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">controlavam a venda de gás, os telefonemas ilegais, internet, a</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">economia informal. São máfia. As autoridades demoraram para se dar</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">conta disso, até agora que matam policiais. “Fazem hora extra, é</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">autodefesa contra o narco”, diziam.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Quem financia as milícias?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Elas se autofinanciam. Obrigam a pagar uma taxa de segurança e</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">proteção. E não se pode denunciá-las porque são policiais. É o segundo</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" id="yui_3_2_0_1_1315930402441150" style="font-family: Arial; ">emprego da polícia! Essa é a mistura louca que estamos vivendo no Rio.</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Esta semana também mataram um rapaz no morro. Disseram: “Era</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">traficante”. A família corre para provar que era trabalhador. Se fosse</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">traficante estaria tudo bem... esse é o problema.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Para a família também?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Às vezes, sim. Essa é a questão perversa. Claro que há lugares onde o</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">traficante é alguém da favela que mantém uma boa relação, outros são</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">de outras favelas e dominam o bairro pela força. O traficante não</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">existe como categoria fixa. Existe um comércio louco, pulverizado,</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">violento. Mas a polícia militar brutaliza muito os traficantes.</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Têm muitos policiais militares presos?</span><br /><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">Sim, muitos. Em geral, por assassinatos, e cada dia mais. Por isso,</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">nem os Estados Unidos deixam que suas forças armadas se metam em</span><span class="yiv35966992apple-converted-space" style="font-family: Arial; "> </span><br /><span class="yiv35966992apple-style-span" style="font-family: Arial; ">problemas internos.</span><br /></span></span>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-16204422125468885862011-08-25T07:01:00.001-03:002011-08-25T07:04:24.503-03:00Somos trabalhadores, somos a notícia!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYbukGzeVoGm7wd5fKC0mcAxW6bsf4b7UgjHDznquUKnh6z6ylLKa4BFKxPMw9X8R-fT9Bmp0ZKP9qipyDY_XkkJ94vu0tv4EWv-5vx2Dr5CeRxOcBp6Zp_YJAjrFtrOPjhotF6cl5naQ/s1600/PICT0180.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYbukGzeVoGm7wd5fKC0mcAxW6bsf4b7UgjHDznquUKnh6z6ylLKa4BFKxPMw9X8R-fT9Bmp0ZKP9qipyDY_XkkJ94vu0tv4EWv-5vx2Dr5CeRxOcBp6Zp_YJAjrFtrOPjhotF6cl5naQ/s400/PICT0180.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5644732268544193186" /></a>
<br /><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px; "><span class="Apple-style-span" ><p style="line-height: 16px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "> A notícia, a veiculação da verdade, a propagação do qeu realmente está acontecendo foram uma das pautas mais manifestadas na última assembleia dos professores, realizada ontem na Praça da Assembleia Legistativa. O que muito nos chama a pensar qual a forma de atingir a cidade(tão especulada, tão feita pra poucos, tão restrita!), quais mecanismos podemos ter para que o que se passsa seja dito, ou que uma nota pequena num jornal de grande circulação seja repudiada, e por fim, que convidem os representantes dos trabalhadores em educação para falar e não somente a secretária de planejamento e gestão do Governo de Minas.</p><p style="line-height: 16px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "> E é disso que falamos. Falamos da presença de milhares de pessoas! Milhares? Sim! Quem estava lá viu, quem fotografou prova, quem não que dizer não diga! Nós demos um jeito, os trabalhadores em educação estão nas ruas! e neste dia foram trabalhadores de vários movimentos sociais(do campo e da cidade), organizações políticas, movimento estudantil, sindicatos, que unidos num mesmo tom colocaram nas ruas de Belo Horizonte o que a mídia não coloca em seu noticiário; ou, quando coloca o faz de maneira enviesada e pervertida!</p><p style="line-height: 16px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "> Os trabalhadores em educação do estado de Minas Gerais reivindicam a lei! Isso! Absurdo não é? Mas é isso! Reivindicam um piso slarial profissional nacional que é lei! E que ontem foi, mais ainda reafirmado por um acórdão do Supremo Tribunal federal! É lei governador! Subsídio não! Piso salarial! Dignidade na carreira e na aposentadoria, façam bem as contas!</p><p style="line-height: 16px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "> As verdadeiras falas estão nas ruas, nas manifestações, nos cartazes, nas camisas e nos gritos que a cada dia vamos fazendo soar pelo ar tão monopolizado por uma mídia fascista, corrompida que não coloca a voz trabalhadora em sus pauta, mas arrumamos um jeito. Como diria um camarada: "nós ainda somos seis, mais ai deles quando formos sete!"</p><p style="line-height: 16px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "> </p><p style="line-height: 16px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">Pelo piso salarial profissional para os trabalhadores da educação do Estado de Minas Gerais!</p><p style="line-height: 16px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">Por Reforma Agrária, urbana e do ar(pela democratização da comunicação!)!</p><p style="line-height: 16px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "> </p><p style="line-height: 16px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">
<br /></p><p style="line-height: 16px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">
<br /></p><p style="line-height: 16px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">Laila, professora ainda não em exercício por falta de colocação(?!), e militante da frente de juventude das Brigadas Populares!</p></span></span>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-23231523609812954412011-08-07T21:00:00.001-03:002011-08-07T21:02:24.536-03:00Una declaración brillante y valiente<span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: 19px;"><b>Reflexiones de Fidel Castro<br /></b></span></span><p align="center" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><img src="http://www.ain.cu/2011/julio/03eg-fidel-chavez2.jpg" width="489" height="391" alt="03eg-fidel-chavez2.jpg (70796 bytes)" /></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >La atención a otros asuntos ahora prioritarios, me apartaron momentáneamente de la frecuencia con que elaboré reflexiones durante el año 2010, sin embargo, la proclama del líder revolucionario <a title="Hugo Chávez Frías" href="http://www.cubadebate.cu/categoria/hugo-chavez-frias/">Hugo Chávez Frías</a> el pasado jueves 30 me obliga a escribir estas líneas.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >El presidente de Venezuela es uno de los hombres que más ha hecho por la salud y educación de su pueblo; como son temas en los que mayor experiencia ha acumulado la Revolución cubana, gustosamente colaboramos al máximo en ambos campos con este hermano país.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >No se trata en absoluto de que ese país careciera de médicos, por el contrario, los poseía en abundancia e incluso entre ellos profesionales de calidad, como en otros países de América Latina. Se trata de una cuestión social. Los mejores médicos y los más sofisticados equipos podrían estar, como en todos los países capitalistas, al servicio de la medicina privada. A veces ni siquiera eso, porque en el capitalismo subdesarrollado, como el que existía en Venezuela, la clase rica contaba con medios suficientes para acudir a los mejores hospitales de Estados Unidos o Europa, algo que era y es habitual sin que nadie pueda negarlo.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Peor aún, Estados Unidos y Europa se han caracterizado por seducir a los mejores especialistas de cualquier país explotado del Tercer Mundo para que abandonen su patria y emigren a las sociedades de consumo. Formar médicos para ese mundo en los países desarrollados implica fabulosas sumas que millones de familias pobres de América Latina y el Caribe, no podrían pagar nunca. En Cuba sucedía eso hasta que la Revolución aceptó el reto, no solo de formar médicos capaces de servir a nuestro país, sino a otros pueblos de América Latina, el Caribe o del mundo.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Jamás hemos arrebatado las inteligencias a otros pueblos. En cambio en Cuba se han formado gratuitamente decenas de miles de médicos y otros profesionales de alto nivel para devolverlos a sus propios países.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Gracias a sus profundas revoluciones bolivarianas y martianas, Venezuela y Cuba son países donde la salud y la educación se han desarrollado extraordinariamente. Todos los ciudadanos tienen derecho real a recibir gratuitamente educación general y formación profesional, algo que Estados Unidos no ha podido ni podrá garantizar a todos sus habitantes<strong>.</strong> Lo real es que el gobierno de ese país invierte cada año un millón de millones de dólares en su aparato militar y sus aventuras bélicas. Es además el mayor exportador de armas e instrumentos de muerte y el mayor mercado de drogas del mundo. Debido a ese tráfico, decenas de miles de latinoamericanos pierden la vida cada año.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Es algo tan real y tan conocido, que hace más de 50 años, un Presidente de origen militar denunció, con tono amargo, el poder decisivo acumulado por el complejo militar industrial en ese país.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Estas palabras estarían de más si no mediara la odiosa y repugnante campaña desatada por los medios de difusión masiva de la oligarquía venezolana, al servicio de ese imperio, utilizando las dificultades de salud que atraviesa el Presidente bolivariano. A este nos une una estrecha e indestructible amistad, surgida desde que visitó por primera vez nuestra patria, el 13 de diciembre de 1994.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >A algunos les extrañó la coincidencia de su visita a Cuba con la necesidad de atención médica que se produjo. El Presidente venezolano visitó a nuestro país con el mismo objetivo que lo llevó a Brasil y Ecuador. No traía intención alguna de recibir servicios médicos en nuestra patria.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Como se conoce un grupo de especialistas cubanos de la salud prestan, desde hace años, sus servicios al Presidente venezolano, que fiel a sus principios bolivarianos, jamás vio en ellos extranjeros indeseables, sino hijos de la gran Patria Latinoamericana por la cual luchó el Libertador hasta el último aliento de su vida.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >El primer contingente de médicos cubanos partió hacia Venezuela cuando se produjo la tragedia en el estado de Vargas, que costó miles de vidas a ese noble pueblo. Esta acción de solidaridad no era nueva, constituía una tradición arraigada en nuestra patria desde los primeros años de la Revolución; desde que hace casi medio siglo médicos cubanos fueron enviados a la recién independizada Argelia. Esa tradición se profundizó a medida que la Revolución cubana, en medio de un cruel bloqueo, formaba médicos internacionalistas. Países como Perú, la Nicaragua de Somoza y otros del hemisferio y el Tercer Mundo, sufrieron tragedias por terremotos u otras causas que requirieron la solidaridad de Cuba. Así nuestra patria se convirtió en la nación del mundo con más alto índice de médicos y personal especializado en salud, con elevados niveles de experiencia y capacidad profesional.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >El Presidente Chávez se esmeró en la atención de nuestro personal de salud. Así nació y se desarrolló el vínculo de confianza y amistad entre él y los médicos cubanos que fueron siempre muy sensibles al trato del líder venezolano, el cual por su parte, fue capaz de crear miles de centros de salud y dotarlos de los equipos necesarios para prestar servicios gratuitos a todos los venezolanos. Ningún gobierno del mundo hizo tanto, en tan breve tiempo, por la salud de su pueblo.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Un elevado porcentaje de personal cubano de la salud prestó servicios en Venezuela y muchos de ellos actuaron además como docentes en determinadas materias impartidas para la formación de más de 20 mil jóvenes venezolanos que comienzan a graduarse como médicos. Muchos de ellos comenzaron sus estudios en nuestro propio país. Los médicos internacionalistas integrantes del Batallón 51, graduados en la <a title="ELAM" href="http://www.cubadebate.cu/etiqueta/elam/">Escuela Latinoamericana de Ciencias Médicas</a>, han ganado un sólido prestigio en el cumplimiento de complejas y difíciles misiones. Sobre esas bases se desarrollaron mis relaciones en ese campo con el presidente Hugo Chávez.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Debo añadir que a lo largo de más de doce años desde el 2 de febrero del año 1999, el Presidente y líder de la Revolución venezolana no ha descansado un solo día, y en eso ocupa un lugar único en la historia de este hemisferio. Todas sus energías, las ha consagrado a la Revolución.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Podría afirmarse que por cada hora extra que Chávez dedica a su trabajo, un Presidente de Estados Unidos, descansa dos.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Era difícil, casi imposible, que su salud no sufriera algún quebranto y eso sucedió en los últimos meses.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Persona habituada a los rigores de la vida militar, soportaba estoicamente los dolores y molestias que con frecuencia creciente lo afectaban. Dadas las relaciones de amistad desarrolladas y los intercambios constantes entre Cuba y Venezuela, sumada a mi experiencia personal con relación a la salud, que viví desde la proclama del 30 de julio del año 2006, no es raro que me percatara de la necesidad de un chequeo riguroso de la salud del Presidente. Es demasiado generoso de su parte, atribuirme algún mérito especial en este asunto.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Admito, desde luego, que no fue fácil la tarea que me impuse. No era para mí difícil percatarme de que su salud no andaba bien. Habían transcurrido 7 meses desde que se realizó su última visita a Cuba. El equipo médico dedicado a la atención de su salud me había rogado que hiciera esa gestión. Desde el primer momento la actitud del Presidente era informar al pueblo, con absoluta claridad, su estado de salud. Por ello, estando a punto ya de regresar, a través de su Ministro de Relaciones Exteriores, informó al pueblo sobre su salud hasta ese instante y prometió mantenerlo detalladamente informado.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Cada cura iba acompañada por rigurosos análisis celulares y de laboratorio, que en tales circunstancias se realizan.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Uno de los exámenes, varios días posteriores a la primera intervención, arrojó resultados que determinaron una medida quirúrgica más radical y el tratamiento especial del paciente.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >En su digno mensaje del 30 de junio, el Presidente notablemente recuperado habla de su estado de salud con toda claridad.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Admito que para mí no fue fácil la tarea de informar al amigo de la nueva situación. Pude apreciar la dignidad con que recibió la noticia que -para él con tantas tareas importantes que llevaba en la mente, entre ellas el acto conmemorativo del Bicentenario y la formalización del acuerdo sobre la unidad de América Latina y el Caribe- mucho más que los sufrimientos físicos que implicaba una cirugía radical, significa una prueba que como expresó la hizo comparar con los momentos duros que le tocó enfrentar en su vida de combatiente indoblegable.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Junto a él, el equipo de personas que lo atienden y que él calificó de sublimes, han librado la magnífica batalla de la que he sido testigo.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Sin vacilación afirmo que los resultados son impresionantes y que el paciente ha librado una batalla decisiva que lo conducirá y con él a Venezuela, a una gran victoria.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Hay que hacer que su alegato se comunique al pie de la letra en todas las lenguas, pero sobre todo que sea traducido y subtitulado al inglés, un idioma que pueda entenderse, en esta Torre de Babel que el imperialismo ha convertido el mundo.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><small><span >Ahora los enemigos externos e internos de Hugo Chávez están a merced de sus palabras y sus iniciativas. Habrá sin dudas sorpresas para ellos. Brindémosle el más firme apoyo y confianza. Las mentiras del imperio y la traición de los vendepatrias serán derrotadas. Hoy hay millones de venezolanos combativos y conscientes, que la oligarquía y el imperio no podrán volver a someter jamás.</span></small></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><strong>Fidel Castro Ruz<br />Julio 3 de 2011<br />4 y 12 p.m.</strong></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><strong> </strong><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 16px; "><a href="http://www.ain.cu/2011/julio/03eg-reflexiones.htm">http://www.ain.cu/2011/julio/03eg-reflexiones.htm</a></span></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><br /></p><p style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><br /></p>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-69236176569572978732011-07-30T13:24:00.000-03:002011-07-30T13:25:22.334-03:00Adolescente<div><br /></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=_QeQprtHJjw">http://www.youtube.com/watch?v=_QeQprtHJjw</a></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; "><span style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 10px; "><span >ADOLESCENTE</span><br /><br />(Maiakóviski)</span><b><br /></b></span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'Courier New'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "> </pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">A juventude de mil ocupações. </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre id="yui_3_2_0_5_131204303639884" style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span id="yui_3_2_0_5_131204303639881" style="font-size: 12px; ">Estudamos gramática até ficar zonzos. </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">A mim </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">me expulsaram do quinto ano </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">e fui entupir os cárceres de Moscou. </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">Em nosso pequeno mundo caseiro<br /></span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">brotam pelos divãs </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">poetas de melenas fartas. </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">Que esperar desses líricos bichanos? </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">Eu, no entanto, </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">aprendi a amar no cárcere. </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">Que vale comparado com isto </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">a tristeza dos bosques de Boulogne? </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">Que valem comparados com isto </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">suspirosante a paisagem do mar? </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">Eu, pois, </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">me enamorei da janelinha da cela 103 </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">da "oficina de pompas fúnebres". </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">Há gente que vê o sol todos os dias </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">e se enche de presunção. </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">"Não valem muito esses raiozinhos" </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">dizem. </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">Eu, então, </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">por um raiozinho de sol amarelo </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">dançando em minha parede </span></pre></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><pre style="display: block; font-family: 'trebuchet ms'; margin-top: 0pt; margin-right: 0px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0px; white-space: pre; line-height: 16px; word-spacing: 0pt; color: rgb(0, 0, 0); "><span style="font-size: 12px; ">teria dado todo um mundo </span></pre></span><div style="color: rgb(69, 69, 69); font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; "><span style="font-size: 12px; "><br /></span></div></div>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-65965711339990477252011-07-24T19:20:00.006-03:002011-07-24T19:41:41.999-03:00"Eles mais morrem do que matam"*<div><br /></div><div>Tomando a licença para chamar atenção ao tema..."eles mais morrem do que matam"</div><div><br /></div>Tóxica é a droga da segregação**<br /><ol><li>Virgílio de Mattos</li></ol><div style="text-align: justify;">“Para os EUA e seus estimados 14,8 milhões de usuários de drogas ilícitas, é impossível julgar ou condenar países, como a Colômbia e o México, que apenas estão respondendo (viva o mercado livre!) à demanda norte-americana (...) No fim do caminho, só existe uma solução (...): legalizar e descriminalizar o uso de drogas. O problema é que essa deveria ser uma decisão global, sem nenhuma exceção. O benefício seria este: embora os viciados em drogas continuassem a existir, ninguém ficaria rico com o sofrimento deles. Isso foi o que aconteceu quando a Lei Seca foi revogada nos EUA em 1933. Os bêbados continuaram existindo, mas não houve outros Al Capones”. 2</div><div style="text-align: justify;">Queria dizer a vocês que a única epidemia real no imaginário do “combate às drogas” é a estupidez. A burrice de tentarmos trabalhar com metáforas militares uma questão que está no limite do desejo. Seja prazer ou pulsão de morte não podemos, entre o trágico e o cômico, fazer coro aos desafinados contentes que lucram com a segregação. Aqui não.</div><div style="text-align: justify;">Sabemos que a vida é louca, que o bagulho é doido e que o processo é que é sempre lento, como dizem os presos desde o passado longínquo quando as Ordenações Filipinas, como todo texto legal de sua época, misturava conceitos do direito romano e canônico, estávamos em 1603.</div><div style="text-align: justify;">E observem que de lá pra cá o discurso muda muito, enquanto a prática muda pouco.</div><div style="text-align: justify;">No título LXXXIX, das Ordenações Filipinas o legislador confunde substância entorpecente, ou tóxica com substância venenosa...Veja-se:</div><div style="text-align: justify;">“Que ninguém tenha em sua casa rozalgar , nem o venda, nem outro material venenoso”. </div><div style="text-align: justify;">Só pode ser o tal “barato do veneno” que minha geração gostava tanto e que levou muitos, mas vamos “deixar baixo”, como diz o preso.</div><div style="text-align: justify;">O Código Criminal do Império, de 1830, dá um certo descanso à matéria, e só com o Regulamento de 29 de setembro de 1851, disciplinando a polícia sanitária e a venda de substâncias medicinais é que teríamos a “nova legislação” do Brasil independente – independente dos portugueses, apenas dos portugueses. </div><div style="text-align: justify;">Esta era a previsão, ou o tipo penal, do legislador republicano de 1890:</div><div style="text-align: justify;">“Expor à venda ou ministrar substâncias venenosas sem legítima autorização e sem formalidades previstas nos regulamentos sanitários”.</div><div style="text-align: justify;">Nosso vício de origem, até hoje, continua sendo o Decreto-lei n. 891, de 25 de novembro de 1938. Seu texto, comenta-se, teria sido inspirado na Convenção de Genebra, de 1936, e traz, pela primeira vez sistematizada, a relação das substâncias consideradas entorpecentes, garantia para o homem comum – que tem na listagem da substância proibida, um limite -, que vê, pela primeira vez, estabelecido o desenho mais tarde incorporado por todas as legislações antitóxicos, vigendo até hoje: normas restritivas de produção, tráfico e consumo, bem como a hipótese de internação e interdição do usuário de drogas.</div><div style="text-align: justify;">São, não mínimo, 75 anos de modelo equivocado. Lucrativo para alguns, mas equivocado.</div><div style="text-align: justify;">Como se vê, o absurdo desse controle é antigo, mas as pessoas continuam usando substâncias, proibidas ou não, que produzem euforia, calma, agitação, pasmaceira, sono, fome, prazer ou dor. Cada um goza como pode e como quer. Afastado, obviamente, alguns limites entre adultos e crianças e ausência de coação. Quanto ao resto é a segunda parte da música do Tim Maia: vale tudo mesmo!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Cada momento vivido por qualquer sociedade, teve sua substância “da moda” proibida ou reprimida. Mas a imbecil ideia de que haveria uma teoria do “trampolim” para outras drogas, mais "pesadas", mais “difíceis”, sempre custou muito esforço pra eu entender. Onde é que já se viu? O menino começa a comer açúcar e, inexoravelmente estará injetando cocaína nas veias passados alguns anos?</div><div style="text-align: justify;">Mais o diabo mais feio, dizem, é o crack. </div><div style="text-align: justify;">As mais antigas provas arqueológicas do consumo humano da folha de coca, datam do IV período pré-cerâmico, que se estende desde o ano 2.500, até o ano 1.800 A.C.</div><div style="text-align: justify;">A presença milenar da coca nas sociedades andinas também pode ser comprovada pelo costume ancestral de enterrar junto aos mortos, bolsas com folhas de coca para “el largo viaje a la eternidad”. </div><div style="text-align: justify;">A coca é originária da região de Macchu-Yunga, no antigo Alto Perú (hoje Bolívia), e é extraída de um arbusto erithroxylon coca lam que alcança até três metros de altura e produz flores amarelas e frutos vermelhos, têm umas folhas ovais características que chegam a medir de três a sete centímetros de altura, por três de largura. </div><div style="text-align: justify;">A cocaína é um alcalóide que se extrai da folha de coca, cuja fórmula química é C17 H21 NO4. Seu isolamento em laboratório e sua identificação como o principal dos numerosos alcalóides que contém a coca teve lugar na Alemanha, entre 1855 e 1862, ainda que o princípio básico da produção do que hoje se denomina “pasta” (ou pasta básica) de coca (mescla de alcalóide composta de dois terços de cocaína) já fosse conhecida pelos índios colombianos desde muito antes.</div><div style="text-align: justify;">O descobrimento da cocaína foi resultado de uma época em que a Europa começava a levar a sério as virtudes da folha de coca, graças, sobretudo, à obra do neurologista italiano PAOLO MANTEGASSA, Sulie virtio igieniche e medicinale della Coca, Milano, 1859. Durante muito tempo se continuou falando da coca quando se pensava na cocaína, confundindo ambos os termos ou mesmo atribuindo à cocaína todas as propriedades conhecidas da coca (como se fosse sua essentia ou seu único princípio ativo).</div><div style="text-align: justify;">Do mesmo 1884 a publicação do ensaio Über Coca, de SIGMUND FREUD, que despertou o primeiro interesse geral sobre a droga. Freud tampouco distinguia a coca da cocaína e as recomendava indistintamente contra todo tipo de enfermidades, especialmente para aliviar tensão nervosa, fadiga e a neurasthenia (mal-estar físico). Ainda que tenha abandonado suas investigações sobre a cocaína em 1887, Freud deixou claramente firmado que devia ser considerado como um estimulante do tipo da cafeína e não como narcótico do tipo do ópio (papaver soniferum) e da maconha.</div><div style="text-align: justify;">A partir da última década do século XIX o multidisciplinar uso terapêutico do extrato de coca começou a ser desbancado (sob os “generosos auspícios” da PARKE DAVIS) pelo consumo da cocaína pura, com fins recreativos, em forma de pó inalatório, tal como a temos hoje. Este tipo de uso estendeu-se rapidamente por todas as classes sociais, tanto nos EUA, quanto na Europa. </div><div style="text-align: justify;">ROSA DEL OLMO (1996, p. 77) advertia:</div><div style="text-align: justify;">“O econômico é um aspecto difícil de separar dos aspectos que envolvem o cultivo e uso da folha de coca, já que para a maioria da população indígena dos Andes – isto é, para uns oito milhões de habitantes – não existe nenhum ato da vida doméstica, social ou religiosa no qual a coca não desempenhe algum papel”.</div><div style="text-align: justify;">Mas o demônio é o derivado mais fácil de ser produzido e relativamente recente na crônica policial do país, o crack – onomatopéia da droga “estalando”, quando é fumada.</div><div style="text-align: justify;">É introduzida no porto de Santos-SP, no início dos anos 1980 -, um subproduto do refino da cocaína, ou mesmo a partir dela própria “cozinhado”, é fumado, em vez de inalado ou injetado – como a própria cocaína. Tomou conta do litoral e do interior agro-industrial do estado de São Paulo, sem falar na capital e hoje está disseminado menos nas pequenas cidades. </div><div style="text-align: justify;">Em Belo Horizonte é encontrado no cinturão de favelas que cerca a capital em 9, entre 10 ocorrências policiais. A única droga presente em 100% das ocorrências policiais atende pelo prosaico nome de "cachaça". </div><div style="text-align: justify;">Data do início dos anos 1990 a sua vulgarização - dado ao seu baixo preço e altíssimo poder de adição – devastando do explorador ao explorado, sem qualquer distinção, nem de classe.</div><div style="text-align: justify;">Junto ao álcool vem aparecendo em muitos crimes violentos, e, em especial, em furtos qualificados pelo rompimento de obstáculo – leia-se quebras de vidros de veículos - desde meados dos anos 1990. Mas é o álcool a droga presente na maioria dos crimes, sejam violentos ou não.</div><div style="text-align: justify;">Como assinala ROSA DEL OLMO (1990, p. 46) :</div><div style="text-align: justify;">“[...] tudo dependia na América Latina de quem consumia [droga]. Se eram os habitantes de favelas, seguramente haviam cometido um delito, porque a maconha os tornava agressivos. Se eram os ‘meninos de bem’, a droga os tornava apáticos”.</div><div style="text-align: justify;">O tráfico não era a indústria vista hoje, com capital financeiro incluído entre as atividades mais rentáveis, atrás apenas do contrabando de gente, armas e munições. O sistema legal antitóxicos baseia-se na tese (velha de Feürbach) da prevenção geral – teoria da coação psicológica -, reabilitação dos dependentes - que não passa, na prática, de falácia, engodo e giro na roda da fortuna do parque de diversões da indústria do crime – tentando evitar, no discurso teórico, que estes, em função do vício, cometam delitos de outra natureza.</div><div style="text-align: justify;">Dito em português claro: é crer que coelhos botam ovos de chocolate.</div><div style="text-align: justify;">A droga “pesada” que impera na maioria dos crimes violentos é a cachaça!</div><div style="text-align: justify;">Além da lei, o que há?</div><div style="text-align: justify;">Obviamente a questão não é legislativa, não pode ser legislativa. Se não é legislativa é volitiva? Podemos concordar que só aquele que quer deixar uma adição pode ser acompanhado para isso, sem volição não há nenhuma possibilidade de ação, vocês não me perdoem.</div> <div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não há de ser possível incluir segregando. Não é factível que se obrigue a alguém a deixar de fazer uso de uma substância pela proibição legal ou ameaça de internação. Assim fosse, bastaria que proibíssemos a estupidez.</div><div style="text-align: justify;">Só é possível trabalharmos a questão do crack com aquele que quer sair do seu uso. Caso contrário apenas estaremos engordando ratos já muito gordos</div><div style="text-align: justify;">Estamos dizendo não, vão à merda! Àqueles que propõem a internação involuntária como solução de/para alguma coisa, quem dirá da adição ao crack.</div><div style="text-align: justify;">São parasitas, filhos da puta -ia dizendo, mas refreei-me a tempo- conhecidos que dizem ser capazes de tratar se trancar. Como tratar, vamos lá concedo a expressão, se estão trancados contra a vontade?</div><div style="text-align: justify;">Desesperado pra ter paciência, pra dizer com Tom Zé, com esses sacanas, que fazem mágica, que acabam com o vício e a dor de corno em três dias e relaxam o flagrante e trazem a pessoa amada em sete.</div><div style="text-align: justify;">Pela atenção, pelo carinho com que me receberam, meu muito obrigado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">1- Graduado, especialista em ciências penais e mestre em direito pela UFMG. Doutor em Direito pela Università Degli Studi di Lecce (IT). Do Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade. Do Fórum Mineiro de Saúde Mental. Autor de Crime e Psiquiatria – Preliminares para a Desconstrução das Medidas de Segurança, A visibilidade do Invisível e De uniforme diferente – o livro das agentes, dentre outros. Advogado criminalista. virgilio@portugalemattos.com.br </div><div style="text-align: justify;">2-Carlos Fuentes, apud Mylton Severiano, Caros Amigos – Ed. Casa Amarela : SP, ano IV – número 48 – março 2001.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">*como diria comentários finais de Virgílio citando a Laura: "olhemos de perto essa juventude, esses meninos, eles mais morrem do que matam!"</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">**Texto apresentado em Roda de Conversa: "Políticas Públicas de álcool e outras drogas", promovido pelo CRP-MG</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pelo fim de manicômios e prisões!</div><div style="text-align: justify;">Contra a Redução da Maioridade Penal!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-72870559548361704812011-07-19T06:35:00.003-03:002011-07-19T06:44:31.630-03:00A droga da mídia<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibGb8wtlT60JPLURscmjCdJUX9fkm1LIwfCT_dAuyR6alNWI2TpF96ZC59seOne_4TVxDcH9nWt_YnAEER3-92Raph-jT2YluRZV-b_lSMqmD6r-UZ9uIhvlhYI1oGrw17oynd8dkMPIY/s1600/mea+culpa.bmp"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 325px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibGb8wtlT60JPLURscmjCdJUX9fkm1LIwfCT_dAuyR6alNWI2TpF96ZC59seOne_4TVxDcH9nWt_YnAEER3-92Raph-jT2YluRZV-b_lSMqmD6r-UZ9uIhvlhYI1oGrw17oynd8dkMPIY/s400/mea+culpa.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5630996764399330562" /></a><br /><br /><br />Mais do que não se saber o que fazer com o crack, não se sabe falar dele<br />Antonio Lancetti*<br /> <br />Com honrosas exceções, como a matéria de Eduardo Duarte Zanelato publicada pela revista Época, caderno São Paulo, no dia 27 de março passado e intitulada "Elas tiram as pedras do caminho, a rotina das agentes de saúde que trabalham na cracolândia para convencer os usuários de drogas a se tratarem da dependência", a mídia tem se dedicado a publicar matérias e programas televisivos sensacionalistas e irresponsáveis a respeito do crack.<br /><br />Muitas equipes de reportagem acompanharam o trabalho de agentes de saúde, enfermeiros e médicos que conseguem romper o cerco que existe entre esses intocáveis e o resto da sociedade. Foram testemunhas da persistência desses trabalhadores do SUS, do conhecimento de histórias de pessoas com vidas difíceis, quando não escabrosas, que são cuidados, que pedem ajuda. Mas não deram uma linha a respeito.<br /><br />Esses repórteres conheceram homens, mulheres, jovens e crianças que deram um curso inesperado a suas vidas, e estão sendo atendidos pelas equipes de saúde da família ou pelos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS Álcool e Drogas e Infantil da Sé, mas preferem divulgar a ideia de que, se você fumar uma pedra de crack, nunca mais se livrará dela, que a pedra custa cinco reais e que por dois reais você pode adquirir outra destilada com querosene ou gasolina chamada oxi. E dá o endereço: Rua Dino Bueno com Helvetia ou seu entorno chamado "cracolândia paulistana".<br /><br />Depois da carga midiática, a população flutuante que frequenta a região dos Campos Elíseos e adjacências aumentou significativamente. Se durante a semana há centenas de pessoas nas ruas usando crack, durante o fim de semana são milhares. É só conferir.<br /><br />Em 1979, Gilles Deleuze produziu um texto luminoso que começa afirmando: "Está claro que não se sabe o que fazer com a droga (mesmo com os drogados), porém não se sabe melhor como falar dela" (Duas Questões, in SaúdeLoucura 3, Hucitec, São Paulo, 1991). Hoje, em 2011, também não sabemos o que fazer com a droga, temos muitas dificuldades para cuidar dos drogados e não sabemos, ou sabemos muito mal falar dela.<br /><br />Quando alguém se candidata a tratar, cuidar ou, ilusoriamente, salvar essas pessoas, passa a fazer parte de um conjunto-droga: produção, distribuição, consumo, repressão, tratamento... Ser cuidador dessas pessoas requer adentrar em um território complexo, controverso e fascinante.<br /><br />De que serve o consultório se eles não vão às consultas? Ou as unidades de saúde que abrem às 7 horas da manhã, se a vida nas bocadas invade a madrugada?<br /><br />Em São Paulo, os profissionais do Sistema Único de Saúde conseguem se vincular com essas pessoas, baseados na práxis do cuidado, na posição ética de defensores da vida e de promotores de cidadania. Mas esses profissionais enfrentam inúmeros obstáculos.<br /><br />Quanto custa conhecer a biografia de um "noia"? Conseguir que a pessoa tire seus documentos e adira ao tratamento de sua tuberculose, sífilis ou AIDS? Ainda mais quando chegam os guardas municipais, com seus famosos rapas e deixam essas pessoas sem documento e sem remédios. O afeto dos agentes de saúde colide com o gás de pimenta da GCM Guarda Civil Metropolitana, a truculência da Polícia Militar, a falta de vagas em abrigos, a ausência de locais atrativos para homens e mulheres como um dia foi o Boraceia.<br /><br />Na edição 56 da revista Piauí, Roberto Pompeu de Toledo, em "Crianças do Crack", mostrou detalhes da vida de alguns jovens e algumas crianças e o impasse sistemático da metodologia do Serviço de Atenção Integral ao Dependente (SAID), hospital psiquiátrico conveniado com a Prefeitura de São Paulo e que importa um pacote de tratamento norte-americano.<br /><br />Os meninos e meninas magistralmente descritos nessa matéria lá estão, em sua grande maioria graças ao vínculo de confiança conquistado pelos agentes de saúde, médicos e enfermeiros do Projeto Centro Legal e do Programa de Saúde da Família do Centro da Cidade de São Paulo. Porém, uma vez lá internados, nessa e em outras clínicas, eles perdem o contato com seus cuidadores. A metodologia centrada exclusivamente na internação hospitalar não se relaciona com os universos onde as pessoas vivem e por isso os processos terapêuticos ficam truncados.<br /><br />É preciso repetir incansavelmente: não é possível enfrentar de modo simplificado problemas de tamanha complexidade.<br /><br />Não é verdade que se você experimenta uma vez uma pedra de crack se tornará um viciado, essa ideia só funciona como alma do negócio.<br /><br />Não é verdade que a internação seja "a solução" para o tratamento dos drogados, se assim fosse não haveria nas clínicas pessoas com 30, 40 ou 50 internações.<br /><br />Também não é verdade que os verdadeiros toxicômanos mudem com qualquer metodologia clínica conhecida.<br /><br />É preciso ter condições sociais, relacionais, biológicas e institucionais para se transformar em um verdadeiro toxicômano.<br /><br />Mas cocaína e crack são absolutamente funcionais a uma sociedade que funciona por falta. O efeito fundamental dessas drogas é o da fissura, da falta de drogas e é disso que as pessoas se tornam adictos: da falta do produto e do produto que produz quimicamente falta.<br /><br />E assim como a sociedade capitalista vive da produção de falta, a mídia vive da produção de notícia ruim. Os espectadores e leitores, transformados em voyeurs, consomem horas de TV e páginas de jornais e revistas.<br /><br />Mas a formação do caráter do cuidador ensina ao mesmo tempo nunca cantar vitória e procurar os pontos e linhas de vida em qualquer experiência. Vemos que nem tudo está perdido. Enquanto termino de redigir estas linhas, leio na Folha de S.Paulo a entrevista de Paulina Duarte, Secretária Nacional de Políticas sobre Drogas, sob o título "Falar que o País vive epidemia de crack é grande bobagem", no qual pode se apreciar serenidade e seriedade.<br /><br />Mais além de começar a desmontar essas ideias alarmistas e que incitam ao consumo, a mídia poderia se questionar a respeito da eficácia de sua ação e divulgar com maior cuidado os resultados positivos do trabalho de tratamento dos CAPS - Álcool e Drogas, dos consultórios de rua, da equipes de redutores de danos, dos atendimentos de urgência em hospitais e pronto socorros, etc.<br /><br />O trabalho das equipes de Saúde da Família do Centro da Cidade de São Paulo precisa ser estudado. Elas são a porta de entrada para um mundo quase impenetrável e se pudessem atuar de modo integrado, sem dúvida, teriam maior eficácia. Nunca esquecendo de que o problema das drogas não é de exclusiva competência da saúde.<br /><br />As manobras e propagandas contra as drogas só promovem exclusão e incitação ao uso. E por outro lado, como afirmou um enfermeiro que atua na região, a cracolândia é o lugar mais democrático da cidade, ali qualquer um é aceito.<br /><br />Divulgando cada passo positivo, valorizando o trabalho desses cuidadores, a mídia provavelmente não faria bons negócios, mas contribuiria para uma das mais preciosas tarefas da construção da democracia: a de tratar como cidadãos os nossos piores congêneres.<br /><br />*Psicanalista, autor de Clínica Peripatética (Editora Hucitec). Morador do bairro Campos Elíseos, em São Paulo, próximo à cracolândia.Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-80191101822253244812011-07-13T05:14:00.003-03:002011-07-13T05:27:39.082-03:00Retome as Ruas!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaD178KwReE1bZd4K6IF49Ro22X1nCtMere6cBIXEFM89spYKRlQnUx3Dejc6j1_GANK8Op77ZooTiztl6w68SF7ypUz1pvd5wV4KOv4T-pOX42ZnTXBWBXA2YTyfiLdDIJvRm7zTPocA/s1600/PICT0141.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaD178KwReE1bZd4K6IF49Ro22X1nCtMere6cBIXEFM89spYKRlQnUx3Dejc6j1_GANK8Op77ZooTiztl6w68SF7ypUz1pvd5wV4KOv4T-pOX42ZnTXBWBXA2YTyfiLdDIJvRm7zTPocA/s400/PICT0141.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5628747656229348530" /></a><br /><br /> Não sabemos quem foi, não permitimos, não nos pediram licença. E a mais absurda ideia está talvez justamente no porque não pediram licença pra fazer*! Por que fazer algo simplesmente para ser aceito? Por que competir? Parece ser sério o debate! E o é! Ele deve ser feito! O mais interessante é dizer somente de um lugar, só ali se existe a competição? Somente a pichação é um lugar na cidade onde se pode perceber a dureza, o feio, o sujo? O debate foi feito, foi restrito mas foi feito, e reproduzimos abaixo(democracia?!?!?!), no link da ilustríssima CBN, claro! A mesma que trata de maneira rica alguns debates, coloca outros todo dia cedo, tão reacionários e absurdos que o ouvinte fica perplexo!<br /> Mas o debate foi feito! Agora é olhar a palavra, descobrir o alfabeto, conhecer o por que(se é possível)! O mais interessante é provocar! O artista deve violentar diria o saudoso e forte Glauber Rocha! Talvez a juventude tenha essa marca, essa característica, e retoma, mesmo que à sua maneira, a rua! Se de arte ou não, deixamos à academia! Nós temos mais interesse pelo cheiro da rua, pelo gosto da vida! A rua se manifesta, de mais a mais é importante percebê-la, pois as surpresas aparecem, desde onde não se esperava! Fala Juventude!<br /><br /><br />Por uma cidade onde caibam todos e todas!<br />Pela retomada das ruas!!!<br />Contra a Redução da maioridade Penal!<br /><br />Laila, militante da Frente de Juventude das Brigadas Populares!<br /><br />*debate acalorado em feijoada militante das Brigadas Populares na Casa das Máquinas, dia 19 de junho deste ano.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/cony,-xexeo-viviane-mose/2011/07/11/PICHACAO-ARTE-OU-VANDALISMO.htmJuventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-18316138192949319122011-06-23T08:45:00.001-03:002011-06-23T08:51:23.699-03:00A Guerra do Rio – A farsa e a geopolítica do crimeImportante texto do professor José Claudio S. Alves, sociólogo da UFRRJ para entender os acontecimentos no Rio de Janeiro. <br /><br /><br /><br />Nós que sabemos que o “inimigo é outro”, na expressão padilhesca, não podemos acreditar na farsa que a mídia e a estrutura de poder dominante no Rio querem nos empurrar.<br /><br />Achar que as várias operações criminosas que vem se abatendo sobre a Região Metropolitana nos últimos dias, fazem parte de uma guerra entre o bem, representado pelas forças publicas de segurança, e o mal, personificado pelos traficantes, é ignorar que nem mesmo a ficção do Tropa de Elite 2 consegue sustentar tal versão.<br /><br />O processo de reconfiguração da geopolítica do crime no Rio de Janeiro vem ocorrendo nos últimos 5 anos.<br /><br />De um lado Milícias, aliadas a uma das facções criminosas, do outro a facção criminosa que agora reage à perda da hegemonia.<br /><br />Exemplifico. Em Vigário Geral a polícia sempre atuou matando membros de uma facção criminosa e, assim, favorecendo a invasão da facção rival de Parada de Lucas. Há 4 anos, o mesmo processo se deu. Unificadas, as duas favelas se pacificaram pela ausência de disputas. Posteriormente, o líder da facção hegemônica foi assassinado pela Milícia. Hoje, a Milícia aluga as duas favelas para a facção criminosa hegemônica.<br /><br />Processos semelhantes a estes foram ocorrendo em várias favelas. Sabemos que as milícias não interromperam o tráfico de drogas, apenas o incluíram na listas dos seus negócios juntamente com gato net, transporte clandestino, distribuição de terras, venda de bujões de gás, venda de voto e venda de “segurança”.<br /><br />Sabemos igualmente que as UPPs não terminaram com o tráfico e sim com os conflitos. O tráfico passa a ser operado por outros grupos: milicianos, facção hegemônica ou mesmo a facção que agora tenta impedir sua derrocada, dependendo dos acordos.<br /><br />Estes acordos passam por miríades de variáveis: grupos políticos hegemônica na comunidade, acordos com associações de moradores, voto, montante de dinheiro destinado ao aparado que ocupa militarmente, etc.<br /><br />Assim, ao invés de imitarmos a população estadunidense que deu apoio às tropas que invadiram o Iraque contra o inimigo Sadam Husein, e depois, viu a farsa da inexistência de nenhum dos motivos que levaram Bush a fazer tal atrocidade, devemos nos perguntar: qual é a verdadeira guerra que está ocorrendo?<br /><br />Ela é simplesmente uma guerra pela hegemonia no cenário geopolítico do crime na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.<br /><br />As ações ocorrem no eixo ferroviário Central do Brasil e Leopoldina, expressão da compressão de uma das facções criminosas para fora da Zona Sul, que vem sendo saneada, ao menos na imagem, para as Olimpíadas.<br /><br />Justificar massacres, como o de 2007, nas vésperas dos Jogos Pan Americanos, no complexo do Alemão, no qual ficou comprovada, pelo laudo da equipe da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, a existência de várias execuções sumárias é apenas uma cortina de fumaça que nos faz sustentar uma guerra ao terror em nome de um terror maior ainda, porque oculto e hegemônico.<br /><br />Ônibus e carros queimados, com pouquíssimas vítimas, são expressões simbólicas do desagrado da facção que perde sua hegemonia buscando um novo acordo, que permita sua sobrevivência, afinal, eles não querem destruir a relação com o mercado que o sustenta.<br /><br />A farça da operação de guerra e seus inevitáveis mortos, muitos dos quais sem qualquer envolvimento com os blocos que disputam a hegemonia do crime no tabuleiro geopolítico do Grande Rio, serve apenas para nos fazer acreditar que ausência de conflitos é igual à paz e ausência de crime, sem perceber que a hegemonização do crime pela aliança de grupos criminosos, muitos diretamente envolvidos com o aparato policial, como a CPI das Milícias provou, perpetua nossa eterna desgraça: a de acreditar que o mal são os outros.<br /><br />Deixamos de fazer assim as velhas e relevantes perguntas: qual é a atual política de segurança do Rio de Janeiro que convive com milicianos, facções criminosas hegemônicas e área pacificadas que permanecem operando o crime? Quem são os nomes por trás de toda esta cortina de fumaça, que faturam alto com bilhões gerados pelo tráfico, roubo, outras formas de crime, controles milicianos de áreas, venda de votos e pacificações para as Olimpíadas? Quem está por trás da produção midiática, suportando as tropas da execução sumária de pobres em favelas distantes da Zona Sul? Até quando seremos tratados como estadunidenses suportando a tropa do bem na farsa de uma guerra, na qual já estamos há tanto tempo, que nos faz esquecer que ela tem outra finalidade e não a hegemonia no controle do mercado do crime no Rio de Janeiro?<br /><br />Mas não se preocupem, quando restar o Iraque arrasado sempre surgirá o mercado finaneiro, as empreiteiras e os grupos imobiliários a vender condomínios seguros nos Portos Maravilha da cidade.<br /><br />Sempre sobrará a massa arrebanhada pela lógica da guerra ao terror, reduzida a baixos níveis de escolaridade e de renda que, somadas à classe média em desespero, elegerão seus algozes e o aplaudirão no desfile de 7 de setembro, quando o caveirão e o Bope passarem.<br /><br /><br />http://morena-circulosbolivarianos.blogspot.com/search/label/textoJuventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-32628452265958052262011-06-17T20:49:00.002-03:002011-06-17T21:17:29.466-03:00Pior Salário Do BrasilAcaso eu não fosse professora e não soubesse o tanto de criatividade se necessita para estar diante de um grupo de crianças ou adolescentes em pleno 2011, não veria profundidade da frase, ou o sarcasmo contido num estandarte , na passeata desta última quinta feira, desde a Assembléia Legislativa até o centro da capital mineira.<br /> Pior Salário Do Brasil, as iniciais lembram alguma coisa, e com certeza, não são solidárias a uma como Perda Total ou outros articuladores. Entre sorrisos de lembranças das últimas passeatas, o contato com aqueles meus companheiros de trabalho, mesmo não sendo eu ainda uma professora, estava lá. Sendo por (de)formação mas ainda faltando a verdade da materialização do trabalho!<br /> Um exemplo interessante de como se faz. Regime de votação, mãos levantadas! Sim! GREVE! GREVE! GREVE! Porque não dá mais, simplesmente impossível permanecer nas salas de aula. Diante da violência do salário de miséria, diante da violência do cotidiano, e da dura realidade que absorve aquele que no seu cotidiano vê além do que os familiares podem ver. Não é virar as costas para os estudantes, é por eles também que eles e elas permanecem parados e ocupados!<br /> A expressão da vontade de um coletivo, tão importante para a criação de outra forma de sociabilidade pode dar à sociedade a possibilidade de perceber o que se esconde por dentro dos muros, que escondem muito do que é preciso ver. É preciso adentrar a escola para perceber o mundo que vira aquele samba, os percalços de um trabalho não valorizado. A dúvida para lidar com o que não se aprendeu. Temas e posições, o que sabe ou deve saber um professor no ano de 2011? Como ele acessou o mundo dessa juventude que se apresenta; dura pela indiferença, bela no sentido da autonomia mesmo romantizada.<br /> Dizer sim! Levantar o braço pela continuidade do direito de parar. E parar pra fazer cumprir a lei! Há algo mais absurdo? Greve pra que se cumpra lei de um piso salarial? Mas se é necessário que seja feito! Pois afinal não podemos fazer o que queremos, devemos fazer o que deve ser feito: levantar braços, vozes e estandartes! Pois só o ajuntamento é possibilidade de transformação.<br /><br />Por acesso ao direito de se manifestar!<br />Por uma cidade onde caibam todos e todas!<br /><br /><br />Laila, militante da frente de juventude das Brigadas Populares<br /><br /><br /><br /><br /><br />http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.jbelmont.com.br/imagens/temp_up/greve.jpg&imgrefurl=http://www.jbelmont.com.br/%3Fcategoria%3DJuventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-61437788360775121392011-06-01T15:16:00.001-03:002011-06-01T15:18:55.387-03:00“O racismo fica escancarado ao olhar mais superficial”, entrevista Abdias Nascimento<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLuAl9nhzhyphenhyphenh8zbMz3aBfY0pBHoix3LDiki9QzUBQV1JqtnYjlp97Dir172grtMJQeeqEoJTHGGGxZYNnk6XIAbRzFqdEaLlL8lVQZgx3k-xgGjzGrFQvvh6GKZVe_Ba01Qdn8rfw9FPk/s1600/do+calcete+%25C3%25A0+liberdade.bmp"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 325px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLuAl9nhzhyphenhyphenh8zbMz3aBfY0pBHoix3LDiki9QzUBQV1JqtnYjlp97Dir172grtMJQeeqEoJTHGGGxZYNnk6XIAbRzFqdEaLlL8lVQZgx3k-xgGjzGrFQvvh6GKZVe_Ba01Qdn8rfw9FPk/s400/do+calcete+%25C3%25A0+liberdade.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5613317211560390642" /></a><br /><br /><br />Entrevistas<br />Ao longo de seus 96 anos, Abdias esteve presente e participou de inúmeras passagens importantes das lutas negras do século 20, não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos e na África. Sua vida é ela mesma a própria história da luta negra<br />18/11/2010<br />Joana Moncau e<br />Spensy Pimentel<br />de São Paulo (SP)<br />Desinformémonos.org<br /><br />A luta pelo reconhecimento dos direitos, a dignidade e a autonomia da população negra tem heróis de muitos países, entre África e Américas. É uma luta tão antiga quanto a diáspora negra produzida pelo vergonhoso comércio de africanos que vigorou no Atlântico por quase quatro séculos. É por se tratar de uma luta de tantos povos, lugares, tempos e pessoas que impressiona tanto conhecer a vida do ativista brasileiro Abdias do Nascimento.<br /><br />Ao longo de seus 96 anos, Abdias esteve presente em e participou de inúmeras passagens importantes das lutas negras do século 20, não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos e na África. Nasceu em 1914, numa época em que ainda eram extremamente recentes as lembranças da escravidão no país, abolida em 1888. Nos anos 1930, engajou-se numa iniciativa pioneira, a Frente Negra Brasileira, na luta contra a segregação racial nos estabelecimentos comerciais de São Paulo. Por sua militância política, foi preso pela ditadura Vargas.<br />Nos anos de 1940, viajou pela América Latina como artista – é escritor, ator e artista plástico – com a Santa Hermandad Orquídea, e fundou o Teatro Experimental do Negro, entidade que organizou a Convenção Nacional do Negro em 1945-46. A iniciativa foi responsável pela formulação de diversas sugestões de políticas públicas para a população negra durante a Constituinte de 1946. Abdias ainda organizou o 1° Congresso do Negro Brasileiro em 1950.<br />Militante do Partido Trabalhista Brasileiro, foi perseguido pela ditadura militar, instalada pelo golpe de 1964. Exilado nos Estados Unidos, travou contato com o movimento negro no país, no auge da efervescência do Black Power. Nos anos 1970, participou do movimento pan-africanista e foi professor universitário na Nigéria. Nesse período, atuou em países como Jamaica, Tanzânia, Colômbia e Panamá, mantendo contato com lideranças como Aimé Césaire, Frantz Fanon, Léon Damas, Richard Wright, Cheikh Anta Diop, Léopold Sédar Senghor e Alioune Diop.<br /><br />Ajudou a organizar o Movimento Negro Unifi cado (MNU), fundado em 1978, e, na redemocratização dos anos 1980, voltou ao país, foi eleito deputado federal e, depois, chegou a senador pelo PDT, sempre defendendo projetos em benefício da população negra. Junto com a esposa, Elisa Larkin Nascimento, fundou o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro), atualmente presidido por ela.<br /><br />Na entrevista a seguir, respondida por e-mail por sua esposa, Elisa, e subscrita por ele, Abdias dá um recado à nova geração de jovens negros militantes: “O conselho que dou para essa juventude é estudar, aprender, conhecer e se preparar para, então, se engajar: agir, criar, interagir e participar da construção das coisas.”<br />Qual a importância de se criar o Dia Nacional da Consciência Negra? Por que o senhor lutou para que a data fosse instituída no dia 20 de novembro, dia da morte do líder Zumbi dosPalmares, e não no dia 13 de maio, <br /><br />dia da promulgação da Lei Áurea, data antes escolhida pelo governo?<br /><br />Abdias do Nascimento – A demanda de se instituir o Dia Nacional da Consciência Negra no dia 20 de novembro surgiu na década dos 1970 a partir do Rio Grande do Sul, onde o saudoso poeta Oliveira Silveira militava no Grupo Negro Palmares. O movimento negro como um todo, organizado em entidades em vários estados do Brasil naquela época, a encampou. Eu já costumava dizer que a Lei Áurea não passava de uma mentira cívica. Sua comemoração todo ano fazia parte do coro de autoelogio que a elite escravocrata fazia em louvor a si mesma no intuito de convencer a si mesma e à população negra desse esbulho conhecido como “democracia racial”. Por isso o movimento negro caracterizou o dia 13 de maio como dia de reflexão sobre a realidade do racismo no Brasil.<br />O dia 20 de novembro simboliza a resistência dos africanos contra a escravatura. Essa resistência assume diversas expressões táticas e perpassa todo o período colonial. Durante esse período, em todo o território nacional, havia quilombos e outras formas de resistência que, em seu conjunto, desestabilizaram a economia mercantil e levara<br /><br />m à abolição da escravatura. Esse é o verdadeiro sentido da luta abolicionista, cujos protagonistas eram os próprios negros. Eles se aliavam a outras forças, mas, muitas vezes, foram traídos por seus aliados. Mais tarde, entretanto, a visão eurocêntrica da história ergueria os aliados como supostos atores e heróis da abolição. A comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra em 20 de novembro tem como objetivo corrigir esse registro histórico e reafirmar a necessidade de continuarmos, nós, os negros, protagonizando a luta contra o racismo que ainda impera neste país.<br /><br />O Memorial Zumbi, movimento nacional que agregava entidades do movimento negro de todo o país em torno da demanda da recuperação das terras da República dos Palmares, ergueu essa bandeira na década dos 1980. Tive a honra de participar desse movimento. O Memorial Zumbi instituiu a tradição de se realizarem peregrinações cívicas anuais às terras de Palmares na serra da Barriga, estado de Alagoas. Conseguimos, em 1989, a desapropriação dessas terras. O objetivo era instalar ali um polo de cultura de libertação do n<br /><br />egro. Hoje, existe um monumento e assistimos a cerimônias cívicas no dia 20 de novembro em que participam altas autoridades do governo federal e estadual. Mas para nós, negros, o monumento lembra a necessidade de continuarmos lutando pelo fim da discriminação racial.<br /><br />O senhor esteve no exílio, de 1968 a 1981, por conta da enorme repercussão que teve a sua “carta-declaraçãomanifesto” na qual denunciava a farsa do paraíso racial que se dizia viver na América Latina. Como o senhor avalia a questão da “democracia racial” no Brasil de hoje? Onde é possível dizer que a crítica a ela colheu frutos?<br />O racismo no Brasil se caracteriza pela covardia. Ele não se assume e, por isso, não tem culpa nem autocrítica. Costumam descrevê-lo como sutil, mas isto é um equívoco. Ele não é nada sutil, pelo contrário, para quem não quer se iludir ele fica escancarado ao olhar mais casual e superficial. O olhar aprofundado só confirma a primeira impressão: os negros estão mesmo nos patamares inferiores, ocupam a base da pirâmide social e lá sofrem discriminação e rebaixamento de sua autoestima em razão da cor. No topo da riquez<br /><br />a, eles são rechaçados com uma violência que faz doer. Quando não discrimina o negro, a elite dominante o festeja com um paternalismo hipócrita ao passo que apropria e ganha lucros sobre suas criações culturais sem respeitar ou remunerar com dignidade a sua produção. Os estudos aprofundados dos órgãos ofi ciais e acadêmicos de pesquisa demonstram desigualdades raciais persistentes que acompanham o desenvolvimento econômico ao longo do século 20 e início do 21 com uma fi delidade incrível: à medida que cresce a renda, a educação, o acesso aos bens de consumo, enfim, à medida que aumentam os benefícios econômicos da sociedade em desenvolvimento, a desigualdade racial continua firme.<br /><br />Pensando o caso de Cuba, em específi co, como o senhor considera o fato de que um governo dito socialista, num país de população negra tão expressiva, aparentemente não mostra avanços na participação política dos negros?<br />A ideologia racial cubana é irmã gêmea da “democracia racial” brasileira. O ideal da “Cor Cubana” acompanha a constant<br /><br />e referência ilusória à suposta cordialidade latina. A história recente envolve os ideais da revolução, o engajamento militar na África durante as guerras de libertação nacional e a atuação internacional de médicos em países como o Haiti. A dinâmica entre o sonho e a realidade do socialismo dá um tom distinto ao questionamento do sistema no que diz respeito à questão racial. Entretanto, não há como negar certos fatos:<br /><br />(a) Os negros não estão presentes no poder político do regime cubano em número proporcional à sua participação na população.<br />(b) As desigualdades raciais perduraram ao longo do processo de mudança social implantado após 1959 e continuam sendo constatadas em pesquisas recentes.<br />(c) Há uma crescente discussão da questão racial em Cuba conduzindo ao reconhecimento de que a revolução não resolveu essa questão.<br />(d) Hoje, a demanda por uma abertura democrática do regime não é o discurso só de uma minoria elitista, branca, incrustada em Miami e aliada aos interesses do bloqueio. Há uma oposição de origem humilde, composta em<br /><br />parte por negros e mestiços que apontam processos de exclusão e de desigualdades raciais. Não podemos mais rechaçar essa oposição como um bando de criminosos cuja traição se basearia em mentiras fabricadas pela direita fascistoide.<br /><br />Durante o período em que o senhor esteve exilado, pôde estabelecer o contato entre o movimento social negro norte-americano e o da América Latina, até então, quase desconhecido daquele. Esteve com movimentos inspiradores, como os Panteras Negras. Atualmente, muitos desses lutadores ainda pagam o preço da sua resistência, vários estão presos desde os anos 1970, condenados à pena de morte ou à prisão perpétua nos EUA. Como pode ser possível que se fale tão pouco desses presos políticos?<br />Como sabemos, a mídia é dominada pelo poder econômico e não lhe interessa divulgar esses casos. Mas não é só o poder econômico, também a ideologia pode contribuir para isso. Não é fato novo para <br /><br />mim. Na década de 1940, quando o Brasil passava por um processo de redemocratização depois do regime do Estado Novo de Getúlio Vargas, eu ajudei a fundar o Comitê Democrático Afro-Brasileiro.<br /><br />Aguinaldo Camargo e Sebastião Rodrigues Alves participaram, além de outras lideranças, e nós nos reuníamos na sede da União Nacional de Estudantes, a UNE, uma organização de esquerda. O Comitê era aberto e defi niu como prioridade imediata a luta pela libertação dos presos políticos do regime. Entretanto, quando essa libertação foi conquistada e nós negros queríamos tratar das questões específi cas relacionadas à discriminação racial, nossos companheiros brancos de esquerda não aceitaram. Taxaram-nos de racistas e exigiram que fizéssemos autocrítica. Não entramos nessa conversa, evidentemente. O Comitê morreu de morte matada. Depois, na época em que eu voltava do exílio no final dos anos de 1970, havia um movimento pela anistia ampla e irrestrita. Mas a liderança esquerdista desse movimento não reconhecia a prisão dos negros por discriminação racial como uma forma de perseguição política. Morriam trabalhadores negros nas prisões, como continua acontecendo hoje. Nós negros consideramos isso uma <br /><br />questão política. Mas, para as forças de esquerda, presos políticos seriam apenas os fi lhos de classe média e alta, quase todos brancos, que roubavam bancos, jogavam bombas ou sequestravam embaixadores. Esses, em muitos casos, efetivamente haviam cometido atos de violência, enquanto não raro negros são presos e torturados sem terem cometido crime algum.<br /><br />Qual a importância que o senhor credita ao hip hop, no Brasil, para o movimento negro e para a população negra em geral? É um movimento herdeiro das lutas que pioneiros como o senhor travaram?<br />Considero o hip hop um movimento muito importante, sobretudo no aspecto da autoestima, pois as letras de muitas músicas e a atuação social de muitos de seus integrantes ajudam os jovens negros e as jovens negras a elevar o conceito que têm de si mesmos e de sua comunidade. Certamente, o hip hop cuida de muitas questões que são as versões atualizadas dos problemas que o movimento negro tem enfrentado desde sempre, e o hip hop oferece para a juventude uma referência, uma esperança e uma visão diferen<br /><br />te daquela que a sociedade dominante e os meios de comunicação cultivam e que a juventude reconhece como mentirosa e interesseira. Entretanto, creio que seus protagonistas tenham pouco acesso aos referenciais históricos das lutas anteriores, e, nesse sentido, sua condição de herdeiros seja um pouco simbólica. Por exemplo, me parece que eles conhecem mais a história do movimento negro nos Estados Unidos, o discurso de Malcolm X e Martin Luther King, e os referenciais do reggae da Jamaica do que os fatos e os discursos do movimento negro no Brasil dos séculos 20 e 21. Pode ser que eu esteja equivocado, espero que sim!<br /><br />Depois de séculos de lutas, hoje vemos uma juventude negra que está conseguindo chegar às universidades, ter mais oportunidades econômicas, formando uma elite intelectual negra. Como o senhor compararia a atual situação da juventude negra com a da época do senhor, com a da Frente Negra? Quais os conselhos que daria a essa juventude?<br />As entidades negras atualmente promovem muitas iniciativas análogas às da Frente Negra. O Estatuto de Igualdade Racial e todos os outros dispositivos legais, programas governamentais e instituições ou órgãos de governo dedicados às políticas públicas de igualdade racial, por exemplo, são conquistas concretas, frutos da atuação política do movimento negro. Nenhum deles foi uma bênção ou dádiva dos governantes ou políticos, muito ao contrário. Se há uma crítica ao Estatuto, é porque, em razão da <br /><br />ferrenha oposição contra ele nos setores conservadores que dominam a política brasileira, o processo de negociação de sua aprovação no Senado impôs uma série de aparentes retrocessos na letra da lei em relação a programas de governo já implantados como resultado da atuação do movimento negro. Mas foi o movimento negro que conseguiu implantar esses programas, então ele está longe de se limitar a atacar o governo. Foi ele que inseriu na Constituição de 1988, por exemplo, o direito das comunidades quilombos à titulação de suas terras. O conselho que dou para essa juventude é estudar, aprender, conhecer e se preparar para, então, se engajar: agir, criar, interagir e participar da construção das coisas. Cada um tem seu talento e sua área de interesse. O importante é se colocar a serviço do avanço e dedicar-lhe as suas energias.<br /><br /><br />Muito se fala do movimento negro no âmbito urbano, mas o Brasil assistiu, nos últimos anos, ao crescimento do movimento negro rural, particularmente o movimento quilombola, para o qual também o senhor teve especial importância na garantia do direito fundiário das comunidades quilombos. Qual a importância da questão da terra para o movimento negro, hoje?<br /><br />Como fruto da mobilização política do movimento negro, a Constituição de 1988 estabeleceu o direito à titulação das terras das comunidades chamadas “remanescentes de quilombos”. Em 1989, como fruto do trabalho do Memorial Zumbi e do movimento negro como um todo, criou-se a Fundação Cultural Palmares, que seria responsável pelo processo de titulação. Entretanto, a Fundação é um órgão do Ministério da Cultura que não dispõe dos recursos humanos ou fi nanceiros para executar o trabalho de titulação. Essa tarefa passou, então, para o Ministério da Reforma Agrária. Entretanto, a Fundação Palmares dá parecer sobre a questão fundamental da condição quilombola, que determina o direito à titulação. O grande argumento para negar o direito de uma comunidade é alegar que ela não tem ou não provou que tem antecedentes históricos que a qualifi quem como remanescente de quilombo. O processo tem sido muito lento. Alguns anos atrás, a Fundação Palmares publicou um levantamento em que identificou a existência de mais de três mil comunidades quilombos em todo o país, ressalvando que certamente não conseguiu realizar um levantamento exaustivo ou defi nitivo. A questão da titulação esbarra, evidentemente, em poderosos interesses contrariados que, no contexto rural, ainda exercem a violência como forma de se impor.<br />Vale observar, também, que é negra a grande maioria dos sem-terras hoje organizados e conduzindo uma luta que tem sido defi nida como um dos mais importantes fenômenos sociais e políticos do século 21. A importância da terra está fundamentalmente ligada ao fato de que as cidades estão inchadas, inviabilizadas, e não dão conta de oferecer condições de vida dignas à população que já as habita, tendo grande parte dela migrado do interior. A economia rural baseada na agroindústria não tem condições de sustentar a população rural, porque não oferece trabalho em condições dignas. A produção agrícola baseada em unidades pequenas, familiares ou comunitárias, é a única solução para o campo e ela precisa, hoje, de subsídios e políticas de Estado para se viabilizar. As comunidades quilombos fazem parte integral dessa solução e precisam de subsídios específicos e de políticas específi cas para o seu desenvolvimento como unidades comunitárias rurais.<br />Na América Latina em geral, a questão étnica tem ganhado uma importância fundamental nas lutas políticas dos povos, em países como Bolívia, Equador, México – com diferentes tons, mas sempre realçando o fator étnico sobre o fator classe. No Brasil, o fator étnico de maior potencial é justamente o negro. Qual o papel que o fator étnico ocupa na luta política nacional? Será que ele poderá ocupar papel de semelhante preponderância na luta política?<br />Não recorro ao eufemismo “questão étnica” porque creio que seu uso reforça o equívoco da suposta acepção biológica do termo “raça”. Esta é uma pista falsa cuja manipulação abastece de grande e valiosa munição aqueles que procuram desmoralizar e deslegitimar a nossa luta. A categoria social de “raça” é uma realidade socialmente construída que independe das justifi cações genéticas e biológicas. Estas constituem apenas um pequeno episódio no milenar processo histórico de construção das categorias sociais de “raça”, da subordinação e desumanização ideológica de grupos raciais e da discriminação racial institucionalizada em sociedades capitalistas plurirraciais modernas e contemporâneas. Os grupos discriminados nessas sociedades não correspondem a nenhuma etnia, portanto, é conceitualmente confuso e cientificamente incorreto falar de “discriminação étnica” quando o alvo desse tratamento vem a ser a população negra ou indígena, por exemplo. Um negro no Brasil, na Venezuela ou na Costa Rica não é identifi cado como ibo, acã, zulu, hutu ou ioruba, mas como negro ou afrodescendente. Os indígenas nas Américas não são discriminados na sua condição de maias, incas, quéchuas, aimaras, cheyenne, iroquois, sioux, tupis ou guaranis, mas como indígenas.<br />Adotar o eufemismo “questão étnica” significa, a meu ver, uma tática defensiva que instaura a confusão conceitual entre nós e entrega os pontos aos adversários que alegam que nós, ao defendermos os nossos direitos, estamos sendo racistas. Ao aceitar a defi nição deles, identificando a categoria social de raça com o critério genético biológico, nós nos submetemos ao discurso hegemônico que desmoraliza nossa própria <br /><br />luta e deslegitima nossa própria experiência histórica de opressão e discriminação. Dito isso, creio que fica evidente que considero o “fator racial” como uma questão eminentemente política e não a separo de uma suposta “outra” luta política “maior”. Considero a luta por justiça social e pela dignidade dos povos como parte integral da luta por nações mais justas e seguras, por uma comunidade internacional mais justa e coesa, e por um futuro de vida humana capaz de sustentar com dignidade nossa população, nossos ambientes e nosso planeta. (Publicado emDesinformémonos. Colaboraram Rafael Gomes e Gabriela Moncau)<br /><br />http://mpcidadania.ning.com/profiles/blogs/o-racismo-fica-escancarado-aoJuventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-47992583086798874912011-05-27T13:55:00.001-03:002011-05-27T13:58:03.678-03:00Na hora da conta, menos um! Menos um presídio!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9v9z85uBNWT16tvOCr4o5jZWPIMhmSb1XpWaRsoCgKLl6F4p2bUDChnETEgzH7XIrZ0xSx85T1Qvc4nrpy1no3ZyfFfaelOkVuv47JreKX6HtJKgtHxsC9j1pcVMJP90UP8346o9Vnv8/s1600/do+calcete+%25C3%25A0+liberdade.bmp"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 325px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9v9z85uBNWT16tvOCr4o5jZWPIMhmSb1XpWaRsoCgKLl6F4p2bUDChnETEgzH7XIrZ0xSx85T1Qvc4nrpy1no3ZyfFfaelOkVuv47JreKX6HtJKgtHxsC9j1pcVMJP90UP8346o9Vnv8/s400/do+calcete+%25C3%25A0+liberdade.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5611441178213775186" /></a><br />Na hora da conta, menos um! Menos um presídio!'<br /><br /><br />“ De todas as motivações da nova ênfase no encarceramento como método de punição, a mais importante era o lucro, tanto no sentido restrito de fazer produtiva a própria instituição quanto no sentido amplo de tornar todo sistema penal parte do programa mercantilista do Estado”2<br /><br /><br /><br /> Sem nos preocupar somente com os melindres acadêmicos das citações, algo que soaria à arrogância nos meios intelectuais, como diria a fala de um dos debatedores em meio às discussões da Luta Antimanicomial, a academia: “esse rio de piranhas”, mas a frase acima contempla bem a luta que vem sendo travada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, especialmente na cidade(tão querida para mim!) de Ribeirão das Neves. A cidade que tem história(fala em audiência pública contra a construção de presídio privado na cidade), para além das Unidades Prisionais! Os presídios, privados ou não servem a essa lógica transcrita acima, e não adianta espernear! Servem a um modelo de sociedade, e comungam com a transmissão ideológica e prática do mesmo!<br /> Entretanto é nessa mesma sociedade que surge a capacidade do povo de dizer não. Sim! Não! Porque nessa mesma cidade, onde para além das unidades prisionais(e a Rede Nós Amamos Neves afirma e reafirma não somente uma luta conta a construção de cadeias, mas uma luta em favor dos que estão dentro delas, e isso aclamam em alto e bom som em qualquer exibição pública!) para a construção de alternativas ao encarceramento e como diria Rafhael Ribeiro, o Rafinha nosso: “nós devemos é lutar por uma nova forma de responsabilização!” E isso demonstra na realidade o povo que sofre, que viaja horas de Neves à BH(só quem faz esse trajeto todo dia pode mensurá-lo), que vive o cotidiano da falta do estado em tudo, mas a presença dele, sem sombra da menor dúvida na sua única política para essa cidade: PRENDER GENTE! Isso soube e está encaminhando esse povo! É por isso tudo que mesmo em meio às dores no corpo que a gente sente a gente vai desvendando na teoria a possibilidade de praticar de outro jeito.<br /> O embargo3 é somente o começo, diríamos, o começo do fim! É necessário mudar o olhar, olhar diferente para o crime(definido politicamente pela classe dominante!) para o que o cometeu, olhar mais profundamente para o jovem, aquele possível de adentrar a prisão, olhar diferente para a mãe, a mulher, a irmã, a esposa, única que visita na grande maioria das vezes! Mudar o contato! Na revista por exemplo! Só assim é possível rever as teorias, transformar as práticas! A luta está só começando, ainda somos seis diria o Virgílio, mas ai deles quando formos sete!<br /><br />Pela extinção de manicômios e prisões!<br />Contra a redução da maioridade Penal!<br />Saudando o Sidnei Martins: Pátria Livre! Venceremos!<br /> <br /> 1-Laila Vieira de Oliveira, militante da Frente de Juventude das Brigadas Populares<br /> 2-RUSCHE, Georg, e Otto KIRCHHEIMER. Punição e Estrutura Social, 103 Revan<br /> 3-Sobre embargo à obra de construção de Unidade Prisional Privada na cidade de Ribeirão das NevesJuventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-46239754365403596992011-05-19T06:49:00.001-03:002011-05-19T06:51:12.680-03:00A voz das vozesSe me perguntarem o que é mais importante dentro da programação, da construção do dia 18 de maio eu sinceramente não saberia dizer.<br />Se a gente passar por todos os espaços de discussão, por todos os ambientes de construção de fantasias, pelos debates insensatos que nunca se acabam, pelas frases: "Pós conceito", "Pela Extinção do Fim", "Contra a Redução da Maioridade Penal", "Pela volta do hebraico aramaico antigo", não saberíamos por onde passa tanta criatividade, tanta possibilidade de colocar pra fora o que a loucura manifesta e já que estamos de frases, mais uma num estandarte: "Em Minas ninguém enlouquece, se manifesta!". O que seria a Loucura senão a manifestação de algo que está pungente no coração, na cabeça e quer sair, e pra sair precisa de liberdade!<br />Estar acima do caminhão e ser a voz dos que ouvem vozes e tem acesso à imagens que podemos não ter, é de fato poder angariar um conhecimento bem mais ampliado, poder descobrir que a vontade dos conservadores, dos reacionários em que querer aniquilar a miséria*, não condiz com um mundo novo, mais moderno seria? Acreditar num mundo diferente e em favor da diferença é isso! Não tentar entender tudo, e não padronizar a partir do meu olhar!<br />Afinal o capitalismo não é a possibilidade da igualdade pra todos! Capitalismo= indiferença/ desigualdade! E uma sociedade dita verdadeiramente possível (chamariam os cristãos de paraíso, chamariam os revolucionários de comunista, os loucos como a chamariam? há que se perguntar!) é a proposta mais ampla de igualdade na diferença!<br />O mundo precisa se elevar às possibilidades de transformação, já não é possível deixar como está pra ver como é que fica!<br />E as vozes que não se calam, com megafone de papel, ou com microfone solitário que não pode sozinho transformar, e só possibilita colocar alguns comentários para os que circulam o desfile pode dizer por todas as vozes:<br /><br />Por uma sociedade sem prisões e manicômios!<br />Pela democratização dos meios de comunicação!<br />Contra a Redução da Maioridade Penal!<br />Por uma cidade onde caibam todos e todas! Com vozes ou não!<br /><br />Laila<br />militante da Frente de Juventude das Brigadas Populares, e há alguns anos a voz das vozes em cima do trio elétrico no dia 18 de Maio!<br /><br /> * em repúdio à tentativa de aniquilamento dos mendigos em BH, dos diferentes!<br /><br />http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1521162416602556852Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-983034634130220222011-05-10T07:26:00.001-03:002011-05-10T07:27:11.569-03:00<a href="http://http://agenciabrigadista.blogspot.com/2011/05/blog-post.html?spref=fb"></a>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-1676315465119035192011-05-06T22:02:00.003-03:002011-05-06T22:08:58.605-03:00O espaço da mídia alternativa nas sociedades democráticas contemporâneas e seu papel na formação do pensamento crítico1<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9lQD3rEGWba5HbR-vVy2ItSgXFbAowgTp6DH6KY8EVCCq2CDywafjwRdbGT-DsvyWePdknKGxmXqkWP7PAxW5KTuQUMH_BTFVz9yq-KmnjxCr-t8Fpy8wBj4U71YirW0yKXyLpS8cfyc/s1600/charge+democratiza%25C3%25A7%25C3%25A3o+da+m%25C3%25ADdia.bmp" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 325px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9lQD3rEGWba5HbR-vVy2ItSgXFbAowgTp6DH6KY8EVCCq2CDywafjwRdbGT-DsvyWePdknKGxmXqkWP7PAxW5KTuQUMH_BTFVz9yq-KmnjxCr-t8Fpy8wBj4U71YirW0yKXyLpS8cfyc/s400/charge+democratiza%25C3%25A7%25C3%25A3o+da+m%25C3%25ADdia.bmp" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5603774461034799586" /></a><br /><div><br /></div><div> Vanessa HAUSER2</div><div> André GAGLIARDI3</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Resumo</div><div>O presente artigo tem como finalidade discutir a importância das mídias</div><div>alternativas nas sociedades democráticas contemporâneas. Nestas sociedades, a mídia</div><div>deveria executar um papel coerente com a forma de organização política e social, no</div><div>caso, a democracia. O que se verifica, no entanto, é que em países como o Brasil, há</div><div>uma lacuna entre o que se faz no âmbito da comunicação social e o que deveria ser</div><div>feito, ou realizado. Assim, as mídias alternativas, que se constituem como uma</div><div>importante ferramenta de contraponto ideológico, tem um papel preponderante enquanto</div><div>agentes de transformação e discussão da sociedade no espaço democrático. Nesse</div><div>sentido, verifica-se uma semelhança entre o papel desta mídia alternativa durante o</div><div>Regime Militar brasileiro e o regime democrático, o que nos leva a observar, num</div><div>primeiro momento, uma discrepância no exercício da mídia brasileira na atualidade.</div><div>Palavras Chave</div><div>Comunicação. Mídia alternativa. Democracia. Regime autoritário. Redemocratização.</div><div>Considerações iniciais</div><div>Discutir a importância das mídias alternativas na construção do pensamento</div><div>crítico, analisando seu grau de influência em relação às mídias tradicionais presentes</div><div>nas sociedades democráticas contemporâneas, é o que se pretende com o presente</div><div>artigo.</div><div>Quando se vive em uma sociedade dita democrática, é de se esperar que a</div><div>comunicação social exerça funções de caráter positivo e que visem a emancipação</div><div>intelectual e cultural dos indivíduos. Estes que não podem ser simplesmente sujeitos</div><div>passivos das informações que recebem. No entanto, assim como em outros lugares do</div><div>mundo, a mídia no Brasil tem caráter parcial e centralizador, não exercendo plenamente</div><div>a sua função de informar, educar e auxiliar na construção do pensamento crítico.</div><div>Neste contexto, a presença de mídias alternativas tem um papel importante e</div><div>busca desviar dos padrões e paradigmas oferecidos pela grande mídia, na medida em</div><div>que exerce o contraponto ideológico. Esse contraponto não necessariamente é o correto.</div><div>Mas é importante, sobretudo porque oferece novas possibilidades e novos pontos de</div><div>vista. Durante a ditadura militar, por exemplo, as mídias alternativas se consolidaram</div><div>como uma forma de expressão muito forte e auxiliaram de forma excepcional no</div><div>1 Artigo desenvolvido como requisito parcial para aprovação no componente curricular de Teoria da</div><div>Comunicação.</div><div>2 Acadêmica do curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo da Universidade Regional do</div><div>Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UNIJUÍ.</div><div>3 Professor Mestre da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UNIJUÍ,</div><div>orientador da pesquisa.</div><div>processo de oposição ao regime autoritário, oferecendo inúmeras possibilidades para a</div><div>consolidação da redemocratização.</div><div>Nesse mesmo âmbito, pretende-se também construir um paralelo entre a</div><div>importância da mídia alternativa durante o regime militar brasileiro (1964-1980) e os</div><div>tempos transcorridos desde o fim da ditadura até os dias de hoje, tendo como base as</div><div>características de uma sociedade democrática que se estrutura, ainda que o próprio</div><div>conceito de democracia não esteja verdadeiramente enraizado nas estruturas sociais</div><div>brasileiras, principalmente no campo da comunicação social.</div><div>As mídias alternativas durante o Regime Militar (1964-1980)</div><div>Durante o Regime Militar no Brasil, que durou cerca de quinze anos, apareceram</div><div>no cenário midiático cerca de 150 periódicos diferentes, mas que tinham em comum um</div><div>traço muito marcante: exerciam uma oposição radical às estruturas políticas, sociais,</div><div>econômicas e culturais da época, tentando abalar o poder autoritário que se sustentava</div><div>às custas de um regime não só ditador, mas em muitos casos, também repressor.</div><div>(KUCINSKI, 2003, p.13)</div><div>Neste período, portanto, os jornais alternativos criaram um espaço público</div><div>alternativo (KUCINSKI, 2003, pg. 22), que resgatava ao mesmo tempo, a necessidade</div><div>de discutir a sociedade e de fortalecer a participação dos indivíduos na sua formatação.</div><div>Estes jornais iam, portanto, absolutamente contra a ordem política estabelecida,</div><div>enquanto que a mídia tradicional se limitava, sendo sustentada pelo Estado autoritário, a</div><div>funções puramente mercantis. A fuga deste circuito tradicional da mídia, que se</div><div>mostrava complacente às características políticas e sociais da época, foi certamente a</div><div>peça fundamental para a consolidação dos jornais alternativos, que contavam não</div><div>apenas com a participação de jornalistas, mas também de intelectuais, artistas e ativistas</div><div>políticos. Desse modo, a imprensa alternativa constituiu características essenciais, muito</div><div>bem explicadas por Kucinski, ao escrever que:</div><div>Mas a esse impulso essencialmente jornalístico, somava-se o</div><div>apelo geral revolucionário das gerações dos anos 1960 e 1970,</div><div>fazendo dos jornais alternativos, primeiro, instrumento de resistência</div><div>ou de revolução supostamente em marcha, depois, numa segunda fase,</div><div>derrotado esse apelo, caminho de trânsito da política clandestina para</div><div>a política de espaço público durante o período de abertura. Na fase</div><div>final a articulação se desdobrou, abarcando parte do movimento</div><div>popular de base. Assim, apesar de sua natureza essencialmente</div><div>jornalística, a imprensa alternativa acabou se tornando o principal</div><div>espaço de reorganização política e ideológica das esquerdas nas</div><div>condições específicas do autoritarismo. Por isso, o surto alternativo</div><div>adquire uma importância que extravasa sua aparência como conjunto</div><div>de jornais ou como criação ideológico-cultural. (KUCINSKI, 2003,</div><div>pg. 16-17)</div><div>Haviam duas classes de jornais alternativos. Os predominantemente políticos e</div><div>aqueles que se baseavam nos movimentos de contracultura norte-americanos. Os</div><div>primeiros se constituíram a partir de ideais de valorização do popular e do nacional,</div><div>assim como no marxismo enraizado nos movimentos estudantis da década de 60. Em</div><div>suas pautas entravam principalmente os movimentos populares, os principais temas da</div><div>esquerda, a possível revolução brasileira e as estratégias de oposição ao regime. A outra</div><div>classe de jornais estava sustentada no orientalismo, no anarquismo e no existencialismo</div><div>de Jean Paul Sartre. Ao rejeitar a primazia do discurso ideológico, se voltaram</div><div>prioritariamente a uma crítica profunda aos costumes estabelecidos e ao autoritarismo</div><div>com os quais eram trabalhados. Ainda iam contra os valores morais da classe média,</div><div>considerados hipócritas, e que eram defendidos pela mídia tradicional.</div><div>Douglas Kellner, em seu livro A Cultura da Mídia, escreve o seguinte sobre a</div><div>Escola de Frankfurt e a sua contribuição para compreender a comunicação de massa na</div><div>sociedade contemporânea:</div><div>Em particular, foram os primeiros a ver a importância daquilo que</div><div>chamaram de indústria cultural na reprodução das sociedades</div><div>contemporâneas, uma vez que as chamadas cultura e comunicações de</div><div>massa ocupam posição central entre as atividades de lazer, são</div><div>importantes agentes de socialização, mediadores da realidade política</div><div>e devem, por isso, ser vistas como importantes instituições das</div><div>sociedades contemporâneas, com vários efeitos econômicos, políticos,</div><div>culturais e sociais. (KELLNER, 2001, pg. 44)</div><div>Tomar como base esta compreensão sobre a cultua de massa e a indústria</div><div>cultural, ajuda a compreender o contexto em que a imprensa alternativa aqui descrita</div><div>teve papel fundamental na história do Brasil. É marcante, ainda que discutível e</div><div>polêmico, o fato de que a cultura de massa não propõem de maneira significativa o</div><div>estímulo ao pensamento crítico e à formação do conhecimento. Está, na verdade mais</div><div>preocupada em manter a ordem social vigente de seu interesse, e mais do que isso,</div><div>sustentar uma ideologia que compreende as desigualdades sociais como algo natural.</div><div>Defender, portanto, as classes dominantes é aquilo que julgam necessário para manter</div><div>esta estrutura, ao mesmo tempo em que coloca os seus consumidores como seres</div><div>inativos e pouco influentes. Já dizia Karl Marx que a religião é o ópio do povo. Talvez a</div><div>cultura de massa também o seja.</div><div>Mas esta cultura de massa não é, senão, um produto do próprio homem e da</div><div>sociedade que ele constituiu. Desse modo, cabe somente a ele transformar esta realidade</div><div>para que a mídia e os meios de comunicação de massa exerçam de forma plena a sua</div><div>função, que nada mais é do que mediar e ampliar a comunicação social. Esta que,</div><div>justamente por ser social, é algo absolutamente integrado à sociedade e aos seres</div><div>humanos. Produzir, portanto, uma cultura comprometida com os seres humanos é</div><div>valorizar a essência política e social deles, e, sobretudo, a sua capacidade coletiva de</div><div>produzir cultura.</div><div>A imprensa alternativa, aquela que ajudou a derrubar o regime militar, teve</div><div>resultados e impactos sociais profundos, justamente porque baseou-se na idéia da</div><div>comunicação enquanto agente emancipador do homem, e não limitador. Enquanto a</div><div>mídia tradicional da época se mostrava complacente com a situação estabelecida e</div><div>ajudava a sustentá-la, a imprensa alternativa cobrava a restauração da democracia e uma</div><div>série de transformações que julgava necessária. Por trás desta imprensa alternativa</div><div>existia, é claro, uma ideologia, cujos interesses também eram defendidos. Mas se</div><div>formos analisar, as sociedade são movidas por ideologias, e nada mais justo do que elas</div><div>terem liberdade para expressar seu conteúdo, mas não de forma mascarada, como é mais</div><div>comum. A grande característica da imprensa alternativa já esta, no entanto, escancarada</div><div>em seu próprio nome. Segundo o dicionário Aurélio, diz-se alternativo aquilo que</div><div>adotou uma posição independente em relação às tendências dominantes. Exerce,</div><div>portanto, uma função social importante, na medida em que é contra-hegemônica e</div><div>favorece a dialética e construção democrática do conhecimento, do pensamento, das</div><div>ideologias, e, portanto, da própria sociedade.</div><div>Sendo contra-hegemônico durante um período autoritário, a mídia alternativa só</div><div>poderia se estruturar em suas instâncias de poder, com base em propósitos democráticos</div><div>e participativos. Kucinski esclarece ainda, outras duas características importantes das</div><div>mídias alternativas durante o Regime Militar brasileiro:</div><div>Uma notável aversão àquilo que Weber denominou de espírito</div><div>capitalista foi outro traço marcante e denominador comum de todos</div><div>os jornais ao longo do ciclo alternativo (...) Havia entre as concepções</div><div>vigentes uma forte inspiração gramsciana, entendendo os jornais como</div><div>entidades autônomas, com o principal propósito de contribuir para a</div><div>formação de uma consciência crítica nacional (KUCINSKI, 2003, P.</div><div>19).</div><div>Tais características e intenções fizeram da mídia alternativa um instrumento</div><div>fundamental para a discussão da sociedade por ela mesmo, combatendo o autoritarismo</div><div>do regime e das idéias. O sucesso da imprensa alternativa durante a ditadura, apesar das</div><div>sérias restrições que recebia, mostrou acima de tudo, que muitas pessoas estavam</div><div>comprometidas em ser agentes transformadores da sociedade que estava imposta, mas</div><div>que não lhes agradava. Esse sucesso foi também demonstrado através da conquista da</div><div>redemocratização que não foi nada mais do que uma luta política intensa, agregadora e</div><div>que garantiu seu espaço de divulgação e convencimento através de uma mídia bem</div><div>estruturada e ao seu favor.</div><div>Mas com esta conquista, a imprensa alternativa da época desapareceu.</div><div>Desapareceu juntamente com o seu triunfo. Há quem diga que a imprensa alternativa</div><div>tinha como razão de ser a ditadura. Mas não poderia ser só isso. Na verdade, parece que</div><div>não conseguiu se adaptar ao sistema capitalista, desvalorizando o lucro e a questão</div><div>econômica e administrativa. E era mesmo isso o que queriam. No entanto, esses fatores</div><div>contribuíram para que esta imprensa se constituísse como algo vulnerável ao sistema e</div><div>ao seu contexto, não resistindo a ele.</div><div>O desaparecimento quase total e repentino da imprensa alternativa</div><div>parece ter sido premonitório, corroborando a tese de que essa</div><div>imprensa, por estabelecer pontes entre organizações e a sociedade,</div><div>antecipa as grandes transformações. Nesse caso, por raciocínio</div><div>inverso, podemos entender o próprio surgimento da imprensa</div><div>alternativa dos anos de 1970 como uma das últimas grandes</div><div>manifestações da utopia no Brasil. Estimulado pelo surgimento da</div><div>ditadura, mas com direito próprio de existência na história.</div><div>(KUCINSKI, 2003, p. 28)</div><div>Como se vê, a mídia alternativa desempenhou um papel fundamental durante o</div><div>regime militar e o período de restauração da ordem democrática, contribuindo</div><div>decisivamente para a consolidação de um regime político formalmente democrático, a</div><div>partir da constituição federal de 1988. Neste período conseguiu despertar o pensamento</div><div>crítico, incentivando muitos indivíduos a participarem das transformações sociais que</div><div>eram necessárias. Cabe questionar, contudo, qual o papel que esta mesma mídia tem</div><div>desempenhado nesta nova sociedade que ajudou a estabelecer. Não é possível que tenha</div><div>morrido de fato. Na verdade, é provável que tenha renascido, para derrubar as máscaras</div><div>de uma sociedade que não se sabe ao certo se é verdadeiramente democrática.</div><div>A sociedade democrática e o renascimento das mídias alternativas</div><div>Segundo a teoria aristotélica sobre as três formas de governo, a democracia é o</div><div>governo do povo, de todos os cidadãos, ou seja, de todos aqueles que gozam dos</div><div>direitos de cidadania (BOBBIO, 1998, p. 319). Distingue-se, portanto, da monarquia</div><div>que é o governo de um só, e da aristocracia, o governo de poucos. Os gregos de Atenas</div><div>foram os primeiros a elaborar um ideal democrático. Sua organização política era</div><div>baseado no princípio de que o cidadão deve participar da polis (cidade-estado grega),</div><div>decidindo o seu destino. Em uma sociedade democrática, portanto, os indivíduos devem</div><div>atuar como sujeitos de sua história e de sua sociedade. Para isso precisam estar</div><div>habilitados e inseridos nos processos políticos, econômico, sociais e culturais, na</div><div>medida em que essa inclusão garante-lhes uma compreensão efetiva do ambiente em</div><div>que vivem e das relações que estabelecem com ele. Garante-lhes, acima de tudo, o</div><div>próprio reconhecimento enquanto agentes pensantes e transformadores. Nesse ponto, a</div><div>comunicação exerce um papel imprescindível enquanto uma possibilidade de auxiliar no</div><div>processo de formação de sujeitos pensantes, críticos e cidadãos de fato.</div><div>Atualmente, muitas sociedades se afirmam democráticas, como é o caso do</div><div>Brasil. Mas será que a estrutura social deste país está de acordo com os ideais de</div><div>democracia pressupostos?É possível observar que não.</div><div>Peguemos como exemplo os meios de comunicação de massa. Para Grinberg</div><div>(1987 apud MOLES, 1975, p. 123) referindo-se ao significado da relação entre</div><div>emissores e receptores do discurso social, numa sociedade totalmente democrática,</div><div>haveria a mesma quantidade de emissão e de recepção. Isso quer dizer, que é possível</div><div>definir os tipos de sociedade tomando como base sua relação média de emissão e</div><div>recepção de mensagens. O que acontece, no entanto, é a produção de um desequilíbrio</div><div>entre estas taxas de emissão e recepção. E isso simplesmente representa as relações reais</div><div>de poder existentes. Quanto a isso, podemos tomar como exemplo a América Latina.</div><div>Sobre esta questão, Grinberg ainda acrescenta que:</div><div>Cristalizar o receptor num só momento de um processo</div><div>complexo e multifacetado (ou de recipiendário de mensagens) é negar</div><div>ao indivíduo e a amplos setores sociais a plenitude de sua condição</div><div>ambivalente de emissor-receptor-emissor, condição que, pela</div><div>simultaneidade e reciprocidade que implica, configura um paradigma</div><div>da democracia econômica e política e, por conseguinte, socialcomunicacional.</div><div>(GRINBERG, 1987, p. 8)</div><div>Para romper estes desequilíbrios e tentar efetivar a democracia já existente, é que</div><div>aparece a mídia ou a comunicação alternativa. Nestas sociedades ditas democráticas,</div><div>elas anunciam e denunciam um fenômeno bastante problemático e que coloca em</div><div>situação de risco o regime democrático: trata-se da centralização e monopolização dos</div><div>meios de comunicação de massa. Mas o que realmente significa esta centralização, cada</div><div>vez maior, das informações e dos meios? Grinberg também responde esta questão:</div><div>Significa que um número cada vez menor de pessoas informa</div><div>a um público cativo cada vez maior. Esta concentração implica numa</div><div>evidente perda de possibilidades de expressão de grupos locais e</div><div>comunitários em favor de uma difusão cada vez mais centralizada em</div><div>grandes empresas localizadas nos grandes centros urbanos (...) Não</div><div>existe em nosso país a pluralidade de fontes de informação, condição</div><div>básica para o funcionamento de uma sociedade democrática. Existe</div><div>hoje uma clara tendência à homogeneização cultural, embora</div><div>repassada através de uma multiplicidade de conteúdos, além de uma</div><div>acentuada perda de informações locais ou regionais em favor de um</div><div>aumento de notícias, músicas, novelas, humor e outras manifestações</div><div>culturais internacionais ou internacionalizadas. (GRINBERG, 1987, p.</div><div>40)</div><div>Verificamos, portanto, uma situação bastante problemática, de modo que os</div><div>meios de comunicação, dotados de um potencial expressivo no que se refere à sua</div><div>capacidade de divulgação e acessibilidade, não funcionam como instrumentos</div><div>comprometidos com a emancipação intelectual e cultural dos indivíduos. Esse fato é</div><div>facilmente observado quando acompanhamos a programação televisiva convencional,</div><div>ou quando lemos os jornais de maior circulação. O que acontece, de fato, é uma</div><div>parcialidade mascarada, ou seja, o jornalismo interessado em fornecer a base para que</div><div>seus leitores, ouvintes ou telespectadores construam suas próprias idéias tem pouco</div><div>espaço. A cultura de massa no Brasil é aquele que produz verdades fáceis de serem</div><div>entendidas. E isso limita de forma grandiosa a capacidade racional e reflexiva dos</div><div>indivíduos, principalmente se levarmos em consideração o fato de que para grande parte</div><div>da população, os meios de comunicação de massa são as únicas fontes de conhecimento</div><div>e cultura.</div><div>Assim percebida, a comunicação não é questão técnica a ser</div><div>tratada de forma asséptica, fora da estrutura econômica, política e</div><div>cultural da sociedade. Trata-se de uma questão política amplamente</div><div>determinada por essa estrutura e que, por sua vez, contribui para a sua</div><div>continuidade. Assim, a busca da saída para essa situação dirige-se à</div><div>mudança da comunicação vertical/antidemocrática para a</div><div>horizontal/democrática. Essa procura começou agora, em vários</div><div>lugares por meio de esforços que variam em seu raio de ação e</div><div>enfoque, embora coincidam nos propósitos: democratizar a</div><div>comunicação tanto no conceito como na prática. (BELTRÁN, 1981, p.</div><div>28)</div><div>O paradoxo observado garante-nos a certeza de que a democracia que tanto se</div><div>defende não é algo profundamente consolidado no Brasil. Tem, na verdade, falhas</div><div>profundas, principalmente no campo da comunicação social. Subverter essa realidade é</div><div>proporcionar meios que levem à consolidação da democracia, da igualdade e da</div><div>participação popular. Nesse contexto, os atuais meios de comunicação alternativos tem</div><div>desempenhado um papel muito importante, ainda que menos abrangente do que a</div><div>imprensa da ditadura, mas que funcionam enquanto instrumentos de regionalização e</div><div>pluralidade da comunicação social. Ainda é importante salientar que esta comunicação</div><div>alternativa nasce da necessidade de suprir a falta de comunicação, na medida em que os</div><div>meios massivos e as informações que veiculam não conseguem satisfazer as</div><div>necessidades comunicacionais de determinados grupos sociais.</div><div>Esta necessidade leva-os a buscar novas formas de expressar seus interesses,</div><div>seus anseios, suas idéias e suas culturas. O melhor exemplo para ilustrar este fato são as</div><div>rádios comunitárias, que tem se espalhado por todo o país e funcionam baseadas na</div><div>pluralidade e na democratização dos meios de comunicação. Enquanto um meio de</div><div>comunicação mais fácil de ser utilizado, as rádios tem se consolidado como um</div><div>importante fator para aqueles a quem interessa a democracia verdadeira e a pluralidade</div><div>de pensamentos. Através das rádios, por exemplo, se torna muito mais fácil possibilitar</div><div>a participação de um número maior de pessoas do que num jornal impresso ou na</div><div>televisão. É, desse modo, um fator fundamental para a estruturação atual da mídia</div><div>alternativa.</div><div>A internet também é uma ferramenta muito importante para o processo de</div><div>democratização, uma vez que oferece possibilidades quase ilimitadas de aceso às</div><div>informações. Agências de notícias e outros jornais eletrônicos têm se expandido no</div><div>meio virtual, consolidado uma mídia alternativa qualificada e que garante aos</div><div>indivíduos a chance de buscar diversidade nos pontos de vista e nas concepções</div><div>ideológicas. Nesse caso, no entanto, o problema reside no fato de que a grande maioria</div><div>da população não tem acesso à internet e fica novamente restrita aos meio tradicionais e</div><div>monopolizados de comunicação.</div><div>Nota-se, portanto, que as diferenças estabelecidas entre a mídia alternativa em</div><div>uma sociedade democrática e noutra, autoritária, são bastante difíceis de serem</div><div>observadas e discutidas. Isso leva a crer, inevitavelmente, que alguma semelhança muito</div><div>profunda existe entre o regime militar brasileiro e o período democrático. E essa</div><div>constatação é muito preocupante, senão avassaladora, uma vez que inúmeros cidadãos e</div><div>até mesmo o próprio Estado tem acreditado nesta condição democrática. A sociedade</div><div>seria democrática de fato seria se estivesse imersa em processos democráticos, o que</div><div>inclui a pluralidade dos meios de comunicação e a construção da cultura e do</div><div>conhecimento de forma dialética e participativa. Não é o caso. Ainda que os meios</div><div>alternativos de comunicação tenham se estruturado ao longo dos anos e garantido um</div><div>espaço cada vez maior, é insuficiente a sua abrangência e a forma como atingem a</div><div>população. Principalmente porque, parece que a sociedade não compreende de fato a</div><div>comunicação social e sua importância na constituição intelectual e cultural dos</div><div>indivíduos.</div><div>E este novo caráter que se espera da comunicação parte da necessidade da</div><div>superação de sua verticalidade, da ampliação dos meios alternativos e por fim,</div><div>substancialmente, da renegação da cultura de massa e a construção de um novo tipo de</div><div>comunicação.</div><div>Considerações Finais</div><div><b>Constata-se que a mídia atual, que deveria acompanhar o processo de</b></div><div><b>redemocratização, parece ter mantido sua característica centralizadora e autoritária, não</b></div><div><b>oferecendo a uma sociedade democrática aquilo que ela espera: pluralidade, diversidade</b></div><div><b>e reflexão. A mídia tradicional continua, portanto, a defender a ideologia dominante e</b></div><div><b>alguns interesses específicos.</b></div><div>Entender o papel da mídia alternativa neste contexto é traçar as possibilidades</div><div>para a estruturação de uma mídia verdadeiramente democrática, que utilize a</div><div>comunicação com plenitude em busca da emancipação do ser humano, e de sua</div><div>realização plena enquanto cidadão integrante de uma sociedade consciente e</div><div>participativa.</div><div>Vizualiza-se uma possibilidade para esta democratização através do advento de</div><div>novas tecnologias. A internet, por exemplo, tem transformado de maneira significativa a</div><div>forma como atuam os meios de comunicação, possibilitando maior participação dos</div><div>indivíduos na emissão e recepção de mensagens. Pierre Lévy coloca alguns aspectos</div><div>muito interessantes sobre esta questão ao dizer que numa boa lógica comunicacional,</div><div>quanto mais há concentração ou monopólio dos meios de informação, mais há risco que</div><div>se estabeleça uma verdade oficial às ordens. (LÉVY, 2000, P. 209). Ao autor ainda</div><div>coloca o Ciberespaço, como uma possibilidade muito interessante para a superação</div><div>destas questões.</div><div>Com toda a certeza, as novas tecnologias de comunicação representam um</div><div>importante instrumento para a superação dos problemas descritos e para a consolidação</div><div>da pluralidade, com a valorização da cultura, do conhecimento, da cidadania e da</div><div>diversidade. Atualmente, democratizar a comunicação também é possibilitar o acesso às</div><div>novas tecnologias que se apresentam, possibilitando uma inclusão efetiva dos</div><div>indivíduos ao ciberespaço. Sabe-se que esta tarefa é muito complexa, senão utópica.</div><div>Mas se formos pensar no que é utopia, veremos que por mais que ela se afaste dos</div><div>homens assim como se afasta o horizonte, acaba servindo para algo de muito valor: a</div><div>utopia serve para fazê-los caminhar.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Referências Bibliográficas</div><div>BELTRÁN, Luis Ramiro. Adeus à Aristóteles: Comunicação Horizontal. In:</div><div>Comunicação e Sociedade. São Paulo: Ed. Cortez, n.06, p. 5-36, set. 1981.</div><div>BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PAQUINO, GianFranco. Dicionário de</div><div>Política. Brasília: Ed. UNB, 1998.</div><div>GRINBERG, Máximo Simpson (org.). A Comunicação Alternativa na América</div><div>Latina. Petrópolis: Ed. Vozes, 1978.</div><div>HOLANDA, Aurélio B. Dicionário de Língua Portuguesa do Século XXI. Rio de</div><div>Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1999.</div><div>KELLNER, Douglas. A cultura da mídia. São Paulo: Edusc, 2001.</div><div>KUCINSKI, Bernardo. Jornalistas e Revolucionários: nos tempos da imprensa</div><div>alternativa. São Paulo: Ed. Edusp, 2003.</div><div>LÉVY, Pierre. A revolução contemporânea em matéria de comunicação. In: Para</div><div>navegar no século XXI. Porto Alegre: Sulina, 2000.</div><div><br /></div><div>grifos de Laila</div><div><br /></div><div>Pela democratização dos meios de comunicação!</div><div>Contra a Redução da Maioridade Penal!</div><div>Pela extinção de manicômios e prisões!</div>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-35336083778453753452011-05-02T06:19:00.002-03:002011-05-02T06:24:29.146-03:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUj-IKW7PC0kBT58nNFe2RPvUJlxq9KPeRubyJ9QkAC2QZwMG8-nd11Bawc2-qkLwpk-SULO0AOshBgjnKsyhfel2ymkYei82Sn1w9J_vSJ-OmrkV6TNti-en-Lxg3XT1vJ4tT8bgxLvM/s1600/Fidel+Raul+PCC.bmp" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 325px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUj-IKW7PC0kBT58nNFe2RPvUJlxq9KPeRubyJ9QkAC2QZwMG8-nd11Bawc2-qkLwpk-SULO0AOshBgjnKsyhfel2ymkYei82Sn1w9J_vSJ-OmrkV6TNti-en-Lxg3XT1vJ4tT8bgxLvM/s400/Fidel+Raul+PCC.bmp" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5602047140867171842" /></a><br /><div><br /></div><div><h3 style="margin-top:9.0pt;margin-right:0cm;margin-bottom:0cm;margin-left: 0cm;margin-bottom:.0001pt"><span lang="ES" style="font-size:15.0pt;font-family: Impact;color:#222222;mso-ansi-language:ES;font-weight:normal"><o:p> </o:p></span></h3><h2 style="margin-top:0cm;margin-right:0cm;margin-bottom:12.0pt;margin-left: 0cm"><span lang="ES" style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:#222222; text-transform:uppercase;mso-ansi-language:ES">SÁBADO 30 DE ABRIL DE 2011</span><span lang="ES" style="font-size:8.5pt;font-family:Arial;color:black;text-transform: uppercase;mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></h2> <h3 style="margin-top:9.0pt;margin-right:0cm;margin-bottom:0cm;margin-left: 0cm;margin-bottom:.0001pt"><a name="4892155157460589339"></a><span style="font-size:15.0pt;font-family:Impact;color:#222222;font-weight:normal"><a href="http://martilloymachete.blogspot.com/2011/04/el-primer-secretario.html"><span lang="ES" style="color:black;mso-ansi-language:ES">El Primer Secretario</span></a><o:p></o:p></span></h3> <h3 style="margin-top:9.0pt;margin-right:0cm;margin-bottom:0cm;margin-left: 0cm;margin-bottom:.0001pt"><span style="font-size:15.0pt;font-family:Impact; color:#222222;font-weight:normal"><o:p> </o:p></span></h3> <h3 style="margin-top:9.0pt;margin-right:0cm;margin-bottom:0cm;margin-left: 0cm;margin-bottom:.0001pt"><span lang="ES" style="font-size:15.0pt;font-family: Impact;color:#222222;mso-ansi-language:ES;font-weight:normal"><o:p> </o:p></span></h3> <p class="MsoNormal"><span class="post-timestamp"><span lang="ES" style="font-size: 7.5pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language:ES">a la/s</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="ES" style="font-size:7.5pt;font-family: "Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language:ES"> </span></span><span class="post-timestamp"><span style="font-size:7.5pt;font-family:"Trebuchet MS"; color:#222222"><a href="http://martilloymachete.blogspot.com/2011/04/el-primer-secretario.html" title="permanent link"><span lang="ES" style="color:black;mso-ansi-language:ES"><abbr class="published" title="2011-04-30T11:39:00-05:00">11:3</abbr></span><span lang="ES" style="color:black;mso-ansi-language:ES">9</span></a></span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="ES" style="font-size:7.5pt;font-family: "Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language:ES"> </span></span><span class="post-comment-link"><span style="font-size:7.5pt;font-family:"Trebuchet MS"; color:#222222"><a href="https://www.blogger.com/comment.g?blogID=4077832641966130350&postID=4892155157460589339"><span lang="ES" style="color:black;mso-ansi-language:ES">0 comentarios</span></a></span></span><span lang="ES" style="font-size:7.5pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222; mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Fernando Ravsberg</span><span style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZPurG3Vxngpy3n8uSqmwYmaQPPzbZkBfQaVZNMX2GDNSKen8jGjL32BC1HOUZfO8B06Yp7-Ft7Hfs_3Vzwku2a173IWYzyqPhj4Wq8NWSVITt2nP-ZpmUs6IUJXJdurKlXV8p3ZXMAeM/s1600-h/logo-vi-congreso-del-pcc%5B3%5D.jpg"></a></span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222; mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Explicar lo que sucede en Cuba fue siempre complejo pero con Raúl Castro en la presidencia resulta aún más difícil. Es un hombre discreto, de discursos cortos y largos silencios, que juega tras bambalinas y mueve fichas sin ruido ni fanfarria.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS"; color:#222222;mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Los medios de comunicación nacionales le "colaboran", guardan silencio sobre muchos de los cambios y los ciudadanos se enteran por rumores de que ya pueden navegar en Internet y también navegar por la mar.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222; mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Sin embargo, en el Congreso descalificó a la prensa, la llamó triunfalista, estridente, formal, aburrida y superficial. Eduardo Galeano ya había observado que a Cuba le sobra gente que la alabe pero anda siempre escasa de voces que la sepan defender.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS"; color:#222222;mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Castro repite una y otra vez que necesita un periodismo diferente, menos aplaudidor y más inteligente, con audacia para tocar llagas y el valor de asumir las consecuencias. Imprescindible para enfrentar a Washington en el ciberespacio.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS"; color:#222222;mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">En tanto, la reforma avanza en silencio, meditando donde apoyará el pie para dar el próximo paso. Quienes la impulsan son personas sin tiempo vital para corregir nuevos errores. Raúl Castro reconoce que el VI fue el último Congreso en el que participa su generación.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Los países occidentales parecen defraudados porque el general-presidente de Cuba insiste en que continuará con el socialismo y anuncia que no permitirá las actividades de los opositores que propugnan el regreso al capitalismo.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222; mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Se preguntan por qué Castro pretende refundar el socialismo después de tantos fracasos económicos. Tal vez sea por lo mismo que Roosevelt continuó apostando por la economía de mercado en medio la crisis económica de 1929.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222; mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Los hombres responden a sus creencias y el presidente de Cuba es comunista desde su adolescencia, antes incluso que Fidel. De hecho, él y el Che fueron quienes más presión ejercieron para convertir la isla en una nación socialista.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222; mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Los que quieran entender a "<st1:personname productid="la Cuba" st="on">la Cuba</st1:personname> que viene" tendrán que aprender a conocerlo, estudiarlo, escucharlo detenidamente, incluso en los momentos en que se sale del discurso oficial, que siempre trae por escrito.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Ninguna ecuación debería obviar la relación que lo une, desde la infancia, a su hermano, los años de joven comunista, los viajes a países socialistas, la meticulosa y eficiente organización del II Frente, y la construcción de las Fuerzas Armadas (FAR).</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family: "Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Convirtió una guerrilla campesina en una fuerza militar capaz de enfrentar a Sudáfrica pero cuyo mayor merito fue la fidelidad a las instituciones políticas. Es uno de los pocos ejércitos en Latinoamérica que nunca participó en golpes de Estado.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family: "Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Cuando se quedó sin presupuesto, el general desarrolló su visión económica, utilizando técnicas capitalistas creó el sistema empresarial más exitoso que ha tenido <st1:personname productid="la Cuba" st="on">la Cuba</st1:personname> revolucionaria y logró autofinanciar las FAR.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Su formación marxista le permite percibir las diferencias entre el modelo leninista original y el estalinismo. En el Congreso se salió del guión para decir que Cuba no debía copiar lo hecho en <st1:personname productid="la URSS" st="on">la URSS</st1:personname> después de la muerte de Lenin.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222; mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Propone construir un socialismo autóctono pero sin reinventar el fuego. Estudiaron a los países socialistas económicamente exitosos y finalmente optaron por el modelo vietnamita, al que consideran más cercano política y culturalmente.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222; mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Envió un ejército de especialistas para recoger todo lo que pueda usarse en Cuba de la experiencia de ese país asiático y no acepta síntesis, exige informes completos que reflejen la realidad, aun cuando esta lo pueda contrariar.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS"; color:#222222;mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Como militar sabe jugar en equipo y también delegar tareas. Apuesta por las instituciones más que por líderes y confía en los mecanismos por encima de la inspiración. Cuando necesita cuadros no busca personajes carismáticos, crea canteras.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS"; color:#222222;mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Si exceptuamos a los 9 "históricos" del Buró Político, el nuevo Comité Central se convierte en una cantera de dirigentes jóvenes, la mitad mujeres, un tercio de negros y solo 15 militares, lo cual hace pensar que en el futuro el papel político del las FAR será menor.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Los generales del Buró no parecen estar ahí por sus "estrellas" sino por los humildes uniformes guerrilleros que vistieron en su juventud, cuando establecieron entre sí poderosos lazos de confianza, como ocurre entre quienes arriesgan juntos la vida.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt; font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Todos son obsesivos respecto a la "unidad", pertenecen a una generación convencida de que perdieron independencia en el siglo XIX a causa de la división interna. Y creen que EE.UU. aprovechará la más mínima brecha para dominar a la nación.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family: "Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Tal vez por eso el general avanza creando consenso. En el 2007 habló de cambios y convocó un debate donde el pueblo mismo los pidió, logró entonces el apoyo de Fidel, unió después a los históricos, convenció al Partido sobre el nuevo rumbo y finalmente le entregaron el timón.</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Por delante le queda el reto de desmantelar una poderosa burocracia, hija legitima del modelo soviético. Raúl Castro advirtió que la enfrentaría y que esperaba ganar pero no especificó "como se van a librar los combates".</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS"; color:#222222;mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="ES" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: ES">Sin embargo, días después el periódico del PCC daba una pista, publicaba una frase de Fidel Castro, en la que recomienda combatir el espíritu burocrático "sin tregua, de la misma manera que luchamos contra la delincuencia".</span><span lang="ES" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222; mso-ansi-language:ES"><o:p></o:p></span></p> <p><span lang="EN-US" style="font-family:"Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language: EN-US">BBC Mundo</span><span lang="EN-US" style="font-size:9.0pt;font-family: "Trebuchet MS";color:#222222;mso-ansi-language:EN-US"><o:p></o:p></span></p> <p><span style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222"><a href="http://www.bbc.co.uk/blogs/mundo/cartas_desde_cuba/2011/04/el_primer_secretario.html"><span lang="EN-US" style="font-size:12.0pt;color:black;mso-ansi-language:EN-US">http://www.bbc.co.uk/blogs/mundo/cartas_desde_cuba/2011/04/el_primer_secretario.html</span></a></span><span lang="EN-US" style="font-size:9.0pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#222222; mso-ansi-language:EN-US"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="background:#F9F9F9"><span class="item-action"><span style="font-size:7.5pt;font-family:"Trebuchet MS";color:#666666"><span style="color:black; text-decoration:none;text-underline:none"><!--[if gte vml 1]><v:shapetype id="_x0000_t75" coordsize="21600,21600" spt="75" preferrelative="t" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" filled="f" stroked="f"> <v:stroke joinstyle="miter"> <v:formulas> <v:f eqn="if lineDrawn pixelLineWidth 0"> <v:f eqn="sum @0 1 0"> <v:f eqn="sum 0 0 @1"> <v:f eqn="prod @2 1 2"> <v:f eqn="prod @3 21600 pixelWidth"> <v:f eqn="prod @3 21600 pixelHeight"> <v:f eqn="sum @0 0 1"> <v:f eqn="prod @6 1 2"> <v:f eqn="prod @7 21600 pixelWidth"> <v:f eqn="sum @8 21600 0"> <v:f eqn="prod @7 21600 pixelHeight"> <v:f eqn="sum @10 21600 0"> </v:formulas> <v:path extrusionok="f" gradientshapeok="t" connecttype="rect"> <o:lock ext="edit" aspectratio="t"> </v:shapetype><v:shape id="_x0000_i1025" type="#_x0000_t75" alt="" href="http://www.blogger.com/email-post.g?blogID=4077832641966130350&postID=4892155157460589339" title=""Enviar la entrada por correo electrónico"" style="'width:13.5pt;" button="t"> <v:imagedata src="file:///C:\DOCUME~1\MICHELLE\CONFIG~1\Temp\msohtml1\01\clip_image001.gif" href="http://img1.blogblog.com/img/icon18_email.gif"> </v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><span style="mso-ignore:vglayout"><a href="http://www.blogger.com/email-post.g?blogID=4077832641966130350&postID=4892155157460589339" title="Enviar la entrada por correo electrónico"><img border="0" width="18" height="13" src="file:///C:/DOCUME~1/MICHELLE/CONFIG~1/Temp/msohtml1/01/clip_image001.gif" style="border-width:initial;border-color:initial;position:relative;vertical-align: middle;border-bottom-style:none;border-left-style:none;border-right-style:none; border-top-style:none;margin-bottom:0px;margin-left:.5em;margin-right:0px; margin-top:0px" class="icon-action" shapes="_x0000_i1025" /></a>de: </span></span></span></span><a href="http://martilloymachete.blogspot.com/">http://martilloymachete.blogspot.com/</a></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p></div>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-14064325967517115362011-04-27T13:34:00.001-03:002011-04-27T13:36:13.265-03:00Caminhos Drommoondianos: famílias marcham contra despejo em Itabira<div id="yiv519863513"> <div id="yui_3_2_0_3_1303921110953394" class="yiv519863513gmail_quote"> <div id="yui_3_2_0_3_1303921110953393" class="yiv519863513gmail_quote"> <div id="yui_3_2_0_3_1303921110953392" class="yiv519863513gmail_quote"> <div><span><span>Centenas de moradores do <b><i>Bairro Carlos Drummond</i></b>, Itabira - MG, marcharam </span></span><span><span>pelas principais ruas da cidade </span></span><span><span>na segunda-feira, dia 25/04, para protestar contra o despejo iminente. </span></span></div> <div><span></span> </div> <div id="yui_3_2_0_3_1303921110953391"><span><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; MIN-HEIGHT: 240px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7TpNPXuHUULfJQbtpzXTx52OKF02081e0P1N7A-m0gE5sFyeHT7yhzRYDot7eYyHodEri6iQ698C1lZHcjyLoeYoW4fkeqXuqqCbrPfbel5F-GDbMFDDaajOW6rg5PismpCua0MUQlA/s320/DSC03121.JPG" /></span></div> <div> </div> <div><span><span>As mais de <b>300 famílias</b> que vivem na comunidade há <b>11 anos</b> receberam ordem do Juízo da 1ª </span></span><span><span>Vara Cível da Comarca de Itabira para deixarem suas casas até o próximo <b>dia 2 de Maio</b>, segunda-feira. O Juiz convocou ainda todos os Oficiais de Justiça da Comarca para o cumprimento da ordem com uso de força policial.<br /></span></span></div> <div><br /></div> <div><span><span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEichXYBV3tDfd9G-II_HPgSyrf0ti-hrqlvCHM2uWHEVd7L-UHrSM0VBDPu5jsI_ThavsPa4wwdoQHLpXsXrvgxO75VcI3CzVBm0r-vxQwdGKHg6pfJswx3NyIZFq5MLc5ltIR7EP1wKg/s1600/100_1973.JPG" rel="nofollow" target="_blank"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; MIN-HEIGHT: 241px; WIDTH: 326px; FLOAT: left" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEichXYBV3tDfd9G-II_HPgSyrf0ti-hrqlvCHM2uWHEVd7L-UHrSM0VBDPu5jsI_ThavsPa4wwdoQHLpXsXrvgxO75VcI3CzVBm0r-vxQwdGKHg6pfJswx3NyIZFq5MLc5ltIR7EP1wKg/s320/100_1973.JPG" /></a></span></span></div> <div><br /></div> <div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; MIN-HEIGHT: 210px; WIDTH: 290px; DISPLAY: block" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtPm0eASJNYQU6hreYicjxTt6OPmfAJ2XkI9jI5JIyEX-alAXOhGBqWT5Wwb0DORGSTVed-J2069P5rRmu5UxsLrfDrDHhmvcqQKKdIgnF12B_VZsgYqHcSJeYss2Hp0IOeDc7Y8wtUg/s320/DSC03106.JPG" /> <span>A população saiu do Bairro Drummond em direção à Prefeitura e, antes mesmo de chegar ao seu destino, recebeu a notícia de que o <b>Prefeito João Izael</b> aguardava para receber uma comissão de representantes da comunidade, juntamente com o Bispo da Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano. </span></div> <div style="TEXT-ALIGN: justify"><br /></div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; MIN-HEIGHT: 276px; WIDTH: 373px; DISPLAY: block" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8eufgbhibb-wVhV0UoX2AdhKLrIi0fvcJZMdQ-nzTeLZBzw-yoWRmIuaK75Xv5T5mbAxA6JxLbNI_1tBUVxN5myQfVNQT_C0r1iMZ5vWPwTX_v8CKYfBibUfhDXkhUXr1hB8h6pN4dQ/s320/DSC03092.JPG" /> <div><span>Na reunião, os representantes do Bairro Drummond cobraram do Prefeito de Itabira que sejam tomadas medidas concretas para impedir o desalojamento forçado e que seja aberto o processo de <b>negociação</b>. Exigiu-se do Prefeito, dentre outras coisas, que o terreno seja imediatamente declarado de utilidade para fins de desapropriação, que o Município ingresse nos autos da Ação de Reintegração de Posse visando à suspensão da ordem judicial e que seja realizada reunião urgente com o Comando da Polícia Militar.<br /><br />O Prefeito, por sua vez, comprometeu-se a buscar uma solução que não ofenda o direito das famílias, porém <b>não assumiu nenhuma medida concreta imediata</b>, apenas criou uma comissão integrada pelo Procurador do Município, pela Secretária de Ação Social e representantes da Comunidade para estudar o caso e apresentar propostas.</span></div> <div> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkzaIRNqp5EP6ooUiOB5Sqivv5cxA4o2IvmgZBCwl5XkoOEBUypsrk211yU9iP0u_XENfllqALoc8Ce043ia7oLNoElo6lS9eyQ0fjqjWglSp8OCBcIuz8tS_1vpoJ0ZXdUpNW1aTGyw/s1600/100_1963.JPG" rel="nofollow" target="_blank"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; MIN-HEIGHT: 139px; WIDTH: 228px; FLOAT: right" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkzaIRNqp5EP6ooUiOB5Sqivv5cxA4o2IvmgZBCwl5XkoOEBUypsrk211yU9iP0u_XENfllqALoc8Ce043ia7oLNoElo6lS9eyQ0fjqjWglSp8OCBcIuz8tS_1vpoJ0ZXdUpNW1aTGyw/s320/100_1963.JPG" /></a><span><span>Desse modo, a população da comunidade que leva o nome do Grande Poeta Itabirano segue em luta, fortalecendo o processo de <b>organização e consciência</b> para resistir contra a intolerância dos poderosos.</span></span></div> <div><br /></div> <div style="TEXT-ALIGN: justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK_T-i0OQ3CI9rw8ucK94QBBITOiCt8qzIESj2ip-ObK-vEpE3LoSLXi-Si3ocRXmmzXxSB1KGOiGOxAN-dohIUBtoWnr0teJcKF6Ym2GErOWdkBzAykhnnoFAsQmojA4rGvc31RSUYg/s1600/100_2035.JPG" rel="nofollow" target="_blank"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; MIN-HEIGHT: 177px; WIDTH: 223px; FLOAT: left" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK_T-i0OQ3CI9rw8ucK94QBBITOiCt8qzIESj2ip-ObK-vEpE3LoSLXi-Si3ocRXmmzXxSB1KGOiGOxAN-dohIUBtoWnr0teJcKF6Ym2GErOWdkBzAykhnnoFAsQmojA4rGvc31RSUYg/s200/100_2035.JPG" /></a><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; MIN-HEIGHT: 208px; WIDTH: 297px; DISPLAY: block" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdwrJ7NNNQhgW5Ntg9gtpzOiTX8oz9_nXhXIrtcPipX5tRZIsRVN0jU005rMfIyheP43tUPrlyqHkyt_X0h-U4-K6Kry6WdrMLqE8B41JgFZ3g6XAjNCmCz3OIVIJLU5IwTQFq01HEJw/s320/100_1929.JPG" /></div> <div><br /><span>Na próxima quinta-feira, dia 28/04, às 14:00 horas, no Sindicato dos Rodoviários (Av. Daniel Jardim Grizolia, nº. 120 - Itabira), será realizada <b>Audiência Pública, convocada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais</b>, para tratar da grave situação do Bairro Drummond.</span></div> <div><span></span> </div> <div><span>Veja <a href="https://docs.google.com/leaf?id=0B5Bo2FZsSddXMmUzNDA0NzEtOGVlOS00ZjY0LWI5OGQtOWJkZTZjYTI3NmUz&hl=en&authkey=CJPYmbYC" rel="nofollow" target="_blank"><b>AQUI</b></a> a carta distribuída para mais de 10 mil pessoas explicando com mais detalhes o conflito social que envolve o Bairro Drummond.</span></div> <div><span></span> </div> <div><span><span>Veja <a href="https://picasaweb.google.com/111445031804471805058/MarchaComunidadeDrummondItabira?authkey=Gv1sRgCO_3_O7u_aKAsQE&feat=directlink" rel="nofollow" target="_blank"><b>AQUI</b></a> as fotos da marcha contra o despejo.<br /></span></span></div> <div><span><span><br />Veja também as <a href="https://picasaweb.google.com/111445031804471805058/TrabalhoDeBaseBairroDrummondItabiraMG?authkey=Gv1sRgCIeenY2kva7w1AE&feat=directlink" rel="nofollow" target="_blank"><b>FOTOS</b></a> da ação política realizada no Bairro Drummond </span><span>durante o feriado prolongado de Páscoa, </span><span></span><span></span><span>com a produção de camisas, lenços, bandeiras, formação política, assembléias, mutirões, cinema e muito trabalho de base.</span></span></div> <div><span><span><br /><br /></span></span></div> <div align="center"><span><b>- FRENTE PELA REFORMA URBANA -</b></span></div> <div align="center"><span><b><span>BRIGADAS POPULARES</span></b></span></div> <div align="center"><span><span><span><b><span>Pátria Livre! Poder Popular!</span></b></span></span></span></div> <div align="center"><b><span></span></b> </div> <ul> <li><b><span><span><u>Porque o despejo das 300 famílias da Comunidade Carlos Drumond é ilegal, injusto e imoral</u>:</span></span></b> </li></ul> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span>1. A área ocupada descumpria a função social da propriedade prevista na Constituição, art. 5º, inc. XXIII;</span></div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span></span> </div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span>2. Quando as famílias entraram no terreno não havia posse anterior exercida pelos proprietários para justificar a ordem de Reintegração de Posse contra as famílias do Bairro Drummond;</span></div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span></span> </div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span>3. O processo de Reintegração de Posse, que tramitou mais de 10 anos na Justiça, possui inúmeras nulidades processuais;</span></div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span></span> </div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span>4. A ordem dada pelo Juiz não delimita a área a ser reintegrada e isso é um dos pressupostos legais para o cumprimento da ordem;</span></div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span></span> </div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span>5. A ordem de despejo também não diz nada a respeito do destino das mais de 300 famílias que estão em via de ser despejadas;</span></div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span></span> </div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span>6. A dignidade da pessoa humana e o direito à moradia estão acima dos interesses dos supostos proprietários que jamais deram qualquer destinação econômica ou social ao terreno;</span></div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span></span> </div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span>7. A Constituição e a legislação brasileira, a exemplo da Lei nº. 10.257/01 (Estatuto das Cidades) e da Lei nº 11.977/09 (Minha Casa, Minha Vida), prevêem vários instrumentos jurídicos que podem ser utilizados pelo Poder Público para solucionar dignamente o conflito;</span></div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"> </div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span>8. O despejo forçado sem alternativas de reassentamento digno ou indenização ofende inúmeros tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é país signatário;</span></div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span></span> </div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span>9. O despejo forçado com uso de força policial vai gerar violência e colocar em risco a integridade física das centenas de famílias que estão dispostas a resistir por suas casas humildemente construídas há mais de 10 anos;</span></div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span></span> </div> <div style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="yiv519863513MsoNormal"><span><span><span>10. O despejo não é a solução, pois não enfrenta o grave problema habitacional que a cidade de Itabira vive atualmente.</span><span> </span></span></span></div></div></div>-- Frente pela Reforma Urbana - Brigadas Populares -</div><div id="yui_3_2_0_3_1303921110953394" class="yiv519863513gmail_quote"><br /></div><div id="yui_3_2_0_3_1303921110953394" class="yiv519863513gmail_quote">e pela Juventude que vem nascendo nessa barriga!</div><div id="yui_3_2_0_3_1303921110953394" class="yiv519863513gmail_quote"><br /></div><div id="yui_3_2_0_3_1303921110953394" class="yiv519863513gmail_quote">Contra a Redução da Maioridade Penal!</div><div id="yui_3_2_0_3_1303921110953394" class="yiv519863513gmail_quote"><br /></div><br /></div>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1521162416602556852.post-13373794086343464792011-04-07T17:54:00.004-03:002011-04-07T17:59:17.967-03:00"O dia em que o morro descer e não for carnaval"<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_YhopD0QMbvZZMxh4rw-IWG_43SSaVv4h7HlxAv6lEAwXT6efIpEIKvnx6e_XXFKq4YrcCx9_sYu5jiHGH-5ovvcCL57te0dj3uThLvogjMvwomsIXCHpHulUwAZMJX-0S7gUJuXJ8gs/s1600/opera%25C3%25A7%25C3%25A3o+militar+na+favela.bmp" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 325px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_YhopD0QMbvZZMxh4rw-IWG_43SSaVv4h7HlxAv6lEAwXT6efIpEIKvnx6e_XXFKq4YrcCx9_sYu5jiHGH-5ovvcCL57te0dj3uThLvogjMvwomsIXCHpHulUwAZMJX-0S7gUJuXJ8gs/s400/opera%25C3%25A7%25C3%25A3o+militar+na+favela.bmp" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5592948889599042706" /></a><br /><h2 style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt"><span style="font-size:12.0pt; font-family:Arial;font-weight:normal">Posicionamento do DAR sobre mais esta etapa de guerra às drogas no RJ</span><span style="font-size:24.0pt;font-family: Arial;font-weight:normal"><a href="http://coletivodar.org/2010/11/posicionamento-do-dar-sobre-mais-esta-etapa-da-guerra-as-drogas-no-rj/" title="Permanent Link to Posicionamento do DAR sobre mais esta etapa da guerra às drogas no RJ"></a><o:p></o:p></span></h2> <p class="MsoNormal"><span class="clock"><span style="font-size:7.5pt;font-family: Verdana;text-transform:uppercase;background:#2F4B4F">29/11/2010</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana"> </span></span><span class="comm"><span style="font-size:7.5pt;font-family:Verdana;text-transform: uppercase;background:#2F4B4F"><a href="http://coletivodar.org/2010/11/posicionamento-do-dar-sobre-mais-esta-etapa-da-guerra-as-drogas-no-rj/#comments" title="Comentário para Posicionamento do DAR sobre mais esta etapa da guerra às drogas no RJ"><span style="color:windowtext">13 COMENTÁRIOS</span></a></span></span><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana"><o:p></o:p></span></p> <p style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">“<strong><span style="font-family: Verdana">O dia que o morro descer e não for carnaval” *</span></strong><o:p></o:p></span></p> <p style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height:18.0pt"><em><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">Enquanto anônimos ninguéns seguem chorando a perda dos seus, a mídia brasileira louva uma pacificação feita com tanques e sangues</span></em><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana"><o:p></o:p></span></p> <p style="margin-top:3.75pt;margin-right:0cm;margin-bottom:3.75pt;margin-left: 0cm;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">Coletivo DAR<o:p></o:p></span></p> <p style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">“As pulgas sonham com comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico a sorte chova de repente, que chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chove ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura. Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada. Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos: Que não são, embora sejam. Que não falam idiomas, falam dialetos. Que não praticam religiões, praticam superstições. Que não fazem arte, fazem artesanato. Que não são seres humanos, são recursos humanos. Que não têm cultura, têm folclore. Que não têm cara, têm braços. Que não têm nome, têm número. Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local. Os ninguéns,<span class="apple-converted-space"> </span><strong><span style="font-family:Verdana">que custam menos do que a bala que os mata.”</span></strong><span class="apple-converted-space"><b> </b></span>Eduardo Galeano<o:p></o:p></span></p> <p style="margin-top:3.75pt;margin-right:0cm;margin-bottom:3.75pt;margin-left: 0cm;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">Enquanto anônimos ninguéns seguem chorando a perda dos seus, a mídia brasileira louva uma pacificação feita com tanques e sangues. Depois de uma eleição na qual botou as mangas de fora, o conservadorismo brasileiro agora parece não ter mais a menor vergonha em se manter fora do armário. E pudera, ele é maioria neste “consenso forjado” dia a dia pelas antenas e palavras dos de cima (e que infelizmente encontram muito eco nas famílias, escolas e igrejas dos de baixo).<o:p></o:p></span></p> <p style="margin-top:3.75pt;margin-right:0cm;margin-bottom:3.75pt;margin-left: 0cm;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">Recente pesquisa da Fundação Perseu Abramo mostrou que ateus e usuários de drogas são os estereótipos mais rejeitados pelo brasileiro. 35% das pessoas disse que usuários de drogas são o tipo de pessoa que menos gostam de encontrar, sendo que 17% afirmam ter “repulsa ou ódio” e 24% “antipatia” por este tipo tão perigoso de ser humano. Em mais esta etapa de décadas da fracassada “guerra às drogas”, novamente consumidores e substâncias sem vida são eleitos como responsáveis pela violência que assola nosso país, em especial uma de nossas cidades mais maravilhosas.<o:p></o:p></span></p> <p style="margin-top:3.75pt;margin-right:0cm;margin-bottom:3.75pt;margin-left: 0cm;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">O país cresce, e há certa melhora visível na vida de setores mais pobres. “Um real a mais no salário, esmola de patrão cuzão milionário”, já cantavam os Racionais MC’s, fechando com chave de ouro: “Ser escravo do dinheiro é isso, fulano/ 360 dias por ano sem plano/ Se a escravidão acabar pra você/ Vai viver de quem? Vai viver de quê?”. Ao mesmo tempo em que cresce a economia e os lucros dos de cima, aumenta a repressão aos que insistem em reclamar por estarem por baixo. 500 anos e não se conformaram?<o:p></o:p></span></p> <p style="margin-top:3.75pt;margin-right:0cm;margin-bottom:3.75pt;margin-left: 0cm;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">Foi exatamente quando a escravidão formalmente acabou que os negros começaram a formar estas periferias que são periferia em qualquer lugar, como ensina o rapper brasiliense Gog sampleado pelo Racionais na música citada. Sem acesso à propriedade da terra por conta da Lei de Terras elaborada para garantir os donos de escravos diante do inevitável final dessa modalidade de exploração, não restou alternativa aos recém libertos senão começarem a se amontoar nas áreas menos propícias à moradia das cidades brasileiras. De lá pra cá pouco mudou: os capitães do mato agora usam farda, os senhores de engenho comandam empresas, bancos e governos; para os de baixo, o que segue ditando seu disciplinamento é o chicote, agora made in USA.<o:p></o:p></span></p> <p style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">“Hey senhor de engenho eu sei quem você é, sozinho cê num guenta, sozinho cê num entra a pé”. Sozinho eles não guentam, então para garantirem seus lucros na Copa e nas Olimpíadas mandam que seus assassinos fardados<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://coletivodar.org/experiencia-no-haiti-e-modelo-para-a-operacao_2688"><span style="color:windowtext">treinados no Haiti</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>subam o morro, e “pacifiquem” a cidade. A paz pode custar quantas vidas forem necessárias. A disputa é por território e por controle social, e o tempo está passando. Quem tem mais peso no momento da decisão das políticas públicas, setores empresariais e imobiliários que já estão ganhando milhões com os mega-eventos no Brasil ou os ninguéns?<o:p></o:p></span></p> <p style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">Na mesma<span class="apple-converted-space"> </span><em><span style="font-family:Verdana">Periferia é periferia em qualquer lugar</span></em>, Edi Rock canta que “O vício tem dois lados/ Depende disso ou daquilo,então tá tudo errado/ Eu não vou ficar do lado de ninguém, por quê? Quem vende droga pra quem? Hã!/Vem pra cá de avião ou pelo porto ou cais./Não conheço pobre dono de aeroporto e mais./Fico triste por saber e ver/Que quem morre no dia a dia é igual a eu e a você”. Se o combate fosse contra “a droga” – este ente maligno que quando ilegal corrompe a sociedade e quando legal usa o corpo das mulheres para lucrar sempre mais – obviamente ele não poderia centrar-se no lado debaixo da cadeia, no comércio varejista. A imensa maioria dos lucros do tráfico está no sistema financeiro internacional, está na indústria de armas, está nos políticos e juízes corruptos. Aos varejistas e aos policiais corruptos, resta arriscar a vida para disputar as migalhas. Num país tão desigual e injusto, elas não são pouca coisa.<o:p></o:p></span></p> <p style="margin-top:3.75pt;margin-right:0cm;margin-bottom:3.75pt;margin-left: 0cm;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">Tráfico de drogas existe em todo o mundo, e seguirá existindo enquanto algumas drogas forem proibidas. A demanda existe e sempre existirá, não cabe ao Estado intervir na vida privada de seus cidadãos, e eles silenciosamente resistem a isso simplesmente seguindo com o consumo que escolheram. Mas o tráfico é mais violento exatamente onde a sociedade é mais desigual, e nesse quesito podemos nos orgulhar, Brasil-il-il, no topo do ranking. Alijados até mesmo do exército de reserva que antes organizava os moradores da favela, às vezes sem chance nem mesmo no mercado informal que rege nossa economia, diante de um Estado que interage com eles somente com a polícia, estes jovens moradores dos morros e periferias há muito perceberam que isto que lhe oferecem como vida não é muito para se colocar em risco em troca de oportunidades melhores. Morre um, já tem mais cinco na fila, ou alguém já ouviu dizer de escravos trabalhando no tráfico? Em certas fazendas de deputados, sim, existe este tipo de mão de obra, mas no comércio de drogas muitas vezes há mais demanda do que postos de trabalho, e isso não pode ser resultado da loucura desses jovens.<o:p></o:p></span></p> <p style="margin-top:3.75pt;margin-right:0cm;margin-bottom:3.75pt;margin-left: 0cm;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">O chamado “crime organizado” sabidamente não é tão organizado assim, sua força e organização são superestimadas pelos que necessitam de “inimigos internos” para manter a escalada de repressão seletiva. E assim como o crack é produto da proibição das drogas (fruto da repressão à cocaína e da ausência de preocupação do mercado ilegal com a qualidade do que vendem), os comandos são produto do Estado brasileiro. Nasceram das indignantes condições dos presídios brasileiros, e se espalharam para fora de seus muros pela igualmente humilhante condição de vida da população pobre e pelas constantes agressões de uma polícia assassina e racista.<o:p></o:p></span></p> <p style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">A proibição das drogas criou a ilegalidade deste mercado, e consequentemente fez com que a violência fosse a instância que rege essas transações comerciais que não diferem em nada do que fazem uma padaria ou uma farmácia. A desigualdade social potencializa a violência, e potencializa também o papel coercitivo do Estado, seu lado penal. “Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco”. A violência estatal tem suas facetas mais descaradamente assassinas, como o Bope, e às vezes busca legitimar-se frente à sociedade por estratégias menos ostensivas, mesmo que ainda obviamente militares e em desacordo com os direitos humanos, como é o caso das<a href="http://coletivodar.org/tag/upps"><span class="apple-converted-space"><span style="color:windowtext;text-decoration:none;text-underline:none"> </span></span><span style="color:windowtext">UPP’s</span></a>.<o:p></o:p></span></p> <p style="margin-top:3.75pt;margin-right:0cm;margin-bottom:3.75pt;margin-left: 0cm;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">Espanta é que a opinião pública compre – e é disso que se trata, de venda de posicionamentos e preconceitos – a versão de que componentes do problema, como Bope e UPP, sejam instrumento da solução. Para coroar, o exército é chamado para finalmente implementar o que vem treinando há anos nos corpos e periferias do Haiti.<o:p></o:p></span></p> <p style="margin-top:3.75pt;margin-right:0cm;margin-bottom:3.75pt;margin-left: 0cm;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">Espanta é que um governo federal de um partido que ainda se diz de esquerda (mesmo que cada vez com menos ênfase) suporte e promova este tipo de estratégias, apoiando programas como as UPP’s e a presença militar no Haiti e também governantes como o genocida Sérgio Cabral e sua trupe.<o:p></o:p></span></p> <p style="margin-top:3.75pt;margin-right:0cm;margin-bottom:3.75pt;margin-left: 0cm;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">Espanta é que alguém ainda leve a sério meios de comunicação que apoiaram e cresceram com o Golpe Militar de 1964, e que de lá pra cá participaram de uma série de manipulações eleitorais e promovem diariamente preconceitos de gênero, orientação sexual e classe em seus produtos de entretenimento e informação. Sensacionalismo que mostra cenas, fatos, mas não explica por que eles existem, por que eles estão lá. Como duas facções que até pouco tempo se matavam estão juntas? Quem são os “bandidos”, os “traficantes”? Um corpo só? O maniqueísmo é a única ferramenta que eles têm para manter a dissimulação.<o:p></o:p></span></p> <p style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">Espanta que depois de 40 anos de guerra às drogas made in USA, quando o mundo todo busca alternativas ao fracasso proibicionista, a guerra seja novamente propagandeada como instrumento de paz. Realmente, se ainda há razão em nossa sociedade, falta muito para que ela se desentorpeça. (leia<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://coletivodar.org/about-2"><span style="color:windowtext">“A Razão Entorpecida”</span></a>, da ex-juíza Maria Lúcia Karam)<o:p></o:p></span></p> <p style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=lleOEh0ZA0s"><span style="color:windowtext">* música de Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro</span></a><o:p></o:p></span></p> <p style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height:18.0pt"><strong><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">Sobre os recentes acontecimentos no Rio de Janeiro, confira também:</span></strong><span style="font-size:9.0pt; font-family:Verdana"><o:p></o:p></span></p> <p style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">-<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://coletivodar.org/violencia-no-rio-a-farsa-e-a-geopolitica-do-crime_2681"><span style="color:windowtext">“Violência no Rio: a farsa e a geopolítica do crime”</span></a>, do sociólogo José Cláudio Souza Alves.<o:p></o:p></span></p> <p style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height:18.0pt"><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">-<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://coletivodar.org/freixo-seguranca-publica-reforca-criminalizacao-da-pobreza_2677"><span style="color:windowtext">Entrevista do deputado Marcelo Freixo (PSOL) no Terra Magazine</span></a><o:p></o:p></span></p> <p style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height:18.0pt"><strong><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana">Conteúdo relacionado:</span></strong><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:19.2pt;text-indent:-18.0pt;line-height: 13.5pt;mso-list:l0 level1 lfo1;tab-stops:list 36.0pt"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana;mso-fareast-font-family:Verdana; mso-bidi-font-family:Verdana"><span style="mso-list:Ignore">1.<span style="font:7.0pt "Times New Roman""> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana"><a href="http://coletivodar.org/2010/12/tribunal-popular-debate-encarceramento-e-estado-penal-como-instrumentos-da-desigualdade-social/" title="Permanent link to Tribunal Popular debate encarceramento e Estado penal como instrumentos da desigualdade social"><span style="color:windowtext">Tribunal Popular debate encarceramento e Estado penal como instrumentos da desigualdade social</span></a><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:19.2pt;text-indent:-18.0pt;line-height: 13.5pt;mso-list:l0 level1 lfo1;tab-stops:list 36.0pt"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana;mso-fareast-font-family:Verdana; mso-bidi-font-family:Verdana"><span style="mso-list:Ignore">2.<span style="font:7.0pt "Times New Roman""> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana"><a href="http://coletivodar.org/2011/01/ai-vem-o-mundial-anunciam-as-balas-no-rio-de-janeiro/" title="Permanent link to Aí vem o Mundial!: anunciam as balas no Rio de Janeiro"><span style="color:windowtext">Aí vem o Mundial!: anunciam as balas no Rio de Janeiro</span></a><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:19.2pt;text-indent:-18.0pt;line-height: 13.5pt;mso-list:l0 level1 lfo1;tab-stops:list 36.0pt"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana;mso-fareast-font-family:Verdana; mso-bidi-font-family:Verdana"><span style="mso-list:Ignore">3.<span style="font:7.0pt "Times New Roman""> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana"><a href="http://coletivodar.org/2011/01/mc-leonardo-o-trafico-de-drogas-nao-e-nada-alem-do-que-o-espelho-do-capital%e2%80%9d/" title="Permanent link to MC Leonardo: “o tráfico de drogas não é nada além do que o espelho do capital”"><span style="color:windowtext">MC Leonardo: “o tráfico de drogas não é nada além do que o espelho do capital”</span></a><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:19.2pt;text-indent:-18.0pt;line-height: 13.5pt;mso-list:l0 level1 lfo1;tab-stops:list 36.0pt"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana;mso-fareast-font-family:Verdana; mso-bidi-font-family:Verdana"><span style="mso-list:Ignore">4.<span style="font:7.0pt "Times New Roman""> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana"><a href="http://coletivodar.org/2010/12/dica-do-dar-ddd-seminario-sobre-encarceramento-em-massa-analises-sobre-rio-e-upps/" title="Permanent link to Dica Do DAR (DDD) – Seminário sobre encarceramento em massa + análise sobre Rio e UPPs"><span style="color:windowtext">Dica Do DAR (DDD) – Seminário sobre encarceramento em massa + análise sobre Rio e UPPs</span></a><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:19.2pt;text-indent:-18.0pt;line-height: 13.5pt;mso-list:l0 level1 lfo1;tab-stops:list 36.0pt"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana;mso-fareast-font-family:Verdana; mso-bidi-font-family:Verdana"><span style="mso-list:Ignore">5.<span style="font:7.0pt "Times New Roman""> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana"><a href="http://coletivodar.org/2010/10/grupo-de-teatro-promove-debate-sobre-prisao-nas-ruinas-do-carandiru/" title="Permanent link to Grupo de teatro promove debate sobre prisão nas ruínas do Carandiru"><span style="color:windowtext">Grupo de teatro promove debate sobre prisão nas ruínas do Carandiru</span></a><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:19.2pt;text-indent:-18.0pt;line-height: 13.5pt;mso-list:l0 level1 lfo1;tab-stops:list 36.0pt"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana;mso-fareast-font-family:Verdana; mso-bidi-font-family:Verdana"><span style="mso-list:Ignore">6.<span style="font:7.0pt "Times New Roman""> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana"><a href="http://coletivodar.org/2010/12/combate-ao-narcotrafico/" title="Permanent link to Combate ao narcotráfico?"><span style="color:windowtext">Combate ao narcotráfico?</span></a><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:19.2pt;text-indent:-18.0pt;line-height: 13.5pt;mso-list:l0 level1 lfo1;tab-stops:list 36.0pt"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana;mso-fareast-font-family:Verdana; mso-bidi-font-family:Verdana"><span style="mso-list:Ignore">7.<span style="font:7.0pt "Times New Roman""> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana"><a href="http://coletivodar.org/2010/11/abusos-da-policia-nas-operacoes-do-rj/" title="Permanent link to Abusos da polícia nas operações do RJ"><span style="color:windowtext">Abusos da polícia nas operações do RJ</span></a><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:19.2pt;text-indent:-18.0pt;line-height: 13.5pt;mso-list:l0 level1 lfo1;tab-stops:list 36.0pt"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana;mso-fareast-font-family:Verdana; mso-bidi-font-family:Verdana"><span style="mso-list:Ignore">8.<span style="font:7.0pt "Times New Roman""> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size:9.0pt;font-family:Verdana"><a href="http://coletivodar.org/2010/12/a-insustentavel-guerra-as-drogas/" title="Permanent link to A insustentável guerra às drogas"><span style="color:windowtext">A insustentável guerra às drogas</span></a><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://coletivodar.org/2010/11/posicionamento-do-dar-sobre-mais-esta-etapa-da-guerra-as-drogas-no-rj/"><span style="color:windowtext">http://coletivodar.org/2010/11/posicionamento-do-dar-sobre-mais-esta-etapa-da-guerra-as-drogas-no-rj/</span></a></p>Juventude Brigadistahttp://www.blogger.com/profile/03315603923012069454noreply@blogger.com0