sexta-feira, 27 de maio de 2011

Na hora da conta, menos um! Menos um presídio!


Na hora da conta, menos um! Menos um presídio!'


“ De todas as motivações da nova ênfase no encarceramento como método de punição, a mais importante era o lucro, tanto no sentido restrito de fazer produtiva a própria instituição quanto no sentido amplo de tornar todo sistema penal parte do programa mercantilista do Estado”2



Sem nos preocupar somente com os melindres acadêmicos das citações, algo que soaria à arrogância nos meios intelectuais, como diria a fala de um dos debatedores em meio às discussões da Luta Antimanicomial, a academia: “esse rio de piranhas”, mas a frase acima contempla bem a luta que vem sendo travada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, especialmente na cidade(tão querida para mim!) de Ribeirão das Neves. A cidade que tem história(fala em audiência pública contra a construção de presídio privado na cidade), para além das Unidades Prisionais! Os presídios, privados ou não servem a essa lógica transcrita acima, e não adianta espernear! Servem a um modelo de sociedade, e comungam com a transmissão ideológica e prática do mesmo!
Entretanto é nessa mesma sociedade que surge a capacidade do povo de dizer não. Sim! Não! Porque nessa mesma cidade, onde para além das unidades prisionais(e a Rede Nós Amamos Neves afirma e reafirma não somente uma luta conta a construção de cadeias, mas uma luta em favor dos que estão dentro delas, e isso aclamam em alto e bom som em qualquer exibição pública!) para a construção de alternativas ao encarceramento e como diria Rafhael Ribeiro, o Rafinha nosso: “nós devemos é lutar por uma nova forma de responsabilização!” E isso demonstra na realidade o povo que sofre, que viaja horas de Neves à BH(só quem faz esse trajeto todo dia pode mensurá-lo), que vive o cotidiano da falta do estado em tudo, mas a presença dele, sem sombra da menor dúvida na sua única política para essa cidade: PRENDER GENTE! Isso soube e está encaminhando esse povo! É por isso tudo que mesmo em meio às dores no corpo que a gente sente a gente vai desvendando na teoria a possibilidade de praticar de outro jeito.
O embargo3 é somente o começo, diríamos, o começo do fim! É necessário mudar o olhar, olhar diferente para o crime(definido politicamente pela classe dominante!) para o que o cometeu, olhar mais profundamente para o jovem, aquele possível de adentrar a prisão, olhar diferente para a mãe, a mulher, a irmã, a esposa, única que visita na grande maioria das vezes! Mudar o contato! Na revista por exemplo! Só assim é possível rever as teorias, transformar as práticas! A luta está só começando, ainda somos seis diria o Virgílio, mas ai deles quando formos sete!

Pela extinção de manicômios e prisões!
Contra a redução da maioridade Penal!
Saudando o Sidnei Martins: Pátria Livre! Venceremos!

1-Laila Vieira de Oliveira, militante da Frente de Juventude das Brigadas Populares
2-RUSCHE, Georg, e Otto KIRCHHEIMER. Punição e Estrutura Social, 103 Revan
3-Sobre embargo à obra de construção de Unidade Prisional Privada na cidade de Ribeirão das Neves

Um comentário:

  1. Cara Laila Vieira, sinto que o povo da periferia, das vilas e favelas tem muito em comum. Temos em comum também com os intelectuais que fazem do seu conhecimento um instrumento de luta e interpretação da realidade sobre um olhar dos que são oprimidos. Fico muito feliz em te conhecer, pois a sua juventude, energia e consciência nos transmite a possibilidade do novo, do amanhecer ensolarado e Revolucionário.
    Temos que resistir! Temos que nos preparar pros combates futuros, aquele que precisaremos ser fortes, pra sermos livres. Dignos da vanguarda e da luta por dias melhores.

    Obrigados companheiros das Brigadas Populares por enfileirarem mais uma frente de batalha. Obrigado por estarem junto do povo pobre de Ribeirão das Neves. E com toda certeza a nossa Pátria será Livre e Venceremos.

    Abraço!
    Sidnei Martins - CEPI-NEVES / Rede Nós Amamos Neves.

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