terça-feira, 13 de outubro de 2009

Tod@s ao III ECR - Encontro de Comunidades de Resistência [24 Out 2009]



Boletim Eletrônico III ECR n°1 – 13 de outubro de 2009



As Brigadas Populares convidam a todos/as militantes sociais a participarem do III Encontro de Comunidades de Resistência da Grande Belo Horizonte - ECR, que acontecerá no dia 24 de outubro (sábado) a partir das 8 horas da manhã.

O Encontro de Comunidades de Resistência é um espaço autônomo e popular, onde as comunidades e grupos populares debatem e deliberam propostas de luta conjunta. O tema deste ano é “Organização Popular: Alternativa Brigadista”, o objetivo é impulsionar a organização de base na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O ECR é uma atividade que propõe encaminhamentos concretos para a luta popular urbana em nossa região, foi desta atividade que surgiu a proposta em 2007 da construção da Frente Antiprisional das Brigadas Populares, no ECR de 2008 organizamos as bases da Ocupação Dandara, neste ano pretendemos dar um passo a mais, estabelecendo comitês e núcleos em todas as regionais de Belo Horizonte e em 6 cidades da RMBH.

Acreditamos que as bases das lutas sociais e políticas são sustentadas pela ação militante organizada. Acreditamos que para romper com o cerco imposto pelas forças do capital é necessário superar a dispersão e as ilusões. Nada mudará se o conjunto dos militantes sociais não tomarem a decisão de convergirem em torno de luta concretas.

O trabalho de organização desde as bases é a mais contundente forma de acúmulo de força, sem ela toda política será vazia de lastro social. O III ECR será um espaço de organização desde as bases. Divulgue, mobilize, participe!

Você está sendo convocado/a a contribuir para a construção de uma nova maioria popular em nossa região. Participe!


PROGRAMAÇÃO:

8:00h - Abertura do III Encontro de Comunidades de Resistência

08:30h - Apresentação das Comunidades

09:00h - Mesa 1- Representantes das Comunidades

10:00h - Mesa 2- Movimentos Sociais convidados

11:00h – As Campanhas das Brigadas Populares

12:00h - Almoço

13:30h - Apresentação do Vídeo das Brigadas Populares

14:00h - Grupos de Trabalho (GTs) por regional e município e temas de relevência.

17:00h - Plenária Final - Apresentação dos Resultados do ECR

17:30h - Apresentação do Teatro do Oprimido - Grupo Levante


Orientações:

1. Debates Preparatórios: Leia a Cartilha Preparatória do III ECR. ACESSE AQUI!

2. Pré-Inscrição: Envie solicitação para e-mail contatobrigadaspopulares@gmail.com contendo: 1) Nome, 2) Comunidade ou movimento e 3) telefone.

3. Participação da comunidade: Caso exista interesse de sua comunidade ou grupo participar do III ECR, envie a solicitação para o e-mail acima, contendo seu endereço postal que enviaremos materiais de divulgação por correio.

4. Outras Informações em:

www.brigadaspopulares.org


Realização:

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

JUVENTUDE E PODER POPULAR

JUVENTUDE E PODER POPULAR


Geralmente, quando se fala sobre a Juventude não se fala em questões relativas à sociedade capitalista. Falar da juventude, no nosso entendimento, é falar sobre a situação do país e do mundo. A juventude, assim como toda a sociedade, sofre as consequências da profunda crise social instalada pelo sistema capitalista. Então, quando propomos soluções para o problema do jovem teremos de avaliar se esta solução realmente transforma estruturalmente as condições de vida das pessoas.

A juventude é portadora de um grande potencial transformador, este potencial deve ser organizado e qualificado para ser uma força real e revolucionária que possa modificar as estruturas da sociedade.

Contudo a juventude possui algumas particularidades, alguns problemas específicos que a coloca como um setor extremamente explorado. Vejamos:

Educação: A juventude é diretamente ligada a um sistema de educação opressor, que adestra milhões de pessoas, para que estas sirvam melhor ao sistema capitalista. O conhecimento transmitido é diretamente ligado aos interesses do Capital. Desde o ensino fundamental até a universidade, toda a educação é voltada para a formação técnica, que teoricamente, servirá para a inserção no mundo do trabalho. Porém, as demandas da sociedade são muito mais amplas e não se restringem aos interesses do mercado, pelo contrário, o povo brasileiro necessita de conhecimento que possa combater as misérias econômica e política em que vivemos. Não basta educar, é preciso que a educação seja uma prática popular e transformadora da realidade.

O Mundo do Trabalho: O desemprego é enorme entre os jovens, que cada vez mais têm dificuldade em ingressar no mercado de trabalho. Isso se deve a urna reestruturação da produção dentro do capitalismo. As empresas não necessitam mais de milhares de trabalhadores, as máquinas os estão substituindo. O que restou foram trabalhos temporários e precários, sendo a grande maioria sem carteira assinada e sem direitos. Os estágios exploram violentamente a força de trabalho da juventude estudantil. Hoje é raridade encontrar um jovem com carteira assinada. Dentro desta perspectiva, a juventude de periferia sofre de forma mais brutal, muitas vezes por isso se ligando ao crime. A criminalidade, que tanto é citada pelos meios de comunicação, não é falta de educação como se prega, mas, sim, uma ausência de alternativa econômica digna, com salários suficientes e direitos trabalhistas assegurados.

A questão Carcerária: A juventude, pelas razões expostas acima, é o setor mais afetado pela questão carcerária. Hoje, o crime é tratado como um problema individual, um erro da pessoa e por isso deve ser punido de forma severa. Nós não pensamos assim, acreditamos que a criminalidade é um fenômeno social e que está diretamente vinculado ao sistema vigente, não é uma questão individual. Uma grande parcela da juventude, hoje, encontra-se nos presídios, ou respondendo processos criminais. Sabemos que os presídios não reabilitam ninguém, mesmo porque a solução não é a reabilitação, mas a construção de alternativas de trabalho e vida digna. A juventude que quer transformar a realidade brasileira deve se preocupar também em transformar o sistema prisional.

Participação política: O peso da juventude nas decisões políticas do país é mínimo, tanto nos processo eleitorais, quanto dentro dos Sindicatos, das Associações de bairro e dos Movimentos Sociais em geral. Isso se dá por duas razões. A primeira é a baixa consciência da juventude sobre o papel da participação política nestes espaços. Geralmente existe um desinteresse generalizado em aderir às lutas das organizações populares. A segunda razão é o preconceito generelizado das gerações mais velhas em relação às opiniões e propostas da juventude. Muitas vezes a voz da juventude não é ouvida nas reuniões, sendo ridicularizada em alguns lugares, afastando muitas pessoas e cria relações nada democráticas no centro dos movimentos.


Cultura: A cultura é urna das dimensões da vida onde a juventude geralmente desperta grande interesse. Atualmente grande parte da cultura produzida é alienante e não contribui em nada para a elevação da consciência do povo. Pelo contrário, embrutece as pessoas e vulgariza as relações pessoais. Por outro lado, existem movimentos culturais importantes, que contestam a realidade e despertam a consciência critica de muitos jovens. A cultura deve ser apropriada pela juventude corno instrumento de entretenimento, formação e contestação.

Logo, acreditamos que a juventude deve se ligar às grandes discussões da sociedade, no sentido de superar a miséria política e econômica de nosso povo. Contudo, deve fazer a partir da suas próprias iniciativas, deve ter uma pauta própria de reivindicações e formas próprias de organização e ação, se realmente deseja transformar a realidade e por outro lado revolucionar também as formas de luta.

Não lutar do jeito tradicional: é necessário ousadia para fazer muito mais e descobrir um jeito novo de fazer a política desde as bases. Em nosso entendimento, este novo jeito de fazer política está diretamente ligado à construção do PODER POPULAR. Para nós, o Poder Popular é nosso objetivo e nosso caminho na construção de uma nova sociedade. Para isso, precisamos contar com os amplos setores da sociedade e em especial a Juventude que tem todos os motivos para desejar e lutar por uma Pátria Livre e pelo Poder do Povo.

Para atingir este objetivo, necessitamos organizar um maior número de jovens, elevar o nível de consciência e realizar lutas concretas no sentido de construir na prática o Poder Popular. Neste sentido, propomos a realização de Assembléias Populares de Juventude nos bairros, escolas, universidades e locais de trabalho, com o objetivo de reunir e construir, desde as bases, propostas de luta para cada local e, ao mesmo tempo, se inserir em processos mais amplos, em campanhas gerais construídas pelos movimentos sociais. A construção de assembléias é um método de trabalho de base que pretende organizar, formar politicamente e encaminhar lutas concretas e diretas da Juventude.

Porém, é necessário que a juventude tenha uma pauta própria de reivindicações que seja capaz de dialogar com os diferentes setores e espaços onde os jovens atuam, desde as periferias, passando pelos estudantes secundaristas e universitários, até a população carcerária e trabalhadora. Propomos para o debate as seguintes ações concretas para a juventude:

1) Organizar nas comunidades, escolas e universidades debates e ações em defesa de uma nova educação pública e popular. Estas ações podem ser feitas em parceria com professores e funcionários e devem visar levantar problemas relativos ao cotidiano escolar e elaborar uma pauta de reivindicação que atenda as necessidades de cada instituição, e em médio prazo pleitear uma pauta única da região ou da cidade.

2) Lutar pelo passe livre para os estudantes e desempregados como forma de garantir o acesso a educação, aos aparelhos públicos, aos eventos culturais tanto para os estudantes quanto para a massa de desempregados.

3) Organizar em cada comunidade rádios comunitárias, em parceria com as demais entidades e grupos populares presentes na região. Estes meios de comunicação podem assumir um caráter extremamente importante se forem construídos pela juventude, pois será uma forma de viabilizar na prática a liberdade de expressão política e artística. Não podemos esperar que as grandes rádios e TV's façam isso por nós.

4) Organizar os jovens que respondem processo criminal ou que são presidiários ou ex-presidiários. Este trabalho deve ser de formação política, deve enfocar os direitos humanos e garantir uma pauta que dialogue com a sociedade no sentido de garantir o respeito à população carcerária e criar um campo de luta contra a criminalização da miséria, da mesma forma combater qualquer proposta de redução da maioridade penal.

5) Lutar pela construção de Frentes Emergenciais de Trabalho, financiadas pelo Estado, a fim de garantir emergencialmente a renda para a enorme massa de desempregados. Ao mesmo tempo, devemos organizar nas comunidades iniciativas de geração de renda, como cooperativas e núcleos de produção. Não podemos esquecer que o problema do desemprego é estrutural e somente será solucionado com a mudança da política econômica, por isso todas essas lutas devem estar ligadas às lutas mais gerais, voltadas para as mudanças estruturais da sociedade.


O que são as Brigadas Populares?


As Brigadas Populares (BP's) são um movimento social e político autônomo, que possui como objetivo estratégico a construção do Poder Popular no Brasil. Poder estabelecido a partir da participação consciente das amplas bases populares, trabalhadores e trabalhadoras e dos setores conscientes da sociedade brasileira.

As BP's são um movimento que possui dois elementos em sua orientação organizativa. O primeiro é seu caráter social, porque organiza as lutas diretas do povo, lutas massivas e reivindicativas. O segundo é o caráter político, pois acredita que qualquer luta popular deve se associar à concepção de mundo da classe trabalhadora e seus desdobramentos políticos, logo a luta política é elemento fundamental de nosso trabalho, pois transforma consciências apontando para um projeto geral e estrutural. Não basta conquistar a moradia, o emprego, a educação de qualidade e o transporte, pois estas conquistas não se sustentam sem a mudança da sociedade como um todo - esta mudança é social, econômica e política.

Somos um movimento autônomo, por que temos objetivos claros, um método de trabalho próprio e construímos com a luta uma identidade coletiva. Neste sentido, temos completa independência em relação aos governos, partidos e outras instituições.


Organize-se na Frente de Juventude das Brigadas Populares!