sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pior Salário Do Brasil

Acaso eu não fosse professora e não soubesse o tanto de criatividade se necessita para estar diante de um grupo de crianças ou adolescentes em pleno 2011, não veria profundidade da frase, ou o sarcasmo contido num estandarte , na passeata desta última quinta feira, desde a Assembléia Legislativa até o centro da capital mineira.
Pior Salário Do Brasil, as iniciais lembram alguma coisa, e com certeza, não são solidárias a uma como Perda Total ou outros articuladores. Entre sorrisos de lembranças das últimas passeatas, o contato com aqueles meus companheiros de trabalho, mesmo não sendo eu ainda uma professora, estava lá. Sendo por (de)formação mas ainda faltando a verdade da materialização do trabalho!
Um exemplo interessante de como se faz. Regime de votação, mãos levantadas! Sim! GREVE! GREVE! GREVE! Porque não dá mais, simplesmente impossível permanecer nas salas de aula. Diante da violência do salário de miséria, diante da violência do cotidiano, e da dura realidade que absorve aquele que no seu cotidiano vê além do que os familiares podem ver. Não é virar as costas para os estudantes, é por eles também que eles e elas permanecem parados e ocupados!
A expressão da vontade de um coletivo, tão importante para a criação de outra forma de sociabilidade pode dar à sociedade a possibilidade de perceber o que se esconde por dentro dos muros, que escondem muito do que é preciso ver. É preciso adentrar a escola para perceber o mundo que vira aquele samba, os percalços de um trabalho não valorizado. A dúvida para lidar com o que não se aprendeu. Temas e posições, o que sabe ou deve saber um professor no ano de 2011? Como ele acessou o mundo dessa juventude que se apresenta; dura pela indiferença, bela no sentido da autonomia mesmo romantizada.
Dizer sim! Levantar o braço pela continuidade do direito de parar. E parar pra fazer cumprir a lei! Há algo mais absurdo? Greve pra que se cumpra lei de um piso salarial? Mas se é necessário que seja feito! Pois afinal não podemos fazer o que queremos, devemos fazer o que deve ser feito: levantar braços, vozes e estandartes! Pois só o ajuntamento é possibilidade de transformação.

Por acesso ao direito de se manifestar!
Por uma cidade onde caibam todos e todas!


Laila, militante da frente de juventude das Brigadas Populares





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