quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Não é apenas mais um homem!

http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=137203,NOT


Sentada à beirada do caixão, a mãe. Ao lado dele várias adolescentes, a maioria delas participantes da mesma igreja evangélica(mesmo local onde se vela o corpo) que a mãe do morto.

Na notícia online somente informações evasivas, somente "acredita-se", "ninguém soube", a verdade só no olhar da mãe que parece acreditar que ele não deveria ter seguido aquele caminho, parece pensar que ele teria outra oportunidade.

Em pesquisa realizada pela UERJ, 46% das mortes dos jovens de 12 a 18 anos no Brasil são causadas por armas de fogo.* E ainda é apenas mais um homem. Seria mesmo um homem? 22 anos para nós que convivemos com ele no Bairro Borges em Sabará desde a década de 90. Seria mesmo um homem? O que dá à imprensa a clareza de que ali jazia um homem? A notícia é curta, curta também a distância do corpo até o peito da mãe engasgada, e de nós todos ainda desacreditados.

Temo que as mortes não se tornem luta(ou indignação necessária!), a morte parece causar mais inércia, porque é muito duro saber que se a cada ano morrem tantos, e se diz apenas mais um, nós precisamos fazer coro à voz do teólogo da libertação: "as estatísticas não sangram!"**


Contra a redução da maioridade penal!
Pelo fim do extermínio da juventude pobre, negra e de periferia!
Pela democratização dos meios de comunicação!


Laila, militante da Frente de Juventude-Brigadas Populares(MG)














** Jon Sobrino em: "Fora dos pobres não há salvação"

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Os novos soldados do capitalismo





Por Antonio Martins

Na madrugada de terça-feira, durante o assalto ao acampamento do Occupy Wall Street, a polícia de Nova York adotou métodos primitivos. A entrada da imprensa na área da operação polícial foi vetada. Ydanis Rodriguez, um membro do parlamento local, foi agredido e preso, quando tentava encontrar-se com os manifestantes. Houve mais de 200 prisões, uso generalizado de gás pimenta e golpes de cassetete. Uma biblioteca de 5 mil livros foi atirada a um contêiner de lixo.

Mas estas cenas de brutalidade são apenas um aspecto menor da operação. Notícias publicadas ontem (15/11) nos jornais norte-americanos, e análises de mais fôlego na imprensa alternativa, revelam algo mais grave. Articulou-se nas últimas semanas, nos Estados Unidos, um esforço policial coordenado, com objetivo de suprimir um movimento que, embora tenha sempre agido de modo pacífico, passou a ser encarado como uma ameaça ao status quo. A investida contra o Occupy reflete a militarização das forças de segurança dos EUA, cada vez mais voltadas a identificar e combater “inimigos internos” — e equipadas com sofisticado armamento “high-tech” contra eles.

Embora a decisão de desocupar praças caiba, institucionalmente, aos prefeitos, a ação policial está sendo tramada nacionalmente. Mais de 40 chefes de polícia das cidades em que o Occupy montou acampamentos mantiveram reuniões constantes nas últimas semanas, muitas vezes por meio de videoconferências. O objetivo dos encontros foi trocar informações sobre as formas mais eficazes de promover a desocupação. Pretende-se evitar, sobretudo, episódios constrangedores para as forças da ordem, nos quais a resistência pacífica as obriga a recuar.

O planejamento foi especialmente meticuloso contra o Occupy Wall Street, revelou o New York Times. Houve duas semanas de treinamento, mas os policiais envolvidos não foram informados, em nenhum momento, sobre o alvo e as circunstâncias de sua futura ação. Temia-se a mobilização social. Uma tentativa anterior de esvaziar o acampamento, em 14 de outubro, fracassou porque, informados previamente, os manifestantes conseguiram convocar apoio.

O último treinamento foi feito na noite de segunda-feira, 14/11. Mesmo então, segundo o jornal, não se mencionou o Zucotti Park — ou Praça da Liberdade, como foi rebatizada pelos acampados. Na convocação dos policiais falou-se apenas em “um exercício”. A decisão de atacar o Occupy foi comunicada “apenas no último momento”.

Centenas de agentes foram mobilizados. O momento da operação foi escolhido meticulosamente. Sabia-se, depois de semanas de observação, que na madrugada de segunda para terça-feira o acampamento estaria mais vazio. O parque foi isolado por barreiras de policiais armados com escudos. No momento da desocupação, não era permitido aproximar-se a menos de cem metros do local. Os jornalistas que já estavam na área foram retirados: a polícia alegou que desejava proteger sua “segurança”.

Que leva a polícia de um país que se orgulha de respeitar as liberdades civis a se voltar para a repressão contra protestos pacíficos? Num texto publicado também ontem, no site Alternet, Heather “Digby” Parton, uma blogueira norte-americana premiada pela profundidade de suas análises (publicadas costumeiramente em Hullabaloo), procura as respostas. Ela as encontra, principalmente, no que vê como três décadas de militarização das forças policiais norte-americanas. Primeiro, para enfrentar a chamada “guerra contra as drogas”; mais tarde (a partir do 11 de setembro), para a vigilância interna, adotada a pretexto da “guerra contra o terror”.

Desde 1980, reporta “Digby”, a polícia norte-americana tem sido preparada para assumir um número crescente de atividades de caráter mais tipicamente militar. Esta mudança se expressa em aspectos como o armamento e os uniformes policiais. Equipamentos como os fuzis M-16 e veículos blindados tornaram-se comuns – inclusive em unidades instaladas nos campi universitários.

A partir de 2001, esta tendência assumiu nova dimensão. As forças policiais foram envolvidas na vasta operação do governo Bush para ampliar a vigilância sobre os cidadãos. A lei “Patriot Act”, até hoje em vigor, permitiu violar o sigilo de comunicação e rastrear as operações financeiras. Criado na época, o Departamento de Segurança Interior (Department of Homeland Security) passou a coordenar as ações de espionagem interna. Tornou-se, rapidamente, a terceira maior agência estatal dos EUA. Tem orçamento anual de 55 bilhões de dólares. Horas após o ataque contra Occupy Wall Street, o cineasta Michael Moore lançava, pelo Twitter, uma questão ainda não respondida: terá o departamento participado da operação contra os manifestantes?

Ainda mais importante, introduziu o conceito de “terrorismo doméstico”, orientando as forças da ordem não apenas contra os crimes tradicionais — mas contra um leque amplo e impreciso de atividades, que pode facilmente incluir a oposição política. As consequências foram explicitadas em 2006 por Joseph McNamara, ex-chefe de polícia de San Jose. Ele afirmou que o novo cenário havia produzido “uma ênfase em treinamento paramilitar, que, em contraste com a antiga cultura, sobrepõe-se ao treinamento policial — segundo o qual os policiais não deveriam atirar, exceto para se defender”.

Um dos aspectos mais controversos da nova postura foi a utilização costumeira de armas consideradas “menos-letais”. Digby conta que os teasers (que produzem choques elétricos e podem, em certas circunstâncias, matar) são apenas a ponta de iceberg de um vasto arsenal — utilizado, por enquanto, apenas em situações de treinamento. Ele é inteiramente voltado para a dispersão de protestos. Inclui, por exemplo, o ray gun. Posicionado no alto de um veículo e disparado contra uma manifestação, ele produz, nos que estão à frente, a sensação de um “soco invisível”, que provoca intensa dor e impede de continuar caminhando. Sintomaticamente, foi testado, em exercícios na Geórgia, contra soldados vestidos de manifestantes que portavam cartazes com dizeres como “Paz Mundial”, “Amor para todos” e “Paz, guerra não!”.

Ainda mais espantosos são os planos para desenvolver armas como teasers com alcance de cem metros ou, mesmo, aviões não-tripulados (“drones”) capazes de criar grandes “áreas de exclusão” ao bombardeá-las com dardos virtuais que produzem choques elétricos. (Para descrição das armas, Digby baseou-se numa extensa reportagem de Ando Arike, publicada na revista Harper’s e disponível aqui, em versão pdf).

Ao final de seu texto, Digby debate uma questão política crucial. A militarização da polícia foi impulsionada no período imediatamente posterior aos ataques de 11 de Setembro. Na época, o choque provocado pelo terror e a onda de patriotismo que se seguiu garantiram amplo consenso social em favor das medidas de vigilância. O secretário de Defesa (e depois vice-presidente) Dick Cheney chegou a afirmar que “o Estado precisa tirar suas luvas”.

Este tempo passou. Numa época em que o terrorismo deixou de ser uma ameaça visível e crescem, em contrapartida, os protestos contra a desigualdade, o desemprego e o esvaziamento da democracia, qual será a conduta das forças policiais agora orientadas também contra alvos que podem incluir a dissidência civil, e dotadas de novo armamento? Como elas agirão, se os novos movimentos recusarem-se a receber ordens — que julgam ilegítimas — para refrear seus protestos?

As respostas estão em aberto. O que ocorreu em Nova York em 15/11 não é uma fatalidade, mas serve de alerta. Se a construção de uma sociedade mais justa inclui manter e ampliar as liberdades civis, então será preciso conhecer em profundidade, denunciar e reverter esta nova ameaça de desconstrução da democracia.


http://www.outraspalavras.net/2011/11/16/os-soldados-high-tech-do-sistema/

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

DEMOCRACIA SIM, CACETETE NÃO!


DEMOCRACIA SIM, CACETETE NÃO! Manifestamos nossa solidariedade aos estudantes mobilizados da USP, pois acompanhamos com estarrecimento a truculência policial acobertada por um teatro cínico, hipócrita e distorcido que foi e está sendo promovido pelos grandes meios de comunicação. Sabemos que a reivindicação colocada está no bojo da questão central que estrangula a produção do saber e da crítica nas Universidades brasileiras: A ausência de democracia real. A USP, a exemplo de outras Universidades, é conduzida pela “pequena política” que visa assegurar a reprodução da condição dependente do Brasil, acoplando a produção intelectual e científica aos interesses da tríade “empresa-universidade-estado” comandada pelos países centrais. Sabemos que a superação da “pequena política” passa pela radicalização da democracia. Mais do que o poder de eleger, queremos o poder de depor. Mais do que ampliar a representação, queremos o poder de definir diretamente os rumos da política. Assim, caminharemos na construção da Universidade Necessária reivindicada pelo mestre Darcy Ribeiro. Uma Universidade que dialogue efetivamente com as necessidades e expectativas do povo brasileiro. Fazemos essa reflexão, pois é ampliando nossos horizontes que conseguiremos avançar sobre o estado atual de coisas. A mesma polícia que reprime hoje os estudantes da USP é a que cotidianamente estrangula o povo nas periferias, ocupações urbanas e demais espaços de contradição entre os interesses do capital e os da vida. Prestamos nosso apoio, entendendo que o passo dado atrás na democracia pela tríade “Alkmin-Rodas-polícia” poderá impulsionar estudantes, técnicos e professores a dar dois passos à frente na radicalização da democracia na USP. O que, sem dúvida alguma, gera repercussão por todo Brasil. Saudações de luta! Brigadas Populares São Paulo, 10 de novembro

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Malditos comunistas!



José Roberto Torero (Carta Maior)

Acabaram os jogos Pan-Americanos e mais uma vez ficamos atrás de Cuba. Mais uma vez! Isso não está certo. Este paiseco tem apenas 11 milhões de habitantes e o nosso tem 192 milhões. Só a Grande São Paulo já tem mais gente que aquela ilhota. Quanto à renda per capita, também ganhamos fácil. A deles foi de reles 4,1 mil dólares em 2006. A nossa: 10,2 mil dólares. Pô, se possuímos 17 vezes mais gente do que eles e nossa renda per capita é quase 2,5 vezes maior, temos que ganhar 40 vezes mais medalhas que aqueles comunas. Mas neste Pan eles ganharam 58 ouros e nós, apenas 48. Alguma coisa está errada. Como eles podem ganhar do Brasil, o gigante da América do Sul, a sétima maior economia do mundo? Já sei! É tudo para fazer propaganda comunista. A prova é que, em 1959, ano da revolução, Cuba ficou apenas em oitavo lugar no Pan de Chicago. Doze anos depois, no Pan de Cáli, já estava em segundo lugar. Daí em diante, nunca caiu para terceiro. Nos jogos de Havana, em 1991, conseguiu até ficar em primeiro lugar, ganhando dos EUA por 140 a 130 medalhas de ouro. Sim, é para fazer propaganda do comunismo que os cubanos se esforçam tanto no esporte. E também na saúde (eles têm um médico para cada 169 habitantes, enquanto o Brasil tem um para cada 600) e na educação (a taxa de alfabetização deles é de 99,8%). Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano de Cuba é 0,863, enquanto o nosso é 0,813. Tudo para fazer propaganda comunista! Aliás, eles têm nada menos do que trinta mil propagandistas vermelhos na cultura esportiva. Ou professores de educação física, se você preferir. Isso significa um professor para cada 348 habitantes. E logo haverá mais ainda, porque eles têm oito escolas de Educação Física de nível médio, uma faculdade de cultura física em cada província, um instituto de cultura física a nível nacional e uma Escola Internacional de Educação Física e Desportiva. Há tantos e tão bons técnicos em Cuba que o país chega a exportar alguns. Nas Olimpíadas de Sydney, por um exemplo, havia 36 treinadores cubanos em equipes estrangeiras. E existem tantos professores porque a Educação Física é matéria obrigatória dentro do sistema nacional de educação. Até aí, tudo bem. No Brasil a Educação Física também é obrigatória. A questão é que, se um cubano mostrar certo gosto pelo esporte, pode, gratuitamente, ir para uma das 87 Academias Desportivas Estaduais, para uma das 17 Escolas de Iniciação Desportiva Escolar (EIDE), para uma das 14 Escolas Superiores de Aperfeiçoamento Atlético (ESPA), e, finalmente, para um dos três Centros de Alto Rendimento. Ou seja, se você tiver aptidão para o esporte, vai poder se desenvolver com total apoio do estado. Pô, assim não vale! Do jeito que eles fazem, com escolas para todos, professores especializados e centros de excelência gratuitos, é moleza. Quero ver é eles ganharem tantas medalhas sendo como nós, um país onde a Educação Física nas escolas é, muitas vezes, apenas o horário do futebol para os meninos e da queimada para as meninas. Quero ver é eles ganharem medalhas com apoio estatal pífio, sem massificar o esporte, sem um aperfeiçoamento crescente e planejado. Quero ver é fazer que nem a gente, no improviso. Aí, duvido que eles ganhem de nós. Duvido! Malditos comunistas...

José Roberto Torero é formado em Letras e Jornalismo pela USP, publicou 24 livros, entre eles O Chalaça (Prêmio Jabuti e Livro do ano em 1995), Pequenos Amores (Prêmio Jabuti 2004) e, mais recentemente, O Evangelho de Barrabás. É colunista de futebol na Folha de S.Paulo desde 1998. Escreveu também para o Jornal da Tarde e para a revista Placar. Dirigiu alguns curtas-metragens e o longa Como fazer um filme de amor. É roteirista de cinema e tevê, onde por oito anos escreveu o Retrato Falado.


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Alô polícia


Alô Polícia

Império Z/O








Chama a polícia! Uouuuuuu!

No sobe e desce nas biqueiras,
A barca do polícia, sirene acesa uoooou,
Aumenta a estatística, pá, virou isca,
A blazer se apaga na mão da justiça,
Infrator tem que morrer gritando viva ao choque,
Reintegração á sociedade não existe á Conte Lopez,
A rota mata mais que a AIDS e ainda ganha ibope,
Tem Maluf candidato pra assinar os óbitos,
Na idéia de pensar pode ficar esquisito,
SSSSS massaricos, pros, massaricos,
Quem dá bom dia pra vala, toma rajada dos bicos,
Vacilão, então, pensa que é Nego Dico,
O jogo da polícia não é história fictícia,
É diferente do xadrez, vem pro cheque-mate,
Não pensa duas vez nem 1, 2, 3,
Hei, hei, 1, 2, 3, acorda 16,
Dos 3 PMs de hoje 16 virou peneira,
E foram enterrados como 12,
Garante que o batente promove,
E o guarda ganha medalha, morto não fala,
Chico Xavier não trabalhou de farda,
Mó salseiro, mó auê, no DP como treta,
Pele preta na gaveta, promoção do capeta,
Cidadão comum que põe a farda o diabo rege,
Tipo a serpente trocando de pele no Jardim do Éden,
Firmeza, firmão no segundo oitão,
Nem que seja no pau pra interpretação,
Pânico e terror na população,
Homens da lei botam medo muito mais que ladrão,
Ta tudo errado, ta tudo errado,
Os valores do país estão trocados,
Ta tudo errado, ta tudo errado,
Hoje é destemido quem deveria ser respeitado,
Toda ofensiva, com linhas á guiar,
Ou GOE, CIVIL, POLÍCIA MILITAR,
Se ligou, entendeu, precisou,
Alô, alô, ah, é só ligar.

Refrão:
Se chama a polícia eu viro uma onça,
Eu quero matar, pá, pá, pá, pá, pá, pá.

Alô polícia, alô polícia,
Onde é que vocês ta quando o meu povo disca,
Alô polícia, alô polícia,
Não haverá paz se não existe justiça,
Quem é quem, quem é quem, quem?
Quem é do mal, quem é do bem, vem me explicar,
Quem é que rouba e que mata,
007 manda mais um pra desordem,
O corpo apodrece na mata,
Neonazismo incorporado, eu to ligeiro não marco touca,
Vi Adolf Hitler ressuscitado, infiltrado nessa porra,
De quebrada, de viela, nos becos mó goela,
Propina na bocada ou truque na favela,
Então corra, corra da Sodoma e Gomorra,
No país da justiça o PM deu a louca,
Na blitz, no enquadro, o GOE com a doze na mão,
Vi a vida por um fio escorrendo no escadão,
Mas quem não deve não teme,
Não teme, se teme aqui treme,
Trombar na calada o camburão da PM,
Que adota o regime da ditadura,
Método eficaz da polícia é tortura,
Com o Robocop na rua a rota faz seu papel,
Controle remoto na mão, o anjo que caiu do céu,
Planeta Terra em perigo,
Cadê o defensor do fraco e oprimido,
Power Rangers aqui não tem, muito menos Superman,
Mas malfeitor eu to ligado que há mais de cem,
Lex Lutor fardado á paisana também,
Pau no gato, sem massagem, sem carinho neném,
A culpa do governo, uma remuneração,
Má preparação da corporação,
Ao invés de segurança é fábrica de ladrão,
Esquece da casa do pobre, só protege a mansão,
Generalização, não vou ser injusto não,
Tem mano que anda na linha e corre pelo ganha pão,
Corre pela justiça, não faz bico de ladrão,
Aí sentindo calo prossegue na missão,
Aqui ganso não, ladrão também não,
Que a justiça seja feita, hipocrisia não,
Copo cheio, favela de cima, negralha tem o dom,
Jurupita Condomínio mó satisfação.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Desde caracol até Dandara







http://www.youtube.com/watch?v=YjtvaqpJ7_s


A cidade de Belo Horizonte; tão bonita, tão famosa, tão propagandeada como um dos "modelos" de administração, tão "perfeita", planejada, não dialoga com a realidade! Belo Horizonte é historicamente(talvez como quase todas as cidades brasileiras, latino americanas!) um palco do conflito entre a urbanização, a industrialização, a acumulação de capitais, os serviços, talvez não exatamente nessa ordem, e a ocupação dos territórios pelos trabalhadores, oriundos do campo, construtores da mesma, e que nela fazem sua história.
Não se pode dizer a partir de agora, muitos conflitos se passaram, muitos foram já expulsos do local que construíram(à revelia do direito constitucional da moradia!), a cidade é hoje, e não nos assustemos se sua gênese é mesmo esta, o local dos interesses privados de pequenos setores!
Entretanto, a cidade também é o local da batalha, dos confrontos, da política! É nela que se centraliza a administração, mas também nela que se coloca o avesso, o não, o contraditório daquilo que se decide em gabinetes, em rodas de negócios. A cidade para! Sim! Mesmo com uma mídia sem voz(ou com a voz da classe dominante), mesmo com a repressão, a cidade estaciona, pois os construtores dela não podem aceitar ficar do lado de fora, à espreita, esperando!
É na cidade que se concentra a produção do saber, a construção da cultura, o acesso(mesmo que negado) e é nela também que se construíram as instituições que privam de liberdade a classe trabalhadora(prisões, manicômios, unidades socioeducativas), e nela também se construiu espaços de dominação do pensamento(escolas, veículos de comunicação, etc).
Porém nessa mesma cidade se concentraram aqueles, únicos possíveis para a transformação dessa ordem! Aqueles que lutam por carregar na mão o destino de ser livre, de ser dono de sua própria história! Para além de ter casa, para além de ter acesso, para além do estômago, mas também com eles!

Foi uma Caracol, é uma Dandara, mas seremos milhões! E não arredamos o pé!

Dandara existe e resiste!


Por uma Reforma Urbana popular e efetiva!
Pela democratização dos meios de comunicação!


Laila, militante da Frente de Juventude das Brigadas Populares, MG












quarta-feira, 28 de setembro de 2011

"Respeito aos trabalhadores"


Questionados os professores do Estado de Minas Gerais sobre o fato de estarem fazendo uma greve política, eles responderam que a greve era pelo salário digno, pelo piso garantido por lei, por direitos de trabalhadores.
Acaso todo ato do ser humano não fosse um ato político, e bem diria o estandarte levantado pelos mesmos professores: "Educar é um ato político".
A ironia maior é ter que provar: sem imprensa, sem notícia, sem lugar na mídia, que o que se quer não é nada mais que um direito garantido, conquistado. Os professores estão conseguindo, mesmo com abstenções, mesmo com mentiras! A cidade foi mais uma vez ocupada e não tem jeito, a cidade é local do conflito! Conflitos de todos os níveis, neste caso, do conflito político! Da batalha das ideias! Acaso assim não fosse o que explicaria milhares de trabalhadores juntos? Como se define o movimento estudantil colocando palavras de ordem juntamente com os professores? Uma voz uníssona de muitos setores, mostrando a possibilidade da unidade pelo que nos é comum: o trabalho. O título é do professor, em greve de fome pelo seu direito ele lembra que "se pudesse falar ao governador pediria respeito não somente aos professores, mas aos trabalhadores"
Os trabalhadores de Minas avançam na contramão da política mau cheirosa, bem lembrada na foto. E ainda temos caminhos a seguir, trabalhadores dos correios e outros mais ainda em greve, nenhum passo atrás! Que a vitória seja mesmo de todos! Todos os trabalhadores e trabalhadores!
Laila, militante da Frente de Juventude das Brigadas Populares.